Comiss�o aprovou o plano de trabalho na �ltima ter�a-feira e deve definir agora as datas dos primeiros depoimentos (foto: BRUNO SPADA/C�MARA DOS DEPUTADOS
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Bras�lia – A relatora da Comiss�o Parlamentar de Inqu�rito (CPMI) que investiga os ataques golpistas de 8 de janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), vai sugerir na semana que vem que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid, seja um dos primeiros a depor frente ao colegiado. A convoca��o deve ocorrer antes da do ex-ministro da Justi�a Anderson Torres, ou imediatamente ap�s.
Os requerimentos come�am a ser votados na pr�xima ter�a-feira. A parlamentar espera que o depoimento ocorra em 20 de junho, j� que a aprecia��o dos pedidos apresentados pelos parlamentares deve tomar as duas sess�es previstas para a semana que vem. No dia 8 de janeiro, extremistas inconformados com a derrota do ent�o presidente Jair Bolsonaro em outubro invadiram e depredaram os pr�dios do Pal�cio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.
Mauro Cid j� estava entre os alvos da investiga��o, mas ganhou prioridade ap�s a Pol�cia Federal (PF) ter encontrado uma minuta golpista no celular do militar, bem como outros documentos destinados a dar suporte a uma poss�vel tentativa de golpe de Estado. O plano de trabalho apresentado na ter�a-feira pela relatora registrava Anderson Torres e financiadores dos ataques como as principais convoca��es. Para a senadora, houve uma s�rie de movimentos antes dos epis�dios de depreda��o que configuram prepara��es para um golpe.
Mauro Cid, segundo as investiga��es da PF, tamb�m participou de conversa com o ex-major do Ex�rcito Ailton Barros, onde foi discutida a possibilidade de golpe. Al�m de Cid, que � alvo de – pelo menos – oito requerimentos, sua esposa, Gabriela Cid, tamb�m pode depor. Os deputados Rog�rio Correia (PT-MG) e Adriana Accorsi (PT-GO), no pedido, destacam que Gabriela tamb�m � alvo das investiga��es sobre poss�vel fraude em cart�es de vacina��o, que levou o ex-ajudante de ordens � pris�o e encontrou os documentos golpistas.
Senadora Eliziane Gama espera que Mauro Cid seja ouvido em 20 de junho (foto: LULA MARQUES/AG�NCIA BRASIL)
“Tamb�m foi constatada a possibilidade da senhora Gabriela Santiago Ribeiro Cid ter acesso a conte�do extra�do do telefone celular de Mauro Cid que revelam suposto planejamento e tentativa de golpe de Estado, em mensagens contidas no aparelho e tamb�m na nuvem”, declararam os parlamentares. No celular do tenente-coronel, a PF encontrou a minuta de um decreto para uma opera��o de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que permite que o presidente da Rep�blica, � �poca Bolsonaro, acionasse as For�as Armadas”, afirma o pedido.
O documento estava em uma conversa entre Mauro Cid e o sargento Luis Marcos dos Reis, que tamb�m foi preso na opera��o que apura fraudes na carteira de vacina��o. Os dois tamb�m teriam, segundo os investigadores, discutido sobre como convencer autoridades militaAres a aderirem ao plano da GLO. N�o h�, por�m, ind�cios de que os textos tenham sido enviados a Bolsonaro.
Sil�ncio na Pol�cia Federal
As informa��es vieram a p�blico na quinta-feira. Mauro Cid prestou depoimento � PF na ter�a-feira, justamente para esclarecer os documentos encontrados em seu aparelho. Por�m, ele permaneceu em sil�ncio. Em nota divulgada ontem, o advogado Bernardo Fenelon, que integra a defesa do ex-ajudante de ordens, declarou que Cid n�o falou durante o depoimento por n�o ter tido acesso aos autos da investiga��o que tratam dos documentos encontrados, e que esclarecer� a situa��o.
