Em tempos de superexposi��o e valoriza��o da imagem, uma pergunta n�o quer calar: voc� se reconhece no espelho? Aquele reflexo diz sobre quem voc� �, revela seu perfil e os tra�os de sua verdadeira personalidade?
Especialistas em comportamento, consultoria de estilo e imagem pessoal, coach, visagismo e outras �reas relacionadas � est�tica e ao bem-estar concordam que, muitas vezes, a resposta para a pergunta � negativa.
Diante do espelho e do mundo, n�o raro a busca pelo encaixe nos padr�es est�ticos ditados pela moda, a preocupa��o em atender �s expectativas alheias ou mesmo a rotina corrida distanciam o sujeito dele mesmo, gerando ru�dos na comunica��o e na percep��o da pr�pria imagem.
Nesta edi��o do Bem Viver, conversamos com profissionais e com pessoas que resolveram olhar para si mesmas em busca da pr�pria imagem. Gente como Eliz�ngela de Almeida Pires, que deixou para tr�s a s�ndrome de patinho feio para assumir a carreira de modelo plus size. E isso ap�s os 40 anos. Ou a advogada L�lian Drumond. Frente ao desejo de mudar de �rea profissional, ela encontrou no visagismo muito mais que uma apar�ncia mais leve e em sintonia com a nova profiss�o. “Estou me sentindo extremamente feliz e alegre, experimentando um bem-estar enorme.Todo mundo me acha mais bonita e mais jovem”, celebra.
REFLEXO
Psicanalista, consultora de estilo e imagem, M�riam Lima destaca que o espelho revela muito mais sobre o indiv�duo do que imaginamos. E que nenhuma consultoria especializada ou banho de loja � capaz de responder aos anseios que o sujeito tem, de fato. Nesse sentido, a imagem pessoal pode revelar mais do que est� por dentro de todos n�s.
E voc�, est� disposto a olhar para si mesmo? Gosta do reflexo que v�?
Projeto volunt�rio trabalha o resgate da autoestima em diversas comunidades. Participantes redescobrem o amor-pr�prio e o potencial para deixar as imagens distorcidas no passado
Consultora de imagem h� 12 anos, Carol Meyer saiu incomodada de uma palestra depois de mais uma vez ouvir uma plateia aflita por se encaixar nos padr�es est�ticos vigentes. “J� percebia que muitas mulheres sofrem em busca da imagem perfeita, mas tive depoimentos t�o fortes que me vi na obriga��o de fazer algo de concreto. Pensei: 'Essa ditadura precisa acabar'.”
O gatilho resultou na cria��o do Projeto Autoestima, iniciativa que ganhou visibilidade nas redes sociais. Carol usou a pr�pria rede de amigos para reunir profissionais de �reas distintas, como beleza, fotografia e psicologia, interessados em ajudar. E partiu para a a��o em torno de comunidades diversas. O p�blico masculino tamb�m � bem-vindo nas reuni�es, que incluem muito bate-papo, servi�os est�ticos, sess�es de fotos e terapia.
TRANSFORMA��O
“O projeto � uma maneira de fazer com que as pessoas se vejam al�m das apar�ncias, sem tanta exig�ncia e press�o para ser perfeitas. Na minha trajet�ria, sempre incomodou o fato de indiv�duos n�o se gostarem por completo. Defeitos praticamente imagin�veis sempre foram descritos com muita dureza durante palestras e consultorias e fui percebendo que essa insatisfa��o n�o tinha a ver com beleza, mas com conhecimento pessoal.”
DESCOBERTA
Eliz�ngela de Almeida Pires, de 45 anos, secret�ria, transformou a imagem que fazia de si mesma. “Sofri bullying na escola durante a adolesc�ncia devido ao bi�tipo 'gorda, negra e de cabelo bombril', como diziam na �poca. Sentia-me o patinho feio. S� comecei a valorizar minhas qualidades mais tarde, gra�as a um amigo, que elogiou meu sorriso e outros atributos, e pediu que eu passasse batom vermelho. Ali, vi que eu era bonita, que meu cabelo era bonito. Independentemente do que a sociedade imp�e como padr�o e se torna castigo para quem n�o se encaixa”, conta.
