
Patricia Bullrich, candidata � Presid�ncia da Argentina pela oposi��o de direita, criticou a entrada do pa�s no Brics, bloco hoje formado por Brasil, R�ssia, �ndia, China e �frica do Sul.
"Quero deixar algo claro: expusemos nossa posi��o contr�ria � entrada no Brics", disse a l�der do PRO, sigla de Mauricio Macri, logo ap�s o presidente Alberto Fern�ndez anunciar a ades�o, nesta quinta (24/8).
A rela��o entre Argentina e Ir� � marcada por um atentado � Associa��o Mutual Israelita Argentina (Amia) em 1994, que matou 85 pessoas e deixou centenas de feridos. A suposta participa��o de iranianos no ataque e a falta de coopera��o do pa�s nas investiga��es geraram tens�es que perduram at� hoje.
"O que pensariam se a Argentina articulasse a entrada do Brasil num grupo em que h� um pa�s apontado como respons�vel por uma agress�o ao Brasil?", disse � Folha de S.Paulo Diego Guelar, ex-embaixador da Argentina no Brasil e conselheiro de Bullrich, acrescentando que seu pa�s condena a invas�o russa da Ucr�nia.
Ele afirma compreender a amizade entre Lula e Fern�ndez, mas argumenta que a inclus�o da Argentina no Brics � "inconveniente" e "inoportuna" em meio a uma campanha eleitoral e que o tema, no m�nimo, deveria ser discutido fora desse contexto. Guelar ressalta que o atual presidente nem sequer est� concorrendo � reelei��o e que o candidato governista, o ministro da Economia Sergio Massa, teve apenas 20% dos votos nas elei��es prim�rias, nas quais Bullrich derrotou o governador de Buenos Aires, Horacio Larreta.Outros diplomatas ligados � oposi��o foram na mesma linha. "Consideramos que um governo em retirada que acabou de ser rejeitado por mais de 70% dos eleitores carece da legitimidade para tomar decis�es que comprometam o futuro da Argentina", disse Mariano Caucino, ex-embaixador em Israel durante o mandato de Macri e integrante da equipe internacional de Bullrich.
"N�o corresponde � melhor avalia��o da oportunidade e conveni�ncia. Aparecemos aderindo junto com o Ir�, um pa�s governado por uma teocracia fundamentalista que promove uma agenda antiocidental e � respons�vel por atentados graves cometidos na Argentina", complementou ele.
Mesmo antes do pleito, a coaliz�o j� vinha indicando que era contra o ingresso no bloco. "Est� claro que pertencemos ao Ocidente, mas manteremos a rela��o com a China. A Rota da Seda [refer�ncia � Iniciativa Cintur�o e Rota, maior programa de pol�tica externa de Pequim hoje], sim; a entrada no Brics, n�o", afirmou o ex-vice-chanceler Mart�n Redrado, ent�o na equipe de Larreta, ao jornal argentino La Naci�n.
Fern�ndez, por sua vez, defendeu a decis�o, ressaltando que os cinco pa�ses que comp�em o Brics hoje representam 30% do destino das exporta��es argentinas. "A Argentina n�o deve perder nenhuma inst�ncia de integra��o que sirva para potencializar seu crescimento", disse o presidente em pronunciamento.
"Aumentar a capacidade de exporta��o aos pa�ses membros, assim como o fortalecimento das nossas oportunidades comerciais com pa�ses que mant�m rela��es de segundo n�vel com eles, � uma oportunidade que nos est� sendo apresentada."