
Cavalcante foi nomeado secret�rio parlamentar em mar�o daquele ano, quando Benedito, hoje prefeito de Barra de S�o Miguel (AL), iniciava o segundo mandato como deputado federal.
O assessor ficou na C�mara por oito anos e se transferiu para o Senado com o pr�prio Benedito, eleito para representar Alagoas naquela Casa. Foi designado no in�cio de 2011 para a fun��o de assistente parlamentar no escrit�rio pol�tico do ent�o senador.
Em 2016, ano de elei��es municipais, Cavalcante se desligou do Congresso e se lan�ou na pol�tica. Concorreu, pelo mesmo partido dos Lira, ao cargo de vice-prefeito em Atalaia (AL). A chapa, encabe�ada por Z� do Pedrinho (PSDB), n�o foi eleita.Cavalcante, ent�o, retornaria � C�mara no in�cio do ano seguinte, desta vez para atuar no gabinete de Arthur Lira, ent�o l�der do PP.
Foi exonerado da lideran�a do Progressistas, atualmente sob o comando de Andr� Fufuca (MA), em meio aos desdobramentos da opera��o deflagrada pela PF na semana passada. O ato foi publicado no boletim administrativo da C�mara de segunda-feira (5).
Alvo tamb�m da apura��o da PF, a esposa de Cavalcante, Glaucia, esteve vinculada ao gabinete de Lira em 2015 e 2016, na fun��o de secret�ria parlamentar.
Depois, passou a exercer fun��o comissionada, com sal�rio de R$ 13,3 mil (remunera��o bruta de abril deste ano), na CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), �rg�o federal sob a influ�ncia do PP.
Al�m da esposa de Luciano, o irm�o, Carlos Jorge Cavalcante, ocupa o cargo de superintendente da CBTU em Macei� (AL).
A CBTU, que abriga os aliados de Lira na mira da PF, tamb�m esteve no centro do caso que resultou em uma den�ncia contra Lira aceita pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em um primeiro momento, mas revertida pelo pr�prio tribunal nesta ter�a-feira (6), ap�s mais de dois anos e meio parada.
Procurado por interm�dio de seu assessor de imprensa, Lira n�o se manifestou sobre a rela��o da fam�lia com Cavalcante.
Lista
O auxiliar do presidente da C�mara � suspeito de envolvimento em desvios em contratos de kits de rob�tica custeados com dinheiro do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educa��o), viabilizado pelas emendas de relator, usadas como moeda de troca no governo Jair Bolsonaro (PL).
A investiga��o teve origem em reportagem da Folha publicada em abril do ano passado sobre as aquisi��es dos kits de rob�tica por prefeituras municipais em Alagoas, todas assinadas com uma mesma empresa pertencente a aliados do presidente da C�mara.
Os agentes federais suspeitam que Cavalcante e a esposa dele, Glaucia, sejam benefici�rios da propina distribu�da pela organiza��o criminosa.
A PF chegou at� Luciano Cavalcante e Glaucia ao investigar movimenta��es financeiras da Megalic, uma das empresas que ganhou os contratos dos kits de rob�tica sob suspeita de desvios.
A apura��o policial descobriu que o empres�rio Edmundo Catunda repassou R$ 550 mil � empresa que construiu a casa em que mora Cavalcante. Catunda � de uma fam�lia alagoana aliada do presidente da C�mara e um dos s�cios da Megalic.
Na imagem abaixo, Edmundo Catunda e Arthur Lira em reuni�o em Alagoas
Como mostrou a Folha de S.Paulo, a PF tamb�m suspeita que duas empresas ligadas �s pessoas apontadas como entregadoras de dinheiro supostamente desviado de contratos para compra de kits de rob�tica custearam a compra de um apartamento para Cavalcante.
De acordo com o advogado Andr� Callegari, que defende o auxiliar de Lira, n�o houve ainda acesso integral aos autos do inqu�rito e dilig�ncias j� realizadas, o impede qualquer manifesta��o, "uma vez que "n�o se sabe a motiva��o da opera��o deflagrada".
"Assim, qualquer manifesta��o defensiva nesse momento se mostra precipitada", afirmou em nota.
Na semana passada, ap�s a eclos�o do caso, Lira afirmou n�o se sentir atingido pela opera��o da PF que mira seus aliados. Em entrevista � GloboNews, ele disse que n�o tem "absolutamente nada a ver com o que est� acontecendo".
"N�o posso emitir nenhum ju�zo de valor. O que eu posso dizer � que eu, tendo a postura que tenho em defesa das emendas parlamentares que levam benef�cios para todo o Brasil e toda a popula��o, n�o tenho absolutamente nada a ver com o que est� acontecendo e n�o me sinto atingido nem acho que isso seja provocativo", afirmou Lira na ocasi�o.
No ano passado, quando Lira disputou a elei��o para renovar o mandato deputado federal, Cavalcante cedeu um carro de sua propriedade -um VW Amarok, cor preta, ano 2020- para ser usado na campanha do presidente da C�mara.
O valor da doa��o foi estipulado em R$ 4.000, segundo a presta��o de contas eleitoral apresentada � Justi�a Eleitoral pela campanha de Lira. Cavalcante � atualmente filiado � Uni�o Brasil, de acordo com informa��es do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas. � presidente estadual da legenda.