
O alerta acontece no mesmo dia da demiss�o do presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunica��o), H�lio Doyle, por postagens anti-Israel. Em um dos casos, Doyle compartilhou uma mensagem que chama de "idiota" os apoiadores do Estado israelense.
"N�o se trata de falar mal de A ou de B. Trata-se, em primeiro lugar, de tratar com respeito, seriedade, gravidade, delicadeza o momento", declarou Pimenta, em entrevista � Folha de S.Paulo nesta quarta-feira (18).
"Se a conduta do Brasil � uma conduta de respeito, de busca da promo��o da paz, de manter uma capacidade de di�logo com todos os atores que est�o nesse cen�rio de guerra e a garantia da busca com seguran�a das fam�lias brasileiras que est�o l�, � esse tipo de comportamento e postura que esperamos de todos os servidores e servidoras que t�m posi��o de chefia dentro do governo", completa.
Na quarta-feira, o governo demitiu Doyle da presid�ncia da EBC ap�s uma s�rie de postagens nas redes sociais do jornalista que criticam Israel e seus apoiadores.As publica��es acontecem em um momento em que o Brasil ocupa temporariamente a presid�ncia do Conselho de Seguran�a da ONU, que tem tratado do conflito em uma s�rie de reuni�es.
Al�m disso, o governo brasileiro est� em tratativas para repatriar os cidad�os do Brasil que ainda est�o na Faixa de Gaza, palco atual do conflito.
"N�o precisa ser sionista para apoiar Israel. Ser um idiota � o bastante", diz a mensagem republicada por Doyle, que depois a apagou. A mensagem original compartilhada pelo jornalista � de autoria do cartunista Carlos Latuff.
Pimenta n�o comenta especificamente as publica��es e a demiss�o de Doyle, mas cobrou de todo servidor que ocupa fun��o de chefia "responsabilidade com qualquer declara��o, qualquer atitude".
"Porque quem acaba respondendo por ela � o governo como um todo. Nesse caso espec�fico, a partir do momento que o presidente manifesta uma posi��o e essa posi��o tem como princ�pios o Brasil, � frente do Conselho de Seguran�a da ONU, trabalhar pela promo��o da paz e a garantia da repatria��o de todos os brasileiros e brasileiras que se encontram na �rea, da zona de conflito, essa orienta��o deve ser observada por todo mundo sem exce��o", afirma.
O chefe da Secom, por outro lado, diz que essas orienta��es n�o representam nenhum tipo de censura ou proibi��o de manifesta��es sobre o conflito no Oriente M�dio. Mas alerta que ser� preciso diferenciar o que seria opini�o de "achincalhamento" ou "ataque gratuito".
"N�o existe nenhuma orienta��o nesse sentido [de proibir manifesta��es]. O que h� � uma recomenda��o de bom senso, de no momento em que o presidente da Rep�blica tem um posicionamento p�blico sobre o assunto, esse posicionamento passa a ser o posicionamento do governo e dos seus principais porta-vozes, que s�o os ministros e o primeiro escal�o do governo", declarou.
Segundo ele, existe "uma dist�ncia muito grande entre voc� ter uma opini�o e fazer um achincalhamento, deboche, uma agress�o gratuita que n�o est� em sintonia com a conduta com que o presidente espera de cada um de n�s".
A guerra entre Israel e o Hamas eclodiu no �ltimo dia 7 depois que o grupo terrorista promoveu ataques em territ�rio israelense que deixaram ao menos 1.400 mortos. Israel iniciou uma campanha de retalia��o via bombardeios. Ao menos 3.500 palestinos morreram.
Lula condenou prontamente os atentados contra Israel, classificando como "ataques terroristas". No entanto, n�o mencionou em sua manifesta��o o grupo terrorista Hamas.
O Brasil adota a posi��o de s� reconhecer como terrorista os grupos assim definidos pelo Conselho de Seguran�a da ONU --o que n�o � o caso do Hamas.
Mais recentemente, Lula usou sua rede social para lamentar o ataque contra um hospital na Faixa de Gaza, que deixou pelo menos 500 mortos. Mas tomou cuidado para n�o atribuir a a��o a nenhum dos lados em particular.
"O ataque ao Hospital Baptista Al-Ahli � uma trag�dia injustific�vel. Guerras n�o fazem sentido. Vidas perdidas para sempre. Hospitais, casas, escolas, constru�das com tanto sacrif�cio destru�das m instantes. Refa�o este apelo. Os inocentes n�o podem pagar pela insanidade da guerra", escreveu.