(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas 8 DE JANEIRO

M�cio diz que risco de bolsonaristas armados adiou pris�es no dia 8

O grupo de criminosos que atacou a sede dos tr�s poderes voltou para o QG do Ex�rcito a p�, e os militares se recusaram a prend�-los ainda durante a noite


31/01/2023 12:15 - atualizado 31/01/2023 13:56

Acampamento sendo desmontado pelos militares, no dia 9 de janeiro.
O ministro ainda relatou que as conversas na noite do dia dos ataques foram tensas, com "palavras �speras e tudo". (foto: MAURO PIMENTEL / AFP)
O ministro da Defesa, Jos� M�cio Monteiro, afirmou nesta ter�a-feira (31) que o aumento de mais de 800 mil registros de CACs (ca�adores, atiradores e colecionadores) no governo Jair Bolsonaro (PL) trazia desconfian�a sobre a possibilidade de haver pessoas armadas no acampamento em frente ao quartel-general do Ex�rcito, em Bras�lia.

 

Como a Folha mostrou, o risco de pessoas armadas e poss�vel confronto entre v�ndalos e a Pol�cia Militar foi o motivo apresentado por generais do Ex�rcito ao presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) para que o desmonte do acampamento n�o fosse realizado na noite do ataque ï¿½s sedes dos Tr�s Poderes, em 8 de janeiro.

 

Diante da sugest�o, Lula deu aval para o Ex�rcito realizar a opera��o de desmonte somente no dia seguinte, pela manh� — a��o que resultou na pris�o de mais de 1,2 mil pessoas no Setor Militar Urbano.

 

"O Ex�rcito tem 220 mil homens, e no governo passado foram autorizados quase 800 mil CACs. Ent�o tem 800 mil pessoas no Brasil que tiveram licen�a para andar armada. Ent�o voc� pode prever e desconfiar de tudo que poder� acontecer", disse M�cio � Bandnews TV.

 

O n�mero de armas de fogo nas m�os dos CACs chegou a 1 milh�o em julho de 2022. A quantidade era de 350 mil em 2018, antes da pol�tica armamentista do governo Bolsonaro.

O ministro ainda relatou que as conversas na noite do dia dos ataques foram tensas, com "palavras �speras e tudo".

 

"Evidentemente, aquela troca de di�logo que todos tomaram conhecimento entre o secret�rio de Seguran�a que foi nomeado naquela noite [interventor Ricardo Cappelli] com quem estava no comando do Ex�rcito foram palavras duras, que n�s precisamos ir l� meia-noite e meia, fui acompanhado do ministro Fl�vio Dino e do ministro Rui Costa, para negociar que as pessoas que estavam l� fossem prestar depoimento", completou.

 

Durante a entrevista, M�cio foi questionado se Lula havia dado aval para que o desmonte ocorresse na manh� do dia 9 de janeiro. O ministro, no entanto, evitou responder � pergunta.

 

"Quem deu poder para que os acampamentos, que as manifesta��es fossem todas desmontadas, foi a Justi�a, o ministro Alexandre de Moraes. O presidente Lula sempre desejou desmontar aquilo. Eu conversei muito com aquele povo [do Ex�rcito], sabia da dificuldade de desmontar aquilo, porque aquilo era uma coisa muito mais s�lida e organizada do que uma manifesta��o de civis", afirmou.

 

M�cio ainda disse que "tudo aconteceu na hora certa" e repetiu que o principal erro foi ter permitido que as caravanas que chegaram no fim de semana do ataque se juntassem ao acampamento

 

"Tudo isso ser� apurado e os culpados ser�o punidos", concluiu.

 

Como a Folha revelou, Lula teve um breve di�logo com o comandante militar do Planalto, general Gustavo Henrique Dutra, durante a noite de 8 de janeiro. No momento, havia uma tens�o entre os militares e o interventor Ricardo Cappelli.

 

A ordem de Cappelli era para os policiais entrarem no acampamento em frente ao QG do Ex�rcito e prenderem os golpistas ainda durante a noite. Dutra, no entanto, vetou a entrada da PM no local, posicionando tr�s tanques de guerra e uma tropa da For�a para fazer um cord�o de isolamento.

 

Segundo relatos, o general havia ligado para o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Seguran�a Institucional), Gon�alves Dias, para conseguir respaldo do Planalto para que a opera��o de desmonte fosse realizada somente na manh� do dia seguinte.

 

G. Dias, no entanto, passou o telefone para Lula, que estava ao seu lado. Na conversa, o presidente refor�ou que todos deveriam ser presos e o acampamento teria de ser desmontado.

 

Lula, por�m, foi alertado para os riscos de que a opera��o � noite poderia causar confronto e terminar em mortes, diante da falta de planejamento. Segundo pessoas com conhecimento do assunto, o presidente acatou as pondera��es e concordou com a possibilidade de a opera��o ser realizada no dia seguinte.

 

O ministro da Defesa, Jos� M�cio Monteiro, ainda afirmou na entrevista que avalia o que fazer com o dia 31 de mar�o — data em que os militares comemoraram, durante o governo Bolsonaro, o anivers�rio do golpe militar de 1964.

 

M�cio disse que vai "negociar" com os militares sobre o que fazer na data, "para que cheguemos a uma conson�ncia do que os dois lados querem". "Se der certo, � bom para quem venceu e quem perdeu. Se der errado, � ruim para quem venceu e quem perdeu", disse o ministro.

 

O ministro ainda confirmou que o general Dutra sair� do comando militar do Planalto, como revelou a Folha, em passagem de comando confirmada antes da crise de 8 de janeiro e prevista para mar�o.

 

M�cio ressaltou que o governo n�o pressiona para retirar o general do posto, porque o esfor�o da Defesa � "despolitizar as For�as Armadas. "Prefiro deixar que [a eventual antecipa��o] seja uma decis�o do comandante do Ex�rcito", completou.

 


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)