Defensor de um acordo no Conselho de �tica para arquivar os processos contra parlamentares da esquerda e bolsonaristas acusados de quebra de decoro parlamentar, o deputado Washington Quaqu� (PT-RJ) renunciou � sua vaga de titular nesse colegiado.
H� tr�s semanas, Quaqu� discursou no conselho a favor de um "ac�rd�o" para que todas as a��es apresentadas at� aquele momento, 22 no total, fossem arquivadas. Essa decis�o beneficiaria deputados do PL, do PT e do PSol, entre outros. Ele argumentou se tratar de um ato "pedag�gico" e que dali em diante deputados da oposi��o e do governo se comprometeriam a n�o trocar xingamentos, disparados um contra o outro.
"Acho que devemos nessa tarde no conselho negar todas as admissibilidades, como algo pedag�gico, independentemente do m�rito. Eu votarei para negar todas. Na pr�xima vez, tudo bem, atacaremos o m�rito", disse Quaqu� em 9 de agosto.
O deputado petista explicou ao Correio , nesta quarta, que decidiu renunciar por ter cumprido o seu papel. "Entrei para l� porque n�o tenho medo de pol�mica e com a tarefa de salvar nossos deputados. Fiz um acordo com o PL para salvar nossos deputados. Era fundamental trocar dois do PL (arquivar esses casos) por seis da esquerda, que seriam penalizadas. E punir daqui para a frente", disse Quaqu�.
Os dois bolsonaristas citados por ele foram Nikolas Ferreira (PL-MG) e Carla Zambelli (PL-SP), cujos processos foram arquivados. As seis deputadas da esquerda citadas por Quaqu� e que foram alvos no conselho s�o: Tal�ria Petrone (PSol-RJ), S�mia Bonfim (PSol-SP), Fernanda Melchionna (PSol-RS), C�lia Xakriab� (PSol-MG), Juliana Cardoso (PT-SP) e �rika Kokay (PT-DF).
At� agora, duas deputadas da esquerda tiveram seus casos arquivados, casos de Taliria Petrone e Juliana Cardoso, que contaram com votos de deputados bolsonaristas. "Ali n�o � uma delegacia, mas um Conselho de �tica. Deputado n�o pode um xingar e o outro fazer uma palha�ada de fazer discurso com peruca amarela. Ainda assim, acho que � preciso punir gradativamente.
Primeiro, uma advert�ncia, depois, uma suspens�o. E, se houver algo mais radical, que o deputado seja punido com uma suspens�o ou at� cassa��o".
E, disse ainda o deputado, que o conselho vive um "clima de histerismo e fundamentalismo religioso", que nem todos defendem um acordo, apesar do clima de absolvi��o geral nos julgamentos at� agora. "Deixem l�, ent�o, os fundamentalistas. Prefiro a politica na vida real, com alian�as, atuando na ajuda das necessidades do povo".