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Estado de Minas MOVIMENTO NOS BASTIDORES

Aliados de Bolsonaro j� miram elei��es de 2024

Com ex-presidente ineleg�vel at� 2030, presidente do PL inicia reuni�es com as bases estaduais da legenda com meta de eleger 1.000 vereadores


02/07/2023 04:00 - atualizado 02/07/2023 08:23
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Valdemar da Costa Neto
Valdemar da Costa Neto quer percorrer o pa�s com o ex-presidente para angariar aliados e ampliar filia��es � legenda (foto: Evaristo S�/AFP - 8/11/22)
 
O cacife de 58 milh�es de votos amealhados no segundo turno das elei��es de 2022, um numeroso e barulhento s�quito de seguidores fi�is e um amplo engajamento nas redes sociais d�o ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) credenciais para n�o ser esquecido nem pelos eleitores nem pelas for�as pol�ticas do campo conservador, mesmo sem condi��es legais de disputar algum cargo eletivo at� 2030. Com a decis�o do Tribunal Superior Eleitoral de julgar o ex-presidente ineleg�vel por oito anos, os aliados do “capit�o” come�am, agora, a tra�ar o caminho da extrema-direita – que se confunde com o chamado bolsonarismo-raiz – at� o pr�ximo ciclo eleitoral, ano que vem, nas disputas municipais.
 
Nesta semana, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto (SP), come�a a agendar conversas com as bases estaduais do partido, mirando as elei��es do ano que vem. Ele conta com Bolsonaro n�o s� para manter seus seguidores motivados como para ajudar a eleger um bom n�mero de prefeitos e vereadores, que possibilitem ao partido manter, em 2026, protagonismo nas elei��es para o Congresso. “Nossa meta � eleger mais de mil prefeitos em 2024, e mais de 100 deputados federais dois anos depois, para que o PL continue sendo a maior bancada na C�mara”, projetou uma fonte bastante pr�xima de Costa Neto na presid�ncia da legenda. Para isso, o PL conta com a lideran�a pol�tica e o poder de mobiliza��o do ex-presidente e da mulher dele, Michelle Bolsonaro.
 
Para o l�der da agremia��o na C�mara, deputado Altineu Cortes, o PL “estar� muito forte em 2024” e que “a turma do Bolsonaro estar� conosco”, referindo-se aos radicais da extrema-direita que d�o apoio ao ex-presidente. “Nosso l�der � Bolsonaro, n�o h� outro nome. Ele dar� a melhor dire��o ao partido, � quem vai ditar nossa pol�tica”, disse Cortes, ao Estado de Minas. Ele n�o tem d�vida de que a extrema-direita “sempre ter� seu espa�o no PL”. “A extrema-direita vai continuar muito forte e, hoje, temos uma rela��o muito boa entre os mais extremados e os mais moderados dentro do partido”, comentou Cortes.
O abrigo que o PL oferece aos mais radicais est� aberto desde novembro do ano passado, quando Costa Neto, em entrevista, revelou que o partido receberia os bolsonaristas radicais e que contava com “o capit�o” para “controlar esse pessoal”. “Esse � um dos principais motivos que eu vejo da entrada do Bolsonaro (no PL), dele poder trabalhar pelo partido, que ele tenha o controle desse pessoal”, disse Costa Neto, na �poca.

“Dono da bola” Para se manter popular, Bolsonaro vai assumir o discurso de “v�tima do sistema”, que n�o o quer disputando a secess�o de Luiz In�cio Lula da Silva (PT), em 2026. A inten��o de Valdemar da Costa Neto � percorrer o pa�s com o ex-presidente para angariar novos aliados e refor�ar as filia��es ao PL. Para isso, ser� preciso vencer o voluntarismo do ex-presidente, que n�o costuma seguir as orienta��es do partido na hora de montar suas agendas de viagem. “Por enquanto, Bolsonaro � o dono da bola, da pr�pria agenda, mas o partido vai tentar enquadr�-lo. N�s temos planilhas, mapas, situa��o cidade por cidade”, aponta o interlocutor.
 
Doutor em ci�ncia pol�tica e professor da Universidade Federal do Esp�rito Santo, Ueber Oliveira n�o tem d�vidas da for�a eleitoral de Bolsonaro e que ele ser�, sim, um importante cabo eleitoral para os candidatos da direita mais conservadora. “Isso poder� dar for�a a alguns aliados e, dentre eles, sair� seu substituto. Neste momento, aposto em Tarc�sio (de Freitas, governador de S�o Paulo) ou Romeu Zema (governador de Minas Gerais, embora entenda que ainda seja cedo para cravar”, vaticinou o professor. Ele lembra ainda que Bolsonaro “� um fen�meno das redes sociais” e que, por isso, “independe de estar no governo”. “Ele mobiliza sentimentos profundos, de medo, inseguran�as, frenesi coletivo. N�o por acaso, fez um p�ssimo governo e, mesmo assim, cintila com certa for�a”.
 
Oliveira ressalva, por�m, que n�o � correto valorizar demasiadamente a capacidade de transfer�ncia de voto do ex-presidente. “N�o podemos superestimar o apoio de Bolsonaro em termos eleitorais. Bolsonaro n�o � um grande costurador de alian�as, e isso ficou claro nos pleitos dos quais participou – elei��es de 2018, elei��es municipais de 2020, e elei��es gerais de 2022. E n�o podemos esquecer que Bolsonaro tem uma cabe�a de ditador. Como todo bom ditador, � receoso quanto ao risco de algu�m ocupar um lugar que ele, Bolsonaro, considera exclusivamente dele. N�o acho que ir� abra�ar um sucessor de maneira t�o direta assim.”
 
Pol�ticos ligados ao ex-presidente ouvidos pela reportagem convergem na avalia��o de que a vida de Bolsonaro nos pr�ximos anos –  sem condi��o legal de disputar elei��es at� 2030 – n�o ser� f�cil. Mas ele deve se manter como principal l�der do eleitorado ultraconservador ligado ao Brasil rural, �s igrejas evang�licas e �s for�as de seguran�a. O maior temor � que o ex-presidente, sem desafios eleitorais, perca o est�mulo para liderar essa massa de seguidores. “Nosso medo � que ele fique deprimido”, confidenciou o interlocutor do partido.
 


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