
Jair Bolsonaro (PL) e o governador Romeu Zema (Novo) devem tomar um caf� durante a extensa visita do ex-presidente � capital mineira, que come�a hoje e vai at� domingo. Ele vem � capital mineira participar do encontro do PL Mulher e de atividades partid�rias. Apesar das cr�ticas recentes e reiteradas a Zema feitas pelo vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), filho de Bolsonaro, e aliados, o PL mineiro garante que a rela��o entre os dois � boa e que o plano � caminhar juntos no maior n�mero de cidades mineiras nas elei��es municipais de 2024. O filho de Bolsonaro chegou a dizer nas redes sociais que Zema � um “liberal que gosta de aumentar imposto e fazer cara de idiota”.
Mas nem essas ofensas nem a decis�o de parte dos deputados estaduais do PL de votar contra o projeto de lei do governador, j� aprovado e transformado em lei, que aumentou o Imposto Sobre Circula��o de Mercadorias e Servi�os (ICMS) de produtos “sup�rfluos”, teria colocado as legendas em campos opostos.
Por causa dessa vota��o, o deputado estadual Bruno Engler (PL) deixou a vice-lideran�a do governo no Legislativo. Engler foi um dos parlamentares do PL, entre tantos outros da base governista, que se op�s � majora��o de tributos. Ele ser� substitu�do pelo deputado Coronel Henrique (PSL). De acordo com nota oficial do bloco de apoio ao governador na Assembleia, a sa�da de Engler foi de comum acordo e acertada com o secret�rio de Governo, Gustavo Valadares (DEM).
Nos bastidores, a informa��o � de que Engler teria deixado o cargo para n�o ter que se indispor com o eleitorado em “pautas pol�micas, mas necess�rias” para o governo, j� que o plano principal do partido � a conquista da prefeitura a capital. A direita aposta todas as fichas em Engler que foi o deputado estadual mais bem votado de Belo Horizonte, onde obteve 14% de todos os votos para o Legislativo. As cr�ticas de Carlos tamb�m est�o sendo avaliados como arroubos de um filho em defesa do pai, que n�o correspondem ao pensamento do ex-presidente e nem de seu partido.
Zema n�o vai participar das atividades oficiais e p�blicas organizadas pelo partido do ex-presidente, mas deve se encontrar com Bolsonaro e tamb�m com Engler, pr�-candidato do PL � Prefeitura de Belo Horizonte, durante um caf� da manh� no hangar do aeroporto.
AFAGOS
A �ltima apari��o dos dois juntos foi no final de agosto passado, quando Zema entregou a Bolsonaro o t�tulo de cidad�o honor�rio em cerim�nia solene na Assembleia Legislativa. Na ocasi�o, al�m da honraria, o ex-presidente tamb�m recebeu afagos de Zema. Depois desse epis�dio, Zema teceu algumas cr�ticas � gest�o de Bolsonaro despertando a ira da fam�lia e de apoiadores do ex-presidente. No entanto, o governador tem sido agora mais contido ao se referir ao ex-presidente. Em entrevista a um jornal paranaense no �ltimo dia 3, Zema deu respostas evasivas ao ser questionado sobre sua rela��o com o ex-mandat�rio da Rep�blica.
Na �ltima segunda-feira, a bancada do PL tamb�m se reuniu com Zema para estreitar as rela��es e discutir a��es e pautas em comum. De acordo com o presidente do PL mineiro, deputado federal Domingos S�vio, a conversa foi excelente. “Temos (PL e Novo) muito mais coisas em comum do que pontos divergentes. E al�m disso, temos algo mais: em hip�tese nenhuma o PL se aliar� ao PT ou aos partidos radicais de esquerda, mesmo pensamento expresso pelo governador para a bancada”, afirmou o deputado.
Sobre um poss�vel apoio � candidatura de Engler, ele disse que ainda � cedo para essa defini��o. “Mas no que depender das duas legendas, temos uma clareza de prop�sito: vamos juntos aonde for poss�vel em defesa das pautas que nos unem e que s�o muitas e contra nosso advers�rio em comum, o PT”.
A��es no TSE
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) marcou para ter�a-feira tr�s a��es de investiga��o eleitoral (Aijes) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro que tratam de suposto uso de pr�dios p�blicos federais para para campanha eleitoral, o que � vedado por lei. Todas foram liberadas para julgamento pelo relator, ministro Benedito Gon�alves, que no m�s passado juntou os processos para an�lise conjunta, sob a justificativa de que t�m “conex�o relevante em fun��o da tese jur�dica a ser debatida”. Entre os atos investigados est�o transmiss�es ao vivo com teor eleitoral feitas nos pal�cios da Alvorada e do Planalto.