Eliz�ngela credita ao apoio do amigo � nova vis�o de si mesma. “N�o era de fato o patinho feio que imaginava ser. Ao contr�rio, sempre fui rodeada de pessoas que se espelhavam em mim.”
Mas o passo final para deixar aquela experi�ncia negativa no passado veio com a participa��o no Projeto Autoestima. “J� seguia a Carol e vi que ela fez a p�gina no Facebook. Ent�o, me inscrevi, participei, me reencontrei com o sonho de ser modelo plus size. Ap�s a sess�o de fotos, acabei 'descoberta' por uma ag�ncia, recebi convites para diversos trabalhos e estou mais feliz que nunca. Hoje, estou ajudando outras pessoas a se enxergar por dentro, pois � a beleza interior a que mais conta.”
PROCESSO
Tamb�m professora e escritora, autora do blog Dicas da Carol, a consultora de imagem Carol Meyer destaca que o Projeto Autoestima vem colhendo resultados. “Quando uma pessoa, homem ou mulher, se aceita e at� gosta dos pequenos defeitos - afinal, todos n�s os temos -, ela consegue atingir uma boa autoestima, o que se reflete em todas as situa��es e rela��es da sua vida. E � fundamental se sentir bem para experimentar a plenitude em todos os sentidos.”
O grupo, que objetiva facilitar o processo de confian�a, seguran�a e aceita��o entre os participantes, se re�ne uma vez por m�s, mant�m uma conta no WhatsApp para troca de ideias e apoio m�tuo e j� fez a��es pontuais em comunidades da cidade (com idosos na Igreja S�o Tarc�sio, no Bairro Nova Cintra, e grupo de adolescentes gr�vidas no posto de sa�de do mesmo bairro). Participam como parceiros volunt�rios o cabeleireiro Ramiro Cerqueira, a psic�loga L�lian Lima, fot�grafos e outros profissionais.
“� muito interessante perceber como a imagem pessoal influencia at� o nosso humor. Quando uma pessoa se sente bem consigo mesma, nada lhe parece imposs�vel e ela cultiva por si um grande respeito, reconhece o seu valor”, frisa Carol.
IMAGEM FAKE
A consultora ressalta que um simples corte de cabelo pode ser o gatilho para a redescoberta de si mesmo. “Um caso interessante foi de uma mulher, rec�m-sa�da de uma depress�o p�s-parto, que resolveu dar um basta no papel de v�tima e deu a volta por cima. O primeiro passo para come�ar essa nova era foi cortar o cabelo, um marco. Apesar de o marido n�o gostar, ela disse que precisava recome�ar e viu que, o que realmente importava, naquele momento, era o que ela pensava sobre si mesma. Foi uma liberta��o”, conta.
Para a consultora, reconhecer e gostar da imagem que temos como um grande presente � um passo importante para cultivar e levantar o amor-pr�prio, a autoestima. “N�o � uma gordurinha a mais, nem a cor da pele ou um nariz fora do 'padr�o' que vai me reduzir ao que n�o sou. Em um mundo feito de apar�ncias, � necess�rio mostrar o algo mais, que tem a ver com intelig�ncia, talento, diversidade, simpatia, charme, eleg�ncia... � hora de valorizar o que temos de melhor e deixar essa imagem fake de lado. Somos mais do que isso.”
ESPELHO X FELICIDADE
A consultora de imagem lembra: “N�o existe como voc� ser feliz sem se aceitar. E isso n�o quer dizer que voc� precisa se encaixar em alguma coisa, apenas valorizar o que tem. Vejo muitas mulheres deprimidas, exatamente por n�o se aceitarem. Ou por se preocuparem mais com a opini�o do outro sobre si”. Carol refor�a que a autoestima pode ser trabalhada e fortalecida. “� uma sementinha que precisa ser regada todos os dias. Claro que ela ser� abalada de v�rias formas, por meio de relacionamentos abusivos, dist�rbios alimentares, chefes intolerantes, pais que cobram o que um filho n�o pode dar. E � por isso que ela precisa ser alimentada com gestos simples e apoio, muito apoio. Comece elogiando um amigo, incentivando uma crian�a, sendo am�vel com algu�m. Tudo isso faz diferen�a”, finaliza.
