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Estado de Minas DIFICULDADES

Ap�s seis meses de governo, Lula n�o vence resist�ncia de evang�licos

Embora pesquisa do Ipec mostre que apoio evang�lico cresceu no �ltimo m�s, �ndice ainda � menor do que tinha em mar�o


10/06/2023 07:58 - atualizado 10/06/2023 10:37
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Lula
(foto: Nelson Almeida/AFP)
As vaias ao nome do presidente Luiz In�cio Lula da Silva na Marcha para Jesus, na quinta-feira, em S�o Paulo, recolocaram em evid�ncia a resist�ncia do setor a apoiar o governo petista.

Convidado pela organiza��o, o chefe do Executivo mandou uma carta, explicando que n�o poderia comparecer, mas enviou a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) e o advogado-geral da Uni�o, Jorge Messias, como representantes — ambos s�o evang�licos. Embora o gesto tenha sido bem recebido pelo presidente da Marcha, o ap�stolo Estevam Hernandes, o p�blico vaiou quando Jorge Messias citou o nome do presidente.

Lula enfrenta grande resist�ncia do setor desde a campanha eleitoral. Os evang�licos apoiaram em peso o ent�o presidente e candidato � reelei��o Jair Bolsonaro (PL), que se associou a lideran�as como o pastor Silas Malafaia e o bispo Edir Macedo.

Apesar do epis�dio na capital paulista, pesquisa de popularidade realizada pelo Ipec mostrou que a aprova��o de Lula entre evang�licos aumentou de 24% em abril para 29% em junho. A taxa, por�m, � menor que a de mar�o, de 31%. No segmento, 33% consideram o atual governo regular, e 34%, ruim ou p�ssimo.

Al�m da rejei��o evang�lica — grupo majoritariamente conservador — � agenda de esquerda, pesa contra Lula o fato de que, mesmo com os acenos feitos durante a campanha, n�o houve medidas concretas at� o momento em prol dos religiosos.

Durante o governo de transi��o, foi articulada a cria��o de uma secretaria para os evang�licos no Planalto, destinada a assessorar Lula no trato com o grupo. O �rg�o seria chefiado pelo pastor Paulo Marcelo Schallenberger, mas sua cria��o n�o ocorreu. Tampouco Lula incluiu lideran�as evang�licas no "Conselh�o", composto por empres�rios, sociedade civil e movimentos sociais, inclusive o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

Parte da resist�ncia � inclus�o dos evang�licos � de setores do pr�prio PT. Nas discuss�es sobre a cria��o da secretaria, a presidente nacional da legenda, deputada Gleisi Hoffmann (PR), declarou publicamente ser contra a medida e enfatizou que o assunto nunca foi discutido.

Mesmo lideran�as evang�licas progressistas criticam a falta de di�logo de alas mais radicais da esquerda com o setor e classificam a postura como preconceito.

Ainda assim, h� expectativa de acenos efetivos do governo. Lula sinalizou a integrantes de seu governo a possibilidade de estudar uma redu��o maior da isen��o de impostos para igrejas, mesmo tendo criticado, durante a campanha eleitoral, o fato de os templos terem privil�gios. A medida pode ser discutida dentro da reforma tribut�ria, em tramita��o no Congresso.


O presidente tamb�m tem evitado entrar em discuss�es das chamadas "pautas de costume", que poderiam causar grande atrito, n�o somente com os evang�licos, mas com outros setores conservadores tamb�m.

Entre elas, est�o a libera��o do aborto e a descriminaliza��o de drogas — que deve entrar neste m�s na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF).

Embora declara��es de ministros causem desaven�as para o governo — como o titular da pasta dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, defendendo a descriminaliza��o da maconha —, n�o foram estipuladas pol�ticas p�blicas que abordem esses temas at� o momento.

Sem di�logo

Ao Correio, o bispo Robson Rodovalho, fundador da igreja Sara Nossa Terra, disse que ainda h� uma preocupa��o com o que o governo planeja para as pautas de costume. Ele destacou que n�o houve a constru��o de uma ponte para o di�logo.

"O governo est� fazendo gestos positivos em rela��o �s igrejas. Sinalizaram a quest�o dos impostos, mas a gente n�o entendeu muito bem o que seria essa proposta", frisou. "Mas o di�logo n�o aconteceu, nem sobre o que o governo pensa sobre os valores, medidas sobre aborto, ideologia de g�nero, combate � pedofilia", acrescentou o l�der evang�lico.

Rodovalho ressaltou, por�m, que ainda s�o poucos meses de gest�o. Apesar das diverg�ncias em rela��o � campanha eleitoral e aos governos anteriores do PT, ele v� espa�o para di�logo. "Ajustar expectativas. Se poss�vel, as diferen�as. A grande maioria da sociedade brasileira � crist� e est� muito bem pontuada no ponto de vista desses valores", afirmou. "N�s esperamos que o governo fa�a um gesto, uma sinaliza��o sobre o futuro das pol�ticas de governo", enfatizou o bispo.





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