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Estado de Minas PORTUGAL

Lula: 'Pr�mio de Chico � vit�ria da cultura e da democracia'

Para o l�der brasileiro, a premia��o � "uma resposta do talento contra a censura, do engenho contra a for�a bruta"


24/04/2023 16:25 - atualizado 24/04/2023 16:46

Lisboa — O presidente Luiz In�cio Lula da Silva afirmou que a demora de quatro anos para a entrega do Pr�mio Cam�es ao cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Holanda foi um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira nos �ltimos tempos. “ Digo isso porque esse pr�mio deveria ter sido entregue em 2019 e n�o foi. Todos n�s sabemos por qu�”, disse, ao lado de Chico. A cerim�nia ocorreu no suntuoso Pal�cio Nacional de Queluz, onde nasceu e morreu Dom Pedro I.


Segundo Lula, o ataque � cultura, em todas as suas formas, foi uma dimens�o importante do projeto que a extrema-direita tentou implementar no Brasil. “Se, hoje, estamos aqui para fazer esse gesto de repara��o e celebra��o da obra do Chico, � porque, finalmente, a democracia venceu no Brasil”, assinalou. Ele ressaltou que o Brasil n�o pode esquecer que “o obscurantismo e a nega��o das artes tamb�m foram uma marca do totalitarismo e das ditaduras que censuraram o pr�prio Chico no Brasil e em Portugal”.

Para o l�der brasileiro, a premia��o de Chico � “uma resposta do talento contra a censura, do engenho contra a for�a bruta”. Acrescentou que a obra de Cam�es foi o in�cio da grande epopeia da l�ngua portuguesa, que hoje floresce nos nove pa�ses que a utilizam oficialmente. “A obra de nosso Chico Buarque, produzida nesse mesmo idioma, acompanha toda a hist�ria recente do Brasil, com especial aten��o ao destino pol�tico e cultural de nossos pa�ses irm�os”, completou.

Liberdade e democracia

No discurso, praticamente lido, o presidente enfatizou que “Chico transformou em patrim�nio liter�rio comum os amores de nossos povos, as alegrias de nossos carnavais, as belezas de nossos fados e sambas, as lutas obstinadas de nossas cidad�s e cidad�os pela conquista da liberdade e da democracia”. E emendou: “em seu cancioneiro, em suas pe�as de teatro e em seus romances, o cantor nunca deixou de fazer da l�ngua portuguesa instrumento de transmiss�o de nossas culturas e de nossas lutas”.



Segundo Lula, na obra de Chico Buarque, o passado, o presente e o futuro do Brasil e de Portugal sempre estiveram vinculados. “Foi assim que ele decidiu revisitar nossa hist�ria, na pe�a Calabar, para nos mostrar, por meio deste personagem luso-brasileiro, quantas vezes em nosso destino se fizeram de traidores, her�is; de her�is, condenados; e da justi�a, arb�trio”, disse. “Quando Brasil e Portugal atravessavam violentos regimes ditatoriais, foi assim que Chico jogou luz sobre a festa da redemocratiza��o portuguesa, fazendo com que guard�ssemos, ‘teimosos e renitentes’, um velho cravo como esperan�a para n�s mesmos. Um cheirinho de alecrim”, acrescentou.


Na avalia��o do presidente, “a vasta contribui��o da obra de Chico vai al�m de seus ineg�veis aportes � riqueza liter�ria da l�ngua portuguesa e mostra que arte e cultura est�o entrela�ados com a pol�tica e com nossos ideais de liberdade e democracia”.

No �nico improviso do discurso, Lula brincou com Chico: “Quando ainda era muito pequeno, eu queria ser cantor, queria escrever pe�as de teatro e queria fazer tudo o que voc� faz, inclusive escrever romances. A� falei para minha m�e que eu queria ser tudo isso, ela falou ‘n�o, meu filho, voc� n�o pode ser, porque j� nasceu um menino dois anos mais velho do que voc� chamado Chico Buarque, que vai ser o mais importante’. E eu, h� 75 anos, falei para minha m�e o que vou ser? Ela falou ‘se prepare, que voc� vai ser presidente’. E aqui estou, eu, presidente da Rep�blica, e o Chico, representando a cultura viva do nosso pa�s”


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