
No fim do encontro, que ser� marcado pela aus�ncia de importantes chefes de Estado, o Brasil receber� pela primeira vez a presid�ncia rotativa do G20. O pa�s ficar� � frente da institui��o de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024 e ser� respons�vel por organizar a pr�xima c�pula, marcada para 18 e 19 de novembro do ano que vem, no Rio de Janeiro.
Em nota, o governo brasileiro destacou que, no per�odo em que estar� � frente do grupo, pretende aproximar os grupos t�cnicos que discutem pol�ticas p�blicas daqueles que debatem quest�es de financiamento, “de forma que se coordenem entre si e trabalhem de forma mais integrada”.
Na �ndia, Lula vai participar de tr�s reuni�es de trabalho do G20 e deve receber l�deres de outras na��es para reuni�es bilaterais. No s�bado, est�o previstas duas reuni�es tem�ticas. Uma falar� de desenvolvimento sustent�vel, transi��o energ�tica, mudan�as clim�ticas, preserva��o ambiental e emiss�es de carbono. Outra abordar� crescimento inclusivo, progresso nos objetivos de desenvolvimento sustent�vel, educa��o, sa�de, e desenvolvimento liderado por mulheres.
No domingo acontece a terceira sess�o da c�pula, intitulada “Um Futuro”. O painel ter� como temas transforma��es tecnol�gicas, infraestrutura p�blica digital, reformas multilaterais e o futuro do trabalho e emprego. No mesmo dia haver� a cerim�nia de transfer�ncia da presid�ncia do G20.
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, far� um balan�o sobre a presid�ncia da �ndia em 2023. J� o presidente Lula vai encerrar o evento, apresentando as prioridades e os desafios da futura presid�ncia brasileira, que come�a efetivamente a partir de 1º de dezembro. A presid�ncia rotativa vai at� o fim de 2024, quando uma nova c�pula ser� realizada no Brasil.
Desde o in�cio de seu terceiro mandato, Lula tem se esfor�ado para tirar a maior economia da Am�rica do Sul do isolamento diplom�tico provocado pelo seu antecessor, participando de v�rios eventos multilaterais. Segundo o presidente, esta ser� uma oportunidade para debater a pauta da desigualdade no mundo.
“Vamos presidir o G20 ano que vem, os Brics em 2025 e ainda realizar a Confer�ncia do Clima das Na��es Unidas (COP30), em Bel�m. S�o tr�s megaeventos que v�o dar ao Brasil uma visibilidade diferente da que ele teve nos �ltimos anos. O pa�s volta a fazer com que o mundo nos respeite, pela seriedade com que a gente trata as pessoas e a quest�o do clima”, argumentou o presidente.
O grupo responde por cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 75% do com�rcio internacional. O G20 � considerado o principal foro de coopera��o econ�mica e financeira internacional, com grande capacidade de influenciar a agenda de organismos multilaterais e de mobilizar o setor privado.
Biocombust�veis
O presidente Lula pretende assinar no domingo um acordo global de incentivo aos biocombust�veis. A ideia � que, durante sua participa��o, ele apresente argumentos em defesa do etanol como instrumento para a descarboniza��o energ�tica mundial e destaque a experi�ncia brasileira com a utiliza��o do combust�vel.
Durante o programa Conversa com o Presidente, na ter�a-feira, Lula indicou que um acordo com a �ndia envolvendo combust�vel renov�vel ter� destaque nos di�logos do fim de semana. “Brasil e �ndia v�o discutir a quest�o do etanol como combust�vel alternativo, que � extremamente importante, e n�s temos que discutir com os outros pa�ses uma luta contra a desigualdade”, afirmou.