SERVI�O
Projeto Autoestima
Para participar, basta acessar o grupo https://chat.whatsapp.com/J0oX2uURw0NEI718fIM0Su ou mandar e-mail para [email protected].
L�lian Lima - psic�loga cl�nica, terapeuta cognitivo comportamental
Amor-pr�prio em alta
1) De que forma a imagem do indiv�duo permeia a psicologia?
H� diversas demandas relacionadas a tudo que envolve autoestima, autoimagem e autoconceito, pois o tema permeia emo��es e sentimentos.
2) A quest�o visual/est�tica acaba extrapolando os limites da apar�ncia por si s�,certo?
Sim. Vivemos em um pa�s em que a cultura do magro, do corpo escultural, o que comemos, a forma como nos vestimos e nos enquadramos moldam nosso comportamento. Com isso, nossos desejos acabam se anulando em fun��o desse padr�o considerado ideal. Muitas vezes, nem nos reconhecemos, por excesso de desejos e est�mulos coletivos.
3) Como essas quest�es s�o trabalhadas no Projeto Autoestima?
No projeto, respeitamos cada indiv�duo com o que ele tem de melhor, o que n�o est� limitado � apar�ncia, ou ao que fazem ou n�o. Estimulamos a autoestima e o amor-pr�prio.
4) Como podemos trabalhar a autoestima?
A autoestima vai muito al�m de se enquadrar em padr�es. Est� relacionada a como me vejo, me percebo, me sinto diante de diversos desafios do dia a dia e da vida. Quanto mais me conhe�o, mais desenvolvo minhas potencialidades e diferencio minha imagem individual da coletiva (a ideia de compara��o). � importante ressaltar tamb�m que a autoestima n�o est� ligada a cultura, quest�es financeiras, posses, bens e finan�as. Pelo contr�rio, tem a ver com autoconhecimento: � medida que me conhe�o, mais valorizo minhas potencialidades.
5) Em que medida o autoconhecimento e a autoaceita��o impactam na qualidade de vida do sujeito?
Como disse antes, conhecer-se � fundamental para ter autoestima: quanto mais me conhe�o, mais chances de conviver de forma harm�nica com meus desejos e minhas limita��es. Porque � importante pensar tamb�m que somos seres com potencialidades altas e baixas. Por exemplo, posso ser excelente psic�loga, mas um fracasso como jogadora de basquete. Isso n�o significa que minha autoestima estaria comprometida no todo. Quando me conhe�o, reconhe�o que tenho potencialidades para algumas quest�es e n�o para outras. E quanto mais estima tiver sobre mim, mais me sentirei feliz. � isso que buscamos trazer para o projeto e as pessoas envolvidas nele.
6) A beleza vai al�m da apar�ncia, certo? Tem a ver com autocuidado, autocarinho?
Sim. Lembra-se da imagem do gatinho que se olha no espelho e v� um le�o? Tem a ver como ele se v�, se sente, se idealiza. N�o preciso me submeter a procedimentos para me tornar a Gisele B�ndchen. Mas posso me sentir linda e poderosa como ela. Cuidar-me diariamente tem tudo a ver com carinho, e n�o estou falando de ter roupas caras ou de marca, mas sim de me vestir para me sentir feliz, realizada, confort�vel. E quando me conhe�o, tenho meu pr�prio estilo, me sinto bem com ele, tudo fica mais leve e gostoso.
