
O bolsonarista fez a solicita��o seis dias antes do evento, como jornalista independente, pelo El Pueblo Podcast. Avisado pelo governo brasileiro, por�m, o governo paraguaio n�o entregou a credencial.
Macedo, que diz ser inocente e alvo de persegui��o, est� foragido desde o atentado, ap�s romper sua tornozeleira eletr�nica e deixar o Distrito Federal.
At� o fim de abril deste ano, conforme ele pr�prio afirmou em entrevista � "Folha de S.Paulo", estava escondido na fazenda de um produtor rural que conheceu no acampamento golpista montado em frente ao quartel-general do Ex�rcito na capital federal, ap�s a vit�ria de Lula nas urnas. "Estou bem isolado, estou longe", disse na �poca, por telefone.
Macedo ocupou um cargo no governo Jair Bolsonaro (PL), atuando como assessor da ent�o ministra da Mulher, da Fam�lia e dos Direitos Humanos e hoje senadora Damares Alves (Republicanos-DF), de fevereiro a dezembro de 2019, com um sal�rio bruto de R$ 10.373.
Dois anos depois, em 2021, ele foi preso por determina��o do ministro Alexandre de Moraes (STF), sob a acusa��o de incentivar atos antidemocr�ticos naquele 7 de Setembro.
Deixou a pris�o 42 dias depois e passou a ser monitorado por tornozeleira eletr�nica, inclusive quando se candidatou a deputado federal pelo PTB de S�o Paulo em 2022, adotando o slogan de "preso pol�tico" – ele teve apenas 1.118 votos.
Na v�spera do Natal, dirigiu o carro que transportou a bomba do acampamento bolsonarista at� o aeroporto do Bras�lia, segundo as investiga��es da Pol�cia Civil do Distrito Federal.
Macedo n�o nega que conduzia o ve�culo, mas diz que n�o sabia da exist�ncia do objeto nem do plano para deton�-lo e alega ser alvo de persegui��o do Judici�rio.
De acordo com a pol�cia, o artefato foi preparado pelo empres�rio George Washington de Oliveira e colocada em um caminh�o no aeroporto pelo tamb�m bolsonarista Alan Diego dos Santos e Sousa.
Os tr�s se tornaram r�us em janeiro, ap�s o Tribunal de Justi�a do DF aceitar a den�ncia do Minist�rio P�blico, e apenas Macedo segue foragido.
Macedo diz que, ao chegarem nas proximidades do aeroporto, Alan Diego sacou a bomba de uma sacola que estava no banco de tr�s e, ao se aproximarem do caminh�o, pediu que ele reduzisse a velocidade. Com parte do corpo para fora da janela, colocou o artefato sobre um pneu do ve�culo que estava estacionado, ainda segundo sua vers�o.
Algum tempo depois, o homem pegou um pequeno controle remoto para detonar o explosivo. Macedo conta que se sentiu intimidado, mas questionou: "Eu disse: 'Cara, por que tu fez isso comigo? Tu nem me conhece. Tu me v� no QG, sabe que eu sou perseguido e me envolve num neg�cio desse?'". Depois, deixou Alan Diego num hotel em Bras�lia.
Questionado sobre o porqu� de n�o ter acionado a pol�cia, ele afirmou que teve medo de ser preso. O alerta foi dado pelo motorista do caminh�o, que percebeu que uma caixa havia sido colocada no ve�culo. A pequena dinamite com temporizador foi retirada pelo esquadr�o antibombas, que desativou o artefato ainda no local.
Preso no mesmo dia, o empres�rio George Washington disse � Pol�cia Civil que planejou com manifestantes a instala��o de explosivos em ao menos dois locais da capital federal dias antes da posse de Lula.
O objetivo seria "dar in�cio ao caos" que levaria � "decreta��o do estado de s�tio no pa�s", o que poderia "provocar a interven��o das For�as Armadas".
Os tr�s suspeitos respondem na Justi�a pelo crime de explos�o, caracterizado por "expor a perigo a vida, a integridade f�sica ou o patrim�nio de outrem, mediante explos�o, arremesso ou simples coloca��o de engenho de dinamite ou de subst�ncia de efeitos an�logos". A pena prevista � de tr�s a seis anos de pris�o e multa.
O advogado A�cio de Paula, respons�vel pela defesa de Macedo, argumentou � Justi�a que, em depoimentos, tanto George Washington como Alan Diego isentaram seu cliente da tentativa de atentado.
Tamb�m afirmou que Macedo sequer conheceu o empres�rio bolsonarista que providenciou a bomba. "N�o � crime dar carona para algu�m. O Minist�rio P�blico falhou em n�o individualizar [as condutas]", afirmou.
Macedo � investigado ainda por suspeita de participar de depreda��es em Bras�lia, incluindo uma tentativa de invas�o do pr�dio da Pol�cia Federal em 12 de dezembro, dia da diploma��o de Lula. O blogueiro diz que apenas registrou imagens dos atos de viol�ncia e que n�o defende pautas golpistas. Nas redes sociais, por�m, ele fazia chamamentos a protestos e alus�es a um poss�vel golpe militar.
Em abril, ele disse que se afastaria da pol�tica: "Estou muito cansado, quero focar em minha defesa". At� aparecer na posse presidencial paraguaia.