�s v�speras da partida, o mandat�rio recebeu em seu gabinete um grupo de empres�rios do setor automotivo e lideran�as do setor energ�tico para uma esp�cie de prepara��o para sua participa��o na C�pula. Durante a conversa, Evandro Gussi, presidente da Unica, a Uni�o da Ind�stria da Cana-de-A��car e Bioenergia, defendeu que o encontro do G20 sirva para que o governo trabalhe para estimular a cria��o de um cintur�o verde de biocombust�veis entre mais de 100 pa�ses.
Segundo Gussi, a medida beneficiaria mais de 3 bilh�es de pessoas ao redor do mundo com a descarboniza��o. “O Brasil domina a tecnologia do etanol do campo � ind�stria automobil�stica. E essa tecnologia pode ser compartilhada com outros pa�ses, de tal forma a criarmos um cintur�o verde de biocombust�veis entre mais de 100 pa�ses do chamado Sul Global”, disse o executivo, ap�s o encontro.
Aus�ncias podem esvaziar reuni�o
A falta de alguns dos principais l�deres globais na C�pula do G20 amea�a esvaziar o encontro e ser� um desafio para as discuss�es do bloco. O presidente chin�s, Xi Jinping, ser� uma das principais aus�ncias do evento, em meio a crescentes tens�es comerciais e geopol�ticas com Estados Unidos e a �ndia, com a qual a China compartilha uma fronteira longa e conflituosa.
O governo chin�s n�o deu explica��es para a falta, limitando-se a dizer que o primeiro-ministro Li Qiang o representaria na reuni�o das grandes economias. A aus�ncia de Xi ter� impacto nos esfor�os de Washington para manter o G20 como o principal f�rum para a coopera��o econ�mica global. Segunda maior economia do mundo, a China passa por uma dif�cil recupera��o p�s-covid, com demanda interna fraca, aumento do desemprego entre os jovens e uma crise no setor imobili�rio.
Assim como nos �ltimos encontros internacionais, o presidente russo Vladimir Putin tamb�m n�o comparecer� no G20 e ser� representado pelo ministro das Rela��es Exteriores do pa�s, Serguei Lavrov. Em mar�o, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de pris�o contra Putin por acusa��es de crimes de guerra relacionados � deporta��o ilegal de crian�as ucranianas. Ele corre o risco de ser detido, caso saia do pa�s.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deve aproveitar a aus�ncia dos governantes da China e da R�ssia para tentar promover alian�as em um bloco fortemente dividido. Impasses sobre a guerra da R�ssia na Ucr�nia, a elimina��o progressiva dos combust�veis f�sseis e a reestrutura��o da d�vida dominar�o as negocia��es e poder�o complicar acordos durante a reuni�o.
Biden estar� acompanhado pela secret�ria do Tesouro, Janet Yellen, que visita a �ndia pela quarta vez em 10 meses, no �mbito dos esfor�os de Washington para reformar o Fundo Monet�rio Internacional (FMI) e o Banco Mundial, a fim de atender melhor os pa�ses em desenvolvimento.
O chanceler alem�o, Olaf Scholz, o presidente franc�s, Emmanuel Macron, e a presidente da Comiss�o Europeia, Ursula von der Leyen, ser�o alguns dos representantes da Uni�o Europeia.
O chefe de governo espanhol, Pedro S�nchez, anunciou que tamb�m n�o viajar� ap�s testar positivo para a covid-19. Madri ser� representada pelo ministro das Rela��es Exteriores, Jos� Manuel Albares, e pela vice-presidente e ministra da Economia, Nadia Calvi�o. O presidente do M�xico, Andr�s Manuel L�pez Obrador tamb�m n�o vai comparecer.
Profundamente dividido por causa da guerra na Ucr�nia, o G20 ter� dificuldade em obter avan�os ante a tens�o entre os dois grupos antag�nicos de aliados: EUA-Uni�o Europeia e R�ssia e China. A conjuntura econ�mica global assombra o grupo das maiores pot�ncias mundiais. A Alemanha, o pa�s mais rico da Europa, entrou em recess�o e todo o continente caminha no mesmo sentido � medida que a crise se aprofunda.