A imagem reflete o interior
Comprar demais pode estar relacionado a insatisfa��es e at� a dist�rbios emocionais. Para psicanalista e consultora de estilo, autoconhecimento � a chave para um visual poderoso
A consultoria proposta por M�riam n�o atende a clientes que querem apenas repaginar o visual exterior. Por isso, o trabalho em si � precedido de encontros e entrevistas, em que a profissional convida a mulher a falar sobre si mesma. “A ideia final � chegar a uma identidade visual coerente, genu�na e em acordo com a personalidade e com quem ela � de fato. N�o gosto de aplicar apenas a consultoria t�cnica, mas facilitar o processo de levar a cliente a se apropriar da pr�pria hist�ria de vida, a entender por que est� se comportando de um jeito ou outro – usando sempre o mesmo modelo ou comprando demais, por exemplo. E isso para que a mulher possa se conhecer mais. Meu trabalho � ajud�-la a entender o pr�prio estilo e abrir o leque de possibilidades de construir a imagem a partir dele.”
EXCESSOS
M�riam acredita que ningu�m precisa de 500 roupas no arm�rio e nem de comprar pe�as a cada lan�amento para estar bem-vestida. Um visual coerente tamb�m n�o tem a ver com conta banc�ria ou roupas de grife. “Um arm�rio com 50 modelos ou menos � mais que suficiente”, aponta. E frisa: “Cada vez mais, � necess�rio consumir de forma respons�vel. O que vale � mostrar personalidade por meio da roupa, do cabelo, da atitude”.
A consultora destaca o que considera excessos ou mesmo a presen�a de alguma quest�o psicol�gica que deve ser trabalhada por meio de terapia e n�o de uma consultoria de imagem.
“Uma pessoa que � escrava da imagem pessoal, que gasta muito tempo pensando na roupa que vai usar, que compra demais, busca tend�ncias de forma insana, se compara com os outros o tempo todo... Essa insatisfa��o com a pr�pria imagem pode indicar alguma dificuldade ps�quica”, afirma.
Nesses casos, M�riam acredita que buscar o autoconhecimento � a chave para um visual poderoso e que deixe a pessoa mais feliz. “Cada caso � �nico. Muitas vezes, n�o conseguimos fazer mudan�as s� com as t�cnicas de imagem pessoal. Penso que � preciso entender a causa que faz o indiv�duo se comportar daquela forma diante da pr�pria imagem. Muitos se endividam para cumprir determinado papel. Ou apresentam insatisfa��o imagin�ria com o corpo. N�o se enxergam da forma como realmente s�o. Ent�o, a solu��o passa por quest�es internas e n�o apenas est�ticas.”
REPAGINADA
Uma vez descoberta ou renovada, a imagem satisfat�ria faz um bem danado. � o que garante L�lian Drumond Corr�a, de 48 anos. Advogada h� 25 anos, ela procurou a visagista e cabeleireira Wan�bia Sena durante o processo de transi��o de carreira, do direito para a �rea de gerenciamento de empresas e gest�o de neg�cios. “O visual do advogado � muito formal. Com a mudan�a, quis ter uma apar�ncia mais acess�vel, transmitir suavidade”, conta.
Com a ajuda da profissional, L�lian mudou a cor e o corte de cabelo, al�m de adotar dicas para a composi��o do guarda-roupa, usando pe�as mais alegres e que valorizam o tom de pele. O resultado, conta, foi espetacular. “Senti-me melhor no ato. Estou extremamente feliz, alegre, experimentando um bem-estar enorme. Antes, estava com o aspecto envelhecido, cansado. Agora, todo mundo me acha mais bonita, mais jovem. J� estava no processo de mudan�a h� um tempo. Havia emagrecido, por quest�o de sa�de, e o visagismo coroou essa mudan�a de postura mesmo, estou muito mais alegre”, celebra.
