
Leninha afirmou que o lugar que ocupa agora, sempre foi um lugar negado �s mulheres e �s pessoas pretas e ressaltou o qu�o simb�lico � tomar posse de uma cadeira na Mesa Diretora da Assembleia Mineira.
“Ap�s 26 anos, as mulheres retomam o lugar de um espa�o que sempre foi negado pela sociedade, um espa�o que sempre foi negado na pol�tica. Ent�o, n�s estamos assumindo como primeira mulher negra da Assembleia, � muito simb�lico. Porque n�s falamos que a gente n�o vai voltar para a senzala. N�s j� reafirmamos que n�s temos capacidade, condi��es de construir aquilo que n�s chamamos de melhor pol�tica”, destacou Leninha.
Esta � a primeira legislatura da hist�ria da ALMG em que h� um maior n�mero de parlamentares que se declararam pretos ou pardos desde que essa informa��o passou a ser registrada. S�o 14 deputados e deputadas que se identificam assim. A nova vice-presidente destacou que as vozes pretas, que foram t�o silenciadas na pol�tica, ser�o ouvidas no parlamento.
“N�s queremos que as vozes silenciadas, durante muito tempo, pelo machismo, pelo racismo, pelos preconceitos, que essas vozes tamb�m possam ser ouvidas aqui pelo parlamento e que a gente possa representar todos esse anos de escravid�o, de persegui��o, de discrimina��o. E que a gente possa trazer para a pauta que o que n�s queremos n�o � muita coisa, n�s queremos dignidade, cidadania, queremos pol�ticas p�blicas de repara��o com os nossos. Inclusive as mulheres que nos antecederam nessa casa, que fizeram muita luta para que a gente pudesse ocupar um lugar na mesa”, completou.
A atual legislatura tamb�m se destacou por apresentar o maior n�mero de deputadas da hist�ria da Assembleia Mineira. S�o 15 deputadas mulheres, seis a mais do que na legislatura passada. Al�m de Leninha, a bancada das mulheres conta com as parlamentares reeleitas Beatriz Cerqueira (PT), Ione Pinheiro (Uni�o), Delegada Sheila (PL), Andr�ia de Jesus (PT) e Ana Paula Siqueira (Rede). E as eleitas pela primeira vez s�o Chiara Biondini (PP), Maria Clara Marra, Lohanna (PV), Lud Falc�o (Pode), Maca� Evaristo (PT), Nayara Rocha (PP), Bella Gon�alves (PSOL), Al� Portela (PL) e Marli Ribeiro (PSC).
“N�s sa�mos de nove deputadas, ampliamos para quinze, ent�o a nossa bancada � a bancada maior da hist�ria do parlamento de Minas Gerais e isso reflete o desejo da sociedade de mudan�a, isso reflete tamb�m que as mulheres est�o cada vez mais motivadas a tamb�m participarem da vida pol�tica. Ent�o, eu creio que a gente vai conseguir avan�ar muito na nossa pauta, n�o s� das mulheres, mas tamb�m de deputados que t�m projetos de lei que est�o relacionados tamb�m �s nossas vidas”, afirmou a vice-presidente da Casa.
Leninha destacou, tamb�m, que vai trabalhar para tirar Minas Gerais do primeiro lugar do ranking brasileiro de feminic�dio. De acordo com dados do governo de Minas, a cada dois dias uma mulher morre v�tima de viol�ncia dom�stica no estado. Em 50% dos casos, as mortes foram causadas por facas, tesouras ou canivetes.
A deputada ressaltou que precisar� de toda a bancada feminina para atuar na luta dos direitos das mulheres. E pontuou que, mesmo que a bancada tenha mulheres de diferentes espectros pol�ticos, as deputadas precisar�o se unir em prol dos interesses das mineiras.
“O n�mero de feminic�dio em Minas Gerais � vergonhoso. No ranqueamento nacional, Minas ocupa um lugar que n�o ocupa h� tanto tempo. N�s acompanhamos todos os dias feminic�dio, assassinatos de mulheres, e a gente espera formar uma grande rede de enfrentamento, porque s� o parlamento n�o consegue corresponder � altura. Ent�o, eu espero que mesmo as mulheres que tenham uma linha ideol�gica muito diferente da nossa, mas aquela pauta que nos une, n�s queremos for�a. N�s todas somos pelo fim das viol�ncia contra n�s. N�s todas somos pelo fim do feminic�dio. Queremos mais pol�ticas p�blicas, mais prote��o e eu penso que com essa grande rede, Minas Gerais pode sair dessa posi��o vergonhosa”, finalizou Leninha.