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Estado de Minas ENTENDA

C�ncer de ov�rio: pesquisadora mineira pode revolucionar tratamento da doen�a

Composto � base do metal pal�dio, criado por professora da federal de Uberl�ndia, � seletivo e potente no combate ao tumor ovariano


31/01/2020 07:00 - atualizado 11/10/2021 19:38
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Carolina Oliveira, professora do Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), na sala de aula
Carolina Oliveira, professora do Instituto de Qu�mica da Universidade Federal de Uberl�ndia (UFU). Pesquisadora mineira descobriu composto capaz de vencer c�lulas de tumor ovariano resistentes ao tratamento convencional, com menos efeito colaterais (foto: Arquivo pessoal)



RESUMO DA NOT�CIA
 
  • Composto de pal�dio desenvolvido por professora mineira � nova promessa no combate ao c�ncer de ov�rio
  • Mol�cula mostrou efici�ncia contra tumores resistentes ao tratamento tradicional, � base de cisplatina
  • Outra vantagem da subst�ncia � que ela mata o tumor sem afetar tecidos saud�veis
  • Isso indica a possibilidade de desenvolver rem�dios com menos efeitos colaterais

 

Metal nobre, com aplica��es que v�o da odontologia ao setor automotivo, o pal�dio � a mais nova promessa no combate ao c�ncer de ov�rio. As mol�culas desse elemento se mostraram capazes de destruir c�lulas de tumores ovarianos resistentes � cisplatina - droga utilizada no tratamento dispon�vel hoje - , com a vantagem de preservar os tecidos saud�veis.

 
 
Desenvolvido junto a um grupo de pesquisadores do Instituto de Qu�mica de S�o Carlos da Universidade de S�o Paulo (IQSC-USP), al�m de cientistas do Reino Unido e da It�lia, o trabalho foi destaque de capa do peri�dico brit�nico Dalton Transactions, editado pela Royal Society of Chemistry. O estudo contou ainda com o apoio da Funda��o de Amparo � Pesquisa do Estado de S�o Paulo (Fapesp).
 

Pot�ncia

Carolina explica que o c�ncer de ov�rio -  um tipo de tumor agressivo, que precisa ser tratado rapidamente - costuma apresentar boa taxa de resposta � tradicional cisplatina. H� casos, no entanto, em que as c�lulas cancer�genas n�o reagem ao tratamento. Nos testes in vitro, o composto de pal�dio desenvolvido pela mineira demonstrou efic�cia no combate a essas variantes resistentes.

"Isso pode indicar uma s�rie de possibilidades no futuro. Por exemplo, o uso do pal�dio como tratamento complementar, associado a outras terapias", explica a professora

A nova mol�cula tamb�m demonstrou maior grau de seletividade se comparada � cisplatina, ou seja, capacidade de atacar o c�ncer sem destruir c�lulas saud�veis. Segundo a pesquisadora, isso pode se traduzir em drogas com menos efeitos colaterais. O quimioter�pico atualmente dispon�vel no mercado, afinal, n�o raro causa v�mitos, perda de cabelo, perda de audi��o, altera��o nos funcionamento dos rins e dos nervos,  entre outros desconfortos. 
 

Enzima

O segredo da efici�ncia est� no mecanismo de funcionamento do novo composto. Conforme esclarece a professora da UFU, a cisplatina se liga diretamente ao DNA humano, provocando assim a morte de c�lulas boas e ruins. 

O composto de pal�dio, por sua vez, atua especificamente sobre uma enzima, a chamada topoisomerase. Trata-se de elemento fundamental do processo de replica��o celular, por�m mais abundante nas c�lulas cancer�genas, j� que elas se reproduzem de forma mais acelerada. O que o pal�dio faz � inibir essa enzima. Com isso, as c�lulas cancerosas ficam impedidas de se reproduzir e morrem. 

"Uma vez que o pal�dio se liga � topoisomerase e n�o direto ao DNA, as c�lulas tumorais, que apresentam essa enzima em maior quantidade - se tornam uma esp�cie de 'im�' para ele. Isso, em tese, explica porque o composto � t�o seletivo, ou seja, vai direto no tumor, sem destruir os tecidos saud�veis", conta a pesquisadora. 

"E uma vez que o mecanismo de atua��o do composto � diferente do da cisplatina, ele dribla resist�ncia do c�ncer ao tratamento”, acrescenta. 

Para viabilizar o uso do pal�dio no combate � massa tumoral, os pesquisadores relatam que foi necess�rio desenvolver mol�culas mais est�veis contendo o metal, uma vez que ele � absorvido muito rapidamente pelo organismo humano, o que dificulta sua penetra��o nas c�lulas cancer�genas. 

Em sua pr�xima etapa, o projeto avan�a para os testes em seres vivos. "A ideia � come�ar essa fase, normalmente feita com ratos, ainda este ano. S� depois disso � que v�m os experimentos com humanos. At� que o f�rmaco chegue ao mercado, pode levar uma d�cada. Os resultados alcan�ados at� o momento, no entanto, s�o promissores”, diz Victor Marcelo Deflon, professor do IQSC-USP e coordenador da pesquisa.

Doen�a agressiva

Carolina Oliveira, professora do Instituto de Química da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), e Victor Marcelo Deflon, professor do Instituto de Química de São Carlos da Universidade de São Paulo (IQSC-USP), trabalhando no laboratório.
Projeto foi coordenado pelo professor Victor Marcelo Deflon, professor do Instituto de Qu�mica de S�o Carlos da Universidade de S�o Paulo (IQSC-USP) (foto: Arquivo pessoal)
Embora n�o seja o mais comum, o c�ncer de ov�rio � descrito na literatura m�dica como o mais grave entre os tumores ginecol�gicos. Segundo o oncogeneticista e professor do Departamento de Cl�nica M�dica da UFMG, Andr� Murad, al�m de ser agressiva, a doen�a costuma avan�ar silenciosamente, o que dificulta a detec��o precoce

"Ao contr�rio de c�nceres como o de colo de �tero, por exemplo, que o m�dico consegue detectar por meio de um exame simples como papanicolau, o tumor de ov�rio requer investiga��o minuciosa, com exames de imagem. Mesmo assim, h� risco de falha. Com isso, o diagn�stico costuma ser tardio, ou seja, quando a massa tumoral j� se ramificou. Mesmo nos Estados Unidos, pa�s de medicina avan�ada, a taxa de cura � da ordem de 50%", explica. 

Ainda de acordo com o especialista, em casos em que a enfermidade � descoberta tardiamente, a taxa de resposta ao tratamento com cisplatina � baixa. “De 90 a 95% dessas pacientes apresentam tumores resistentes”, diz. 

O Brasil chega a registrar 6 mil novos casos de c�ncer de ov�rio por ano. O n�mero � do Instituto Nacional do C�ncer Jos� Alencar Gomes da Silva (Inca). 


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