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Estado de Minas GUERRA NO ORIENTE M�DIO

Brasil foca em resgatar grupo que est� em Gaza

Governo envia avi�o da Presid�ncia para repatriar 22 pessoas, mas brasileiros dependem de autoriza��o para entrar no Egito


13/10/2023 07:53
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Avião brasileiro embarcou para Roma, na Itália, onde irá aguardar novas ordens
Avi�o brasileiro embarcou para Roma, na It�lia, onde ir� aguardar novas ordens (foto: GOV BR/FAB)

O Brasil se prepara para a opera��o de resgate de cidad�os que est�o na Faixa de Gaza, bombardeada por Israel. O governo federal enviou, nesta quinta-feira, um avi�o da Presid�ncia da Rep�blica — capaz de transportar at� 40 pessoas — para buscar ao menos 22 brasileiros que querem deixar a Palestina.

A repatria��o ser� feita assim que o grupo conseguir atravessar a fronteira e entrar no Egito.

Apesar de o governo eg�pcio ter sinalizado disposi��o para ajudar o Brasil com o resgate, existem entraves, e a entrada dos brasileiros ainda n�o foi autorizada.

O Egito teme que os estrangeiros resgatados se tornem refugiados em seu pa�s, o que n�o ocorrer� no caso dos brasileiros, que ser�o buscados imediatamente no aeroporto do Cairo. Por�m, outros pa�ses, como os Estados Unidos, tamb�m pedem passagem para seus cidad�os, complicando o tr�mite. Al�m disso, a cidade de Rafah, �nica travessia poss�vel, � alvo de bombardeiros israelenses.

A oportunidade pode ser aberta ap�s a reuni�o emergencial desta sexta-feira, do Conselho de Seguran�a da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU), convocada pelo Brasil para discutir a abertura de corredores humanit�rios na regi�o.

At� esta quinta-feira, 28 pessoas tinham pedido ao Brasil para deixarem Gaza, mas uma fam�lia, com seis membros, desistiu do retorno.

O presidente Luiz In�cio Lula da Silva conversou, nesta quinta-feira, por videoconfer�ncia, com ministros de Estado sobre o tema. De acordo com o Planalto, o governo trabalha para reunir a documenta��o dos brasileiros e dos �nibus que ser�o usados para transportar o grupo at� a fronteira — os ve�culos j� foram contratados pela Embaixada do Brasil na Palestina. "Para garantir a seguran�a do deslocamento at� a fronteira e informar autoridades eg�pcias, palestinas e israelenses o dia e o hor�rio em que o �nibus faria esse trajeto", disse, em nota.
A avalia��o atual � de que o resgate depende da cria��o de um corredor humanit�rio na fronteira para retirada de civis, principal demanda do encontro desta sexta-feira do Conselho de Seguran�a da ONU. A opera��o do governo brasileiro est� pronta para execu��o assim que a passagem for autorizada.

O avi�o usado para buscar os brasileiros no Egito � o VC-2, modelo Embraer 190, que aguarda em Roma, na It�lia. A aeronave j� foi usada em outras opera��es do tipo, como para resgatar brasileiros presos na China durante a pandemia da covid-19.

Dos 22 cidad�os que aguardam a repatria��o, 13 est�o abrigados em uma escola. Os demais est�o em suas resid�ncias. O Brasil pediu a Israel que n�o bombardeie a escola.

Assim como a popula��o da Faixa de Gaza, os brasileiros enfrentam a falta de energia el�trica, �gua e acesso a alimentos e medicamentos, causada pelo cerco de Israel.

A comunica��o tamb�m � dif�cil, j� que muitos est�o ficando sem bateria em seus celulares e precisam se deslocar para �reas de maior perigo em busca de recarregar os aparelhos.

Eles s�o acompanhados pela Embaixada do Brasil na Palestina, que tamb�m fornece atendimento psicol�gico virtual para atenuar os efeitos da guerra.

Depoimento

Mohamed nasceu nos Emirados Árabes e morou até os 16 anos no Brasil
Mohamed nasceu nos Emirados �rabes e morou at� os 16 anos no Brasil (foto: Reprodu��o/Redes sociais)

Em entrevista ao Correio, Mohamed El Assar, de 32 anos, contou como est� a situa��o para os palestinos, em meio � violenta resposta israelense aos ataques do grupo terrorista Hamas.

Mohamed nasceu nos Emirados �rabes, mas foi trazido para o Brasil pela fam�lia quando tinha apenas oito meses. Eles moraram em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

"Viver numa guerra j� � dif�cil, imagina viver numa guerra sem �gua e sem luz. A� fica uma coisa quase imposs�vel. � a pior guerra de todas. Destrui��o total, n�o tem lugar seguro em Gaza no momento. Quase toda a Gaza j� perdeu um conhecido", relatou.

Segundo ele, ainda � poss�vel encontrar alimentos nos mercados, embora a comida esteja escassa, porque "n�o tem ningu�m para trazer o alimento". "Est� dif�cil, est� o b�sico do b�sico".

"O problema maior, no caso dos rem�dios, � que voc� n�o consegue sair para comprar. E agora, se algu�m se ferir, n�o vai conseguir espa�o nos hospitais, porque est�o lotados de feridos da guerra", afirmou.

Mohamed contou que chegou a buscar a repatria��o junto ao Escrit�rio de Representa��o do Brasil em Ramala. No entanto, o passaporte, que atesta ser ele um morador permanente do Brasil, perdeu a validade em 2008, o que o impossibilitou de conseguir voltar ao pa�s junto a esposa e os dois filhos palestinos. "Praticamente nasci no Brasil, onde morei at� os 16 anos", ressaltou.

T�o dif�cil quanto o acesso a �gua, alimentos ou rem�dios, � a prote��o. "N�o tem como se proteger. O jeito � ficar em casa — quem ainda tem casa, porque muitas foram destru�das. Quem n�o tem mais, vai para casas de familiares ou escolas na UNWRA (Ag�ncia das Na��es Unidas de Assist�ncia aos Refugiados da Palestina no Pr�ximo Oriente)", explicou.

"No final, a a��o e a rea��o n�o importam mais, porque � passado. O que importa agora � que a guerra acabe de um jeito 'menos pior' poss�vel", ressaltou Mohamed.


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