Wesley Francisco Moraes da Silva, booker de ag�ncia de modelos
No universo das modelos
Booker de uma ag�ncia de modelos, Wesley Francisco Moraes da Silva lida o tempo todo com beldades de passarela e capas de revista. Revela que, em sua vis�o, imagem � tudo: o corpo, como a pessoa se veste, a forma como se comunica. Mas lembra que, neste s�culo 21, a personalidade � mais valorizada que os padr�es. “Formas perfeitas e corpos muito magros est�o ficando de lado. O que mais est� sendo observado � o que essas meninas fazem, o que elas representam, como se vestem, o que pensam. Beleza � importante, mas ter seguran�a e personalidade � fundamental”, analisa. H� pouco, foi o pr�prio Wesley quem decidiu dar um tapa no visual. O desejo, conta, surgiu ap�s mais um exame de rotina, no qual o m�dico voltou a falar sobre os problemas de sa�de relacionados ao excesso de peso. “Culpava os m�dicos, mas n�o fazia a minha parte.” Al�m dos treinos, ele passou a cuidar da alimenta��o. Com a nova rotina, fez as pazes com o espelho. “Quando voc� se sente bem, cada vez mais bonito e disposto, a rela��o consigo e com o mundo se transforma. Antes, me escondia em um personagem que n�o ligava muito para est�tica e sa�de. Hoje, me olhando no espelho (leonino que sou) me amo. Ainda n�o cheguei aonde quero, mas j� estou extremamente feliz por alcan�ar os resultados que tive.”
O que voc� expressa por meio da sua apar�ncia?
“Visagismo � a arte de criar um visual personalizado, levando em conta caracter�sticas f�sicas e emocionais”, conceitua a cabeleireira e visagista Wan�bia Sena. Segundo a especialista, o visagismo se relaciona ao rosto e ao equil�brio das formas, linhas, cores, volumes e texturas, que s�o a base da linguagem visual usada para construir toda e qualquer imagem que transmite uma inten��o. Ela explica que o trabalho gira em torno da pergunta: o que voc� deseja expressar pela sua imagem? “No entanto, respond�-la n�o � t�o f�cil”, afirma. Ela justifica que a dificuldade gira em torno de quest�es que demandam reflex�o sobre como voc� quer se sentir ou quem � voc�. “A inquietude das clientes sempre me incomodou: isso combina comigo? O que vai ficar bom? Formei-me em visagismo justamente para buscar essas respostas com mais assertividade. Hoje, a constru��o da imagem personalizada tem a ver com investiga��o. Por meio do temperamento, do gestual, do per�odo de vida pelo qual a pessoa est� passando.”
No espa�o em que atende com hora marcada, o primeiro passo da profissional � avaliar o perfil e a expectativa de cada mulher. Ela comenta ainda que um trabalho de visagismo ideal envolve, al�m da an�lise de caracter�sticas f�sicas, as nuances psicol�gicas da pessoa, e objetiva a “harmonia da apar�ncia f�sica com a alma do ser”. No contexto, conhecer o temperamento do cliente facilita a comunica��o. “� a coer�ncia do conjunto que fortalece a imagem pessoal, intensificando, atenuando e harmonizando as caracter�sticas que a comp�e.”
REPROGRAMA��O DE CREN�AS
Tamb�m no meio profissional a imagem externa reflete o interior do indiv�duo. J�lia Lobo, publicit�ria, master coach e analista de perfil comportamental, diretora da Febracis-BH (escola de forma��o), afirma que o conceito de imagem pessoal est� relacionado a todos os aspectos da vida. “A partir de uma perspectiva b�sica, a imagem pessoal � a forma como voc� se v�, sua percep��o sobre si mesmo e como voc� se revela para o outro. E n�o envolve apenas o visual, englobando a forma como voc� se comunica verbalmente, por gestos, por meio de comportamentos e cren�as.”
N�o por acaso, gerenciar essa imagem � um processo que demanda autoconhecimento. “A forma como a pessoa se v� est� ligada ao que ela aprendeu, desde a inf�ncia, sobre sua identidade.”
Segundo a coach, “o autoconhecimento traz � consci�ncia as cren�as limitantes e fortalecedoras de um indiv�duo e a possibilidade de mudan�a. A autoestima pode ser desenvolvida com a consci�ncia de quem voc� verdadeiramente �, e n�o sobre o que dizem sobre voc�”.
