
Neste domingo (16), um dos envolvidos no epis�dio, o corretor de im�veis Alex Zanatta Bignotto, genro do empres�rio, prestou depoimento por duas horas � Pol�cia Federal e negou a acusa��o. Mantovani e a esposa, Andreia Munar�o, ser�o ouvidos na ter�a-feira (18).
De acordo com o advogado Ralph T�rtima Stettinger Filho, seus clientes n�o foram ao local para hostilizar o ministro, "mas estavam apenas passando e houve um encontro fortuito". A defesa evita comentar, por�m, a agress�o ao filho do ministro atribu�da a Mantovani.
O representante disse que a fam�lia Mantovani chegou ao aeroporto da capital italiana, para embarque ao Brasil, cinco horas antes do voo e procurou uma sala VIP para aguardar o embarque.
Em um primeiro espa�o de acesso restrito, afirmou o advogado, o grupo foi informado que estava cheio e que sem uma reserva n�o seria poss�vel ficar. Teria, ent�o, buscado um outro.
Bignotto, a esposa e as filhas (duas crian�as, de 2 e 4 anos) seguiam mais � frente, acompanhados atr�s por Mantovani, esposa e Giovanni (filho de 20 anos de Mantovani e Munar�o), segundo essa vers�o.
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Foi naquele momento, segundo o advogado, que o ministro do Supremo e seus familiares teriam chegado ao local, e os dois grupos se cruzaram.
"Algumas pessoas, provavelmente, vinham acompanhando e hostilizando [o ministro e seu grupo]. Ou seja, eles j� vinham sofrendo a a��o de algumas pessoas. Nesse exato momento em que tinham ficado para tr�s o sr. Roberto, a esposa e o filho. Eles foram, de certa forma, envolvidos nesse momento."
De acordo Stettinger, uma das pessoas que acompanhavam o ministro teria entrado em atrito com Andreia Munar�o.
"O filho do ministro Alexandre de Moraes sai em solidariedade � esposa porque ela teria sido ofendida. E ele come�a a ofender a esposa do sr. Roberto", disse o advogado.
Essa discuss�o teria evolu�do para uma agress�o ao filho de Moraes, que � atribu�da ao empres�rio do interior de S�o Paulo. A Pol�cia Federal apura a acusa��o. A defesa disse que n�o comenta.
"Com rela��o ao epis�dio da agress�o que � atribu�da ao sr. Roberto, ele pediu, quer ele dar os esclarecimentos [� PF] na ter�a-feira."
A fam�lia nega que tenha havido qualquer men��o ou ofensas ao ministro. "Eles reconhecem que houve um entrevero entre parte do grupo deles e parte do grupo do ministro Alexandre. Ofensas em rela��o ao ministro, n�o", afirmou o advogado.
"Bandido", "comunista" e "comprado"
Segundo informa��es colhidas pelos investigadores da PF, um grupo dirigiu ao integrante do Supremo e presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) express�es como "bandido", "comunista" e "comprado".
Mantovani disse que policiais federais estiveram na casa dele �s 6h deste domingo para intim�-los, mas que, como ele e a esposa tinham viagem para um anivers�rio de um neto em Santa Catarina, eles prestariam depoimento depois.
No s�bado (15), o empres�rio afirmou � Folha que avistou Moraes no aeroporto internacional de Roma, mas que n�o falou com ele. "O que eu posso falar para voc� � que eu vi realmente o ministro. Ele estava sentado em uma sala, mas eu n�o dirigi nenhuma palavra a ele", disse.
O procurador-geral da Rep�blica, Augusto Aras, determinou ao Minist�rio P�blico Federal que tome as medidas cab�veis. Aras, que est� fora do pa�s, enviou uma mensagem ao magistrado manifestando a sua solidariedade e disse classificar a agress�o como "repulsiva".
Moraes: algoz de Bolsonaro
Moraes participou na It�lia de um f�rum internacional de direito realizado na Universidade de Siena. Ele comp�s mesa no painel Justi�a Constitucional e Democracia, da qual participou ainda o ministro Andr� Ramos Tavares, integrante tamb�m do TSE.
Moraes se tornou nos �ltimos anos o principal algoz do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Judici�rio, comandando inqu�ritos que atingem o ex-presidente no STF.
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Tamb�m comandou o TSE nas elei��es de 2022 e no julgamento do m�s passado que decidiu pela inelegibilidade de Bolsonaro at� 2030.
Moraes j� foi alvo de xingamentos por parte de Bolsonaro, que, nos �ltimos dois anos, j� chegou a se referir ao ministro como "vagabundo" e como "canalha".
O caso em Roma motivou uma s�rie de manifesta��es de solidariedade ao ministro.
Neste domingo, o vice-presidente da Rep�blica, Geraldo Alckmin, afirmou pelas redes sociais que as agress�es contra ele s�o inadmiss�veis.
"Inadmiss�veis as agress�es ocorridas contra o ministro Alexandre de Moraes. Manifesto toda minha solidariedade ao ministro e a sua fam�lia, e repudio a forma desrespeitosa e agressiva dos atos perpetrados. O Brasil votou pela democracia. O clima de �dio e desrespeito provocados por alguns n�o pode continuar", escreveu.
Colega de Supremo, o ministro Gilmar Mendes tamb�m se manifestou em uma rede social. "A trucul�ncia violenta de extremistas jamais poder� ser aceita como forma leg�tima de manifesta��o pol�tica. Debate p�blico se faz com ideias e argumentos", afirmou.