
A hip�tese de Lula realizar transmiss�es na internet foi confirmada nesta segunda-feira (10) pelo ministro da Secom (Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia), Paulo Pimenta. O ministro afirmou que os detalhes ser�o definidos ap�s o retorno do mandat�rio da viagem oficial � China.
O governo, no entanto, busca descolar a iniciativa totalmente do formato que se tornou popular com Bolsonaro. Pimenta, inclusive, disse que usou o termo "live" de uma maneira gen�rica.
"N�s vamos conversar quando ele voltar da China, para discutir o formato, a frequ�ncia, o dia, o hor�rio e a forma como vai ser", afirmou Pimenta, em entrevista a jornalistas.
"Ele [Lula] gosta da ideia de, em determinados momentos, ele se dirigir diretamente � popula��o", completou.
Pimenta ainda acrescentou que Lula j� adotou formas de dialogar diretamente com a popula��o em seus dois primeiros mandatos. Completou que n�o se trata de um rompimento do di�logo com a imprensa.
Em sua primeira passagem pela Presid�ncia, Lula tinha um programa de r�dio semanal produzido pela estatal EBC, chamado Caf� com o Presidente. O programa tinha um formato de entrevista e ia ao ar tamb�m na r�dio Nacional.
"Nesses 90 dias, a gente teve muitas coletivas, muitas entrevistas, o presidente falou em muitos atos e eventos, ent�o n�o teve falta de contato com a imprensa", afirmou o ministro aos jornalistas.
Na sequ�ncia, novamente, ele buscou diferenciar a proposta do atual governo das lives de Bolsonaro.
"Muitas vezes esses modelos de lives tradicionais, como muitas lideran�as fazem, � a �nica forma, eles s� falam assim. N�o costumam falar com a imprensa. N�o � o caso do Lula. O Lula vai continuar falando com a imprensa, vai continuar fazendo as coletivas" afirmou Pimenta.
"E, eventualmente, para tratar algum tema que est� a fim de falar, alguma coisa mais espec�fica, a gente vai conversar e ele pode fazer. N�o � para substituir o papel da [entrevista] coletiva e nem o papel da imprensa. O presidente pode querer conversar sobre determinado assunto, determinada pessoa pode querer aprofundar o tema, um ministro pode falar sobre isso", completou.
O ex-presidente Bolsonaro costumava realizar semanalmente, nas noites de quinta-feira, a sua transmiss�o ao vivo na internet, que era gravada na biblioteca do Pal�cio do Alvorada.
Geralmente na presen�a de algum de seus ministros, sem questionamentos de jornalistas, o ex-mandat�rio se sentia � vontade para atacar a imprensa e advers�rios e para defender teses negacionistas e antidemocr�ticas, como atacar as urnas eletr�nicas e defender o uso da hidroxicloroquina para tratar a Covid-19.