
O embate entre o presidente Luiz In�cio Lula da Silva (PT) e o senador pelo Paran� Sergio Moro (Uni�o Brasil), que se arrasta h� anos desde a opera��o Lava-Jato, ganhou um novo cap�tulo nos �ltimos dias com declara��es fortes de ambos os lados e um plano da fac��o PCC para atacar o parlamentar. A disputa, que movimenta o cen�rio pol�tico brasileiro, j� proporcionou a cada um momentos de gl�ria e derrotas. Condenado pelo ent�o juiz, o petista foi solto e retornou ao Pal�cio do Planalto derrotando o principal aliado de Moro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Na ter�a-feira, Lula declarou que repetia um “mantra” quando esteve preso na Pol�cia Federal (PF), em Curitiba. “De vez em quando um procurador entrava l� dia de s�bado, ou dia de semana, para visitar, perguntar se estava tudo bem. Entrava 3 ou 4 procuradores e perguntava ‘t� tudo bem?’. Eu falava ‘n�o est� tudo bem...S� vai estar bem quando eu foder esse Moro’. Voc�s cortam a palavra ‘foder’ a�…”, disse o presidente ao portal Brasil 247.
Em resposta, o senador disse que Lula aprendeu tal express�o durante o per�odo em que esteve na cadeia. “Eu fiquei chocado com a fala, um linguajar todo inapropriado para um presidente, e eu fico pensando o que o presidente aprendeu nesse per�odo. Devia fazer uma reflex�o e evitar todos aqueles esc�ndalos de corrup��o que aconteceram no governo do PT. Aparentemente ele aprendeu apenas o linguajar de cadeia”, afirmou Moro ao site Antagonista.
Apesar da repercuss�o, os principais ingredientes que provocaram a retomada do embate entre ambos ainda estavam por vir. Na quarta-feira, a Pol�cia Federal realizou uma opera��o para desmantelar uma organiza��o criminosa que pretendia atacar e assassinar autoridades em cinco estados do pa�s, entre elas o senador Sergio Moro.
"Plano de homic�dios"
O parlamentar era um dos principais alvos dos criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC), confirmaram fontes da Pol�cia Federal � AFP. O ministro da Justi�a, Fl�vio Dino, disse que, al�m de Moro, havia policiais entre os poss�veis alvos do “plano de homic�dios” e que o “trabalho s�rio da PF salvou a vida, gra�as a Deus, de Sergio Moro”.
Um dia depois, na quinta-feira, Lula fez a declara��o mais pol�mica deste novo cap�tulo. “Eu n�o vou falar porque acho que � mais uma arma��o do Moro. Quero ser cauteloso, vou descobrir o que aconteceu. Mas � vis�vel que � uma arma��o do Moro”, disse o presidente. Lula, por�m, exp�s suspeita sobre a atua��o da ju�za Gabriela Hardt, substituta de Moro na condu��o da Opera��o Lava Jato na Justi�a Federal de Curitiba e respons�vel por assinar os mandados de pris�o.
Prato cheio para a oposi��o
A declara��o foi um prato cheio para os advers�rios do presidente. Na sexta-feira, o deputado federal por Minas Gerais Nikolas Ferreira (PL) protocolou um pedido de abertura de investiga��o contra Lula por “eventual pr�tica de incita��o ao crime em desfavor” de Moro. “As declara��es podem influenciar a viol�ncia contra autoridades que buscam combater a criminalidade. E isso tem que ser coibido”, afirmou Nikolas sobre o pedido.
Na sequ�ncia, o senador Rog�rio Marinho (PL-RN) enviou uma not�cia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o presidente seja inclu�do no inqu�rito das fake news por ter questionado a veracidade do plano de sequestro do PCC a Moro. “Questionar o trabalho desenvolvido pela Pol�cia Federal, pelo Minist�rio da Justi�a e pelo Minist�rio P�blico do Estado de S�o Paulo, sem qualquer embasamento, � atentar contra as institui��es republicanas”, declarou.
