"Eu falei com o ministro Paulo Teixeira [Desenvolvimento Agr�rio e Agricultura Familiar] esses dias: '�, Paulo, por que a gente tem que esperar o movimento invadir uma terra para a gente mandar o Incra avaliar se ela � produtiva ou improdutiva?'", disse Lula, durante live nas redes sociais.
Lula na sequ�ncia afirmou que vai ent�o montar uma lista de terras que ser�o avaliadas pelo Incra (Instituto Nacional de Coloniza��o e Reforma Agr�ria) e ficar�o dispon�veis para iniciar uma pol�tica de assentamento.
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"Ao inv�s de as pessoas invadirem, a gente oferece [as terras], organiza. Essa � uma novidade que eu n�o pensei no primeiro e no segundo mandato. Pensei agora e vamos fazer. Vamos fazer uma prateleira das chamadas terras improdutivas desse pa�s e terras devolutas que a gente pode fazer assentamento agr�rio, para quem quiser trabalhar no campo sem precisar brigar com ningu�m", completou.
A quest�o da invas�o de terras provocou um grande desgaste ao governo no in�cio do mandato, com o MST chegando a ocupar uma �rea da Embrapa. As a��es levaram a C�mara dos Deputados a abrir uma CPI para investigar o tema.
Al�m dos riscos da investiga��o de um movimento aliado, as invas�es tamb�m criaram dificuldades para o governo Lula atrair o agroneg�cio, setor que se tornou pr�ximo de Bolsonaro.
Em uma das tentativas de reaproxima��o, o governo Lula lan�a ainda nesta ter�a-feira o Plano Safra 2023/2024, que ter� o valor recorde de R$ 364 bilh�es.
Conversa com presidente
Lula realizou nesta ter�a-feira (27) a sua terceira transmiss�o ao vivo nas redes sociais, a Conversa com o Presidente. Assim como nas anteriores, ele foi entrevistado pelo jornalista Marcos Uch�a.
As lives s�o tentativas da Secretaria de Comunica��o da Presid�ncia de impulsionar o desempenho do mandat�rio nas redes sociais, campo que foi bastante explorado pelo bolsonarismo.
O governo buscou deixar claro que as transmiss�es seriam diferentes das lives de Jair Bolsonaro (PL), que usava o espa�o muitas vezes para disparar fake news e ataques contra os advers�rios. Lula, no entanto, descumpriu a sua promessa na segunda transmiss�o e usou o meio para atacar advers�rios.
Voltou a chamar Jair Bolsonaro de fascista e disse que o ent�o presidente, ap�s perder as elei��es, ficou "trancado dentro de casa para ficar preparando o golpe."
A live desta ter�a-feira dedicou bastante tempo para quest�es mais amenas, como a vida pessoal do presidente e alguns bastidores de suas viagens oficiais ao exterior.
Lula disse que n�o gosta de viver no Pal�cio da Alvorada, porque � tudo muito grande, precisa caminhar "200 metros" para ir buscar um caf�, outros 40 metros para ir ao banheiro.
O presidente ent�o relatou que est� com "saudades" de sua casa, em S�o Paulo.
"Ontem estava me queixando com a [primeira-dama] Janja que estava com saudade de casa, faz tempo que eu n�o vou em casa. Estou precisando ir para ver meus filhos, inclusive. Mas a� chegou a viagem para a Bahia, eu tenho que viajar", afirmou.
Lula ainda comentou que n�o costuma de alimentar bem durante as viagens ao exterior e que n�o gosta da comida de pal�cios, de uma forma geral. Em um momento bastante explorado pelo entrevistador, para mostrar o lado pessoal do presidente, ele respondeu que prefere "feij�o com arroz" e refei��es de maior subst�ncia.
O presidente tamb�m abordou em diversos momentos a quest�o da desigualdade, acrescentando que esse � um dos pontos que o une ao Papa Francisco, com quem encontrou no Vaticano na semana passada. Relatou que o papa e ele trabalham para transformar a quest�o da desigualdade em algo capaz de "indignar a sociedade".
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"O Papa Francisco � o grande l�der que temos hoje na face da terra. Embora n�o seja um pol�tico militante, as falas dele s�o palavras de conte�do muito forte, como a quest�o da paz, da desigualdade", afirmou.