
Segundo Murillo Lobo, cirurgi�o do aparelho digestivo do Hospital das Cl�nicas da USP, a corre��o de al�as intestinais � feita para tratar o mau funcionamento do intestino.
"O termo � gen�rico. Pode ser um procedimento minimamente invasivo, por cirurgia rob�tica, por v�deo ou por cirurgia aberta", explica. De acordo com Lobo, a corre��o � feita no intestino delgado para tratar lentid�o ou obstru��o.
As al�as intestinais s�o uma parte m�vel do intestino. Cirurgias anteriores ou traumas como a facada podem gerar nelas ader�ncias —uni�es indesejadas a outros �rg�os ou tecidos. As ader�ncias podem impedir que as fezes transitem de maneira adequada, causando lentid�o ou obstru��o.
O quadro pode causar dor, ac�mulo de gases e dificuldade para defecar.
Em caso de obstru��o, s�o necess�rios jejum e soro na veia. O paciente tamb�m pode precisar de uma sonda do nariz at� o est�mago para esvaziar o conte�do do intestino, afirma Lobo.
'Caixinha de surpresas'
Segundo ele, a cirurgia pode ser uma "caixinha de surpresas", j� que, a depender da situa��o do paciente, podem ser necess�rias a��es mais invasivas, como a retirada de um segmento do intestino.
Casos mais graves podem demandar interna��o em UTI depois da cirurgia. Tamb�m pode haver a necessidade de colocar uma bolsa de colostomia para esvaziar o intestino sem comprometer a recupera��o do �rg�o.
Bolsonaro j� precisou usar o equipamento depois de receber uma facada na barriga durante a campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), no dia 6 de setembro de 2018. O agressor, Ad�lio Bispo de Oliveira, est� em uma penitenci�ria de seguran�a m�xima em Mato Grosso do Sul, mas pode ser transferido para um hospital psiqui�trico.
- Leia tamb�m: Brasil assume presid�ncia do G20 at� 2024
Desde o atentado, o ex-presidente fez quatro cirurgias para tratar complica��es.
"Pensando nas cirurgias pr�vias que Bolsonaro fez, talvez ele esteja com o fluxo intestinal lento ou com alguma obstru��o que possa repercutir em distens�o abdominal e problemas na evacua��o", afirma Vanessa Prado, cirurgi� do aparelho digestivo do hospital Nove de Julho.
"Qualquer paciente que j� tenha feito uma cirurgia abdominal tem chance de ter essas ader�ncias e, por isso, uma poss�vel obstru��o", explica.
J� a cirurgia de h�rnia de hiato serve para tratar quadros de refluxo. Nesse caso, uma parte do est�mago escorrega do abdome para o t�rax por causa do afrouxamento de um orif�cio (o hiato) localizado entre essas duas partes do corpo.
Para fazer a corre��o, os m�dicos dividem a cirurgia em duas etapas. Na primeira, eles apertam o hiato. Na segunda, os profissionais voltam o est�mago para a regi�o abdominal.
"A cirurgia da corre��o da h�rnia de hiato � segura. Hoje em dia � feita prioritariamente de forma minimamente invasiva. O risco principal � de o hiato voltar a abrir. O paciente precisa ser muito bem avaliado para evitar que o problema reapare�a", afirma Lobo.
Tempo de interna��o
O tempo de interna��o � de, em m�dia, 48 horas. O paciente precisa de cerca de duas semanas para se recuperar, durante as quais deve dar prioridade a uma dieta l�quido-pastosa.
A h�rnia de hiato pode acontecer por quest�es gen�ticas ou anat�micas e est� relacionada ao enfraquecimento da musculatura. Os principais fatores de risco s�o o tabagismo e a obesidade.
A cirurgia de desvio de septo � a mais simples e pode estar ligada a sintomas variados, como dificuldade para dormir ou ronco. A assessoria do ex-presidente n�o deu mais informa��es sobre as especificidades do procedimento.
Ela tamb�m n�o disse quais s�o os atuais sintomas que motivaram a cirurgia para corre��o das al�as intestinais.
Em agosto, Bolsonaro, 68, ficou internado em S�o Paulo para exames preparat�rios. Ele tem mantido uma rotina de eventos pol�ticos desde que voltou ao pa�s, em mar�o. Nas redes sociais, ainda n�o se manifestou sobre o acordo de colabora��o firmado por seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que deixou a pris�o neste s�bado (9).