De bem com o espelho
Psicanalista e consultora de imagem, M�riam Lima aponta alguns sinais que indicam a insatisfa��o pessoal com a imagem. Se voc� se identifica com mais de um, ligue o alerta e fa�a uma autoavalia��o.
» Dar muito valor para a imagem do outro em detrimento da sua (� o outro que � bonito). Veja: nem voc� � t�o ruim e nem o outro � t�o bom.
» Insatisfa��o constante: trocar muitas vezes de roupa antes de sair (insatisfa��o com as formas do corpo); Avalie: esse quadro n�o se resolver� com mais compras. Demanda uma investiga��o mais profunda.
» Lembre-se: pessoas que n�o se conhecem tendem a ser escravas da imagem e a se preocupar demais com a opini�o dos outros sobre elas.
» Comparar-se com celebridades n�o leva ningu�m a melhorar a autoestima; Perceba que aquela imagem � produzida e foge totalmente ao padr�o comum.
» Comprar demais e, no entanto, usar sempre o mesmo padr�o de roupa. N�o h� nada contra compras, mas lembra que o excesso e a necessidade de estar sempre usando a �ltima tend�ncia � um mau sinal.
Cinco dicas para ter um guarda-roupa sustent�vel
1) Conhe�a seu estilo, seu tipo f�sico e as melhores cores para seu tom de pele, assim, aumentam-se as chances de ter pe�as que realmente vai usar.
2) Procure usar a teoria do guarda-roupa c�psula, em que as possibilidades de combina��es aumentam e voc� usa mais vezes o que j� tem. Por exemplo: tr�s partes de baixo (duas cal�as e uma saia), quatro partes de cima (blusas, camisas ou camisetas) e tr�s terceiras pe�as (jaquetas, blazers, cardigans ou coletes), que tudo combine entre si. Dessa maneira, voc� ter� at� 48 looks. Acredite!
3) Repita roupa! est� na moda.
4) Use a teoria dos 6Rs: Repensar, Reutilizar, Reparar, Reduzir, Reciclar e Recusar. Tente repensar em usar de maneira diferente o que j� tem. Reaproveitar pe�as customizando ou consertando, reduzir as compras de pe�as novas, revender e at� recusar aquilo que n�o tem a ver com seu estilo.
5) Ao comprar algo novo, pesquise sobre a marca, se eles t�m alguma preocupa��o com sustentabilidade em rela��o aos materiais utilizados, � m�o-de-obra, economia circular etc. Frequente brech�s ou lojas de revenda. H� v�rias pe�as maravilhosas por a�!
Fonte: Silvia Scigliano, vice-presidente da Associa��o Internacional dos Consultores de Imagem do Brasil (AICI)
Tr�s perguntas para...
J�lia Lobo, analista de perfil comportamental e master coach
Quando a pessoa comunica algo que ela n�o �, quando n�o existe congru�ncia, podemos considerar um problema para comunicar a pr�pria imagem. Nesse caso, geralmente, as roupas, falas, comportamentos e resultados n�o t�m uma liga��o entre si.
2) Do ponto de vista do coach � poss�vel trabalhar o resgate e ou a constru��o dessa imagem?
Sim, a partir da reprograma��o de cren�as. O coach Integral Sist�mico trabalha diretamente no fortalecimento da sua programa��o mental sobre sua identidade, capacidade e merecimento. Tudo come�a pelo autoconhecimento sobre esses aprendizados, depois vem o impacto da autorresponsabilidade, e a possibilidade de mudar, seguida de a��es que fortalecem as novas cren�as e novos aprendizados.
3) De que forma a harmonia entre sujeito e imagem impacta a qualidade de vida?
Quando voc� associa os seus comportamentos, sentimentos e pensamentos sobre si mesmo de maneira fortalecedora e congruente, voc� muda os seus resultados. Voc� passa a ter intelig�ncia emocional e sucesso em v�rias �reas da sua vida e do seu dia a dia, e isso passa a ser um estilo de vida.