“Na oportunidade, foi informado � autoridade policial, bem como formalizado por meio de uma peti��o juntada no processo que, ap�s o devido acesso � documenta��o que embasa a investiga��o – um direito constitucional de todo investigado – que o coronel Mauro Cid estar� � disposi��o para esclarecer tais fatos”, disse o advogado.
Com maioria governista, a CPMI coloca bolsonaristas como alvos priorit�rios das investiga��es, incluindo Torres, Cid e o ex-ministro do Gabinete de Seguran�a Institucional (GSI) general Augusto Heleno, al�m de empres�rios acusados de financiar os ataques em Bras�lia. Tamb�m devem ser ouvidos os suspeitos de atuarem no ataque � sede da PF, em dezembro do ano passado, e na tentativa de atentado a bomba ao aeroporto de Bras�lia, na v�spera do natal.
Os 37 requerimentos apresentados pela relatora Eliziane Gama, por�m, n�o foram votados junto com o plano de trabalho ap�s protestos de parlamentares da oposi��o na comiss�o e ser�o apreciados a partir da pr�xima sess�o. Ao todo, os parlamentares apresentaram 838 pedidos para convoca��es e acessos a informa��es da Pol�cia Militar do Distrito Federal (PMDF), do Supremo Tribunal Federal (STF), do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e da Ag�ncia Brasileira de Intelig�ncia (Abin), entre outros �rg�os.
Anderson Torres tamb�m ser� ouvido
Bras�lia – O plano de trabalho da Comiss�o Parlamentar Mista de Inqu�rito (CPMI) que investiga os atos de golpistas 8 de Janeiro foi aprovado na ter�a-feira. O texto indica sustenta que os atos de vandalismo nos pr�dios do Congresso Nacional, do Pal�cio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal foram atentados � democracia a partir da nega��o do resultado da elei��o presidencial de outubro de 2022. Al�m de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o plano de trabalho destaca os primeiros nomes a serem ouvidos: o ex-ministro da Justi�a, Anderson Torres; o atual ministro da Justi�a, Fl�vio Dino; o ent�o interventor na Seguran�a P�blica do Distrito Federal, Ricardo Capelli; dois ex-ministros-chefe do Gabinete de Seguran�a Institucional da Presid�ncia da Rep�blica, generais Augusto Heleno e Gon�alves Dias.
Eliziane Gama enfatizou a import�ncia de a CPMI investigar fatos determinados e n�o ou narrativas. Ap�s a leitura do plano, ela afirmou: “Nenhum brasileiro pretende ver um circo, um festival de horrores, mas um trabalho t�cnico-pol�tico conduzido com a seriedade e com a serenidade necess�rias”, disse. “Entendemos uma l�gica que vamos seguir analisando, desde o processo eleitoral, seguindo por atos que tiveram relev�ncia muito grande, que foi o 12 de dezembro, seguindo no dia 24, onde claramente tivemos um ato terrorista, a tentativa de explos�o de um carro de combust�vel, o que traria uma propor��o sem precedentes”, afirmou. “Foram atos que antecederam o 8 de janeiro, e do dia 8 nos debru�aremos sobre os v�rios requerimentos que aprovaremos na semana que vem, tanto de recolhimento de informa��es quanto de oitivas”, completou.
Entre as linhas de investiga��o propostas pela relatora da comiss�o est� a atua��o de Anderson Torres como ministro da Justi�a do governo de Jair Bolsonaro e como secret�rio de Seguran�a P�blica do Distrito Federal. A senadora quer investigar, em especial, a atua��o de Torres sobre o comando da Pol�cia Rodovi�ria Federal no segundo turno e durante as manifesta��es nas rodovias depois do resultado do pleito. Tamb�m foi considerada priorit�ria a investiga��o sobre os epis�dios como o quebra-quebra pr�ximo � sede da Pol�cia Federal, em Bras�lia, na data da diploma��o do presidente eleito, e em 24 de dezembro, o atentado a bomba desmobilizado no aeroporto da capital.
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