
O ex-presidente da Rep�blica tem sido aconselhado, diante do inevit�vel, a se antecipar e desistir de ficar com os mimos luxuosos.
Com isso, ele se adiantaria � decis�o do TCU e evitaria desgastes ainda maiores causados pelo notici�rio de que integrantes de seu governo tentaram trazer os bens ao Brasil de forma ilegal.
Questionado, o advogado Frederick Wassef, que representa Bolsonaro, diz que n�o poderia se manifestar.
As joias foram enviadas ao pa�s em duas caixas, carregadas pela equipe do ent�o ministro das Minas e Energia Bento Albuquerque.
Uma delas, com um par de brincos, um anel, um colar e um rel�gio, confeccionados com pedras preciosas, eram destinados � ent�o primeira-dama Michelle Bolsonaro, segundo o ex-ministro. O conjunto valeria R$ 16 milh�es.
O outro pacote, que inclui rel�gio, caneta, abotoaduras, anel e um tipo de ros�rio, todos da marca su��a de diamantes Chopard, n�o foi interceptado pela Receita.
No �ltimo dia 29 de novembro, a praticamente um m�s do fim do mandato, ele foi entregue no Pal�cio do Planalto e, segundo o ex-presidente, incorporado a seu acervo.
Ministros do tribunal sustentam que os itens devem ser todos devolvidos por Bolsonaro e incorporados ao acervo da Presid�ncia da Rep�blica.
Eles invocam um ac�rd�o aprovado neste ano pelo TCU recomendando a autoridades que viajaram com Bolsonaro ao Qatar, em 2019, que devolvam rel�gios da marca Cartier e Hublot, cujos pre�os variam de R$ 30 mil a R$ 100 mil.
As pe�as foram entregues aos viajantes por autoridades do pa�s �rabe.
Receberam os presentes, entre outros, os ent�o ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Augusto Heleno (Gabinete de Seguran�a Institucional), Ernesto Ara�jo (Rela��es Exteriores) e Osmar Terra (Cidadania).
Apenas Onyx Lorenzoni, at� agora, afirmou que devolver� o rel�gio que ganhou de presente, seguindo a recomenda��o do TCU.
O TCU afirmou, ao aprovar o ac�rd�o, que "o recebimento de presentes de uso pessoal com elevado valor comercial" por integrantes de miss�o diplom�tica "extrapola os limites de razoabilidade" e est� em "desacordo com o princ�pio da moralidade p�blica", cabendo a entrega do bem � Uni�o.
O que vale para ex-ministros de Bolsonaro, portanto, valeria tamb�m para o ex-presidente.
O primeiro ministro a despachar no caso ser� Augusto Nardes, sorteado para relatar a representa��o que questiona o recebimento das joias por parte do ex-mandat�rio.
Embora ele tenha se alinhado ao bolsonarismo em algumas quest�es, colegas dele no TCU afirmam que o ministro n�o deve se contrapor a decis�es anteriores do pr�prio tribunal sobre os presentes recebidos em outras ocasi�es por autoridades brasileiras.