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Estado de Minas SA�DE

Exame de sangue em desenvolvimento permite mapear c�nceres precocemente

M�dicos destacam que o teste pode trazer benef�cios � oncologia e pacientes, com possibilidade de exames menos invasivos e maiores chances de cura


21/06/2021 13:46 - atualizado 28/06/2021 11:16

(foto: Pixabay)

Um teste de sangue para detectar 50 tipos de c�ncer em est�gio precoce est� sendo desenvolvido por pesquisadores nos Estados Unidos. O exame, tido como uma revolu��o m�dica e cient�fica, caso seja aprovado por �rg�os reguladores, ap�s a efic�cia e seguran�a ser atestada, ficar� apto para ser utilizado como m�todo diagn�stico.

A ‘bi�psia l�quida’, como � chamado pelos cientistas, � uma tecnologia que permite a descoberta de uma s�rie de informa��es sobre a doen�a antes que ela manifeste sintomas. 

Ela � feita por meio de uma coleta simples de sangue, como a feita para detectar outras patologias ou para exames de rotina. Ou seja, n�o haver� a necessidade de procedimentos invasivos para detectar o tumor, como as tradicionais bi�psias e cirurgias. 

Nesse caso, o mapeamento tumoral � poss�vel devido ao processo de morte de c�lulas do tumor, que libera material gen�tico ou tra�os de RNA ou DNA do c�ncer no sangue. Logo, a an�lise desse material gen�tico no teste sangu�neo pode n�o s� identificar a neoplasia, suas caracter�sticas gen�ticas, biol�gicas e evolutivas, como fornecer informa��es valiosas sobre quais tratamentos s�o mais prov�veis e efetivos para o paciente. 

Segundo a oncologista mineira Nara Andrade, da cl�nica Cetus Oncologia, o teste de Galleri, como � chamado, tamb�m conhecido como de detec��o precoce multic�ncer, identifica a presen�a das c�lulas tumorais circulantes no sangue por meio de um exame chamado NGS, cuja sigla significa sequenciamento de nova gera��o. “O teste visa encontrar padr�es de altera��es de DNA, espec�ficas de um determinado tumor, e, simultaneamente, fornecer informa��es sobre o �rg�o que originou essa altera��o.” 

“Esse teste foi inicialmente avaliado em estudo realizado nos EUA, recrutando 15.254 amostras de sangue e tecidos tumorais de indiv�duos da Am�rica do Norte, incluindo 56% de rec�m-diagnosticados de c�ncer e os outros 44% sem diagn�stico da doen�a. Esse teste foi feito com um genoma da c�lula tumoral e � semelhante ao teste do genoma humano inicial, por�m � mais direcionado para c�lulas tumorais. Com isso, foi feita uma an�lise de mais de 50 tipos de c�nceres. Os resultados mostraram que o teste pode detectar 12 tipos de c�nceres em est�gio inicial.” 

Nara Andrade, oncologista da clínica Cetus Oncologia
Nara Andrade, oncologista da cl�nica Cetus Oncologia (foto: Marcele Valina/Divulga��o)
Esses 12 tipos – anorretal, colorretal, es�fago, g�strico, cabe�a e pesco�o, c�ncer de mama receptor hormonal positivo, c�ncer de f�gado, pulm�o, ov�rio e c�ncer de p�ncreas, al�m dos tumores hematol�gicos, o mieloma as neoplasias linfoides – s�o os respons�veis por mais da metade das mortes por c�ncer nos EUA, segundo a m�dica.

“A especificidade foi fixada em 99,3% e o tecido de origem foi corretamente identificado com 93% de precis�o. O teste teve uma taxa de detec��o de 67,3% para os 12 tipos de c�ncer pr�-especificados. Os indiv�duos positivados foram divididos em est�gios 1, 2, 3 e 4.” 

“Quanto maior o n�mero, maior � a extens�o da doen�a. O primeiro � uma doen�a muito precoce, e o quatro significa doen�a mais avan�ada. O teste teve uma sensibilidade maior quando havia estadiamento mais avan�ado. Ou seja, quanto mais avan�ada a doen�a, maior a probabilidade de o teste detectar c�lulas tumorais circulantes. O resultado foi 83% de sensibilidade para o est�gio cl�nico 3 e 92% para o est�gio 4, enquanto para o est�gio 1, a sensibilidade foi de 39% e o 2, de 69%”, afirma Nara Andrade. 

UM MARCO 


Caso seja comprovada a efic�cia e seguran�a do teste sangu�neo para detectar c�nceres precocemente, Charles P�dua, diretor m�dico e oncologista cl�nico da Cetus Oncologia, destaca que este exame ser� muito ben�fico no cen�rio oncol�gico, bem como de qualidade de vida. Um verdadeiro marco para a oncologia.

“Teremos muito mais chances de obter a cura do paciente, j� que os tumores ser�o detectados em fase inicial. Muitas vezes, neste caso, o tratamento vai consistir apenas em extirpar, cirurgicamente, essa doen�a da pessoa e, consequentemente, aumentamos a chance de livrar o paciente da neoplasia.” 

“Inclusive, no futuro, esses testes nos possibilitar�o validar que o tumor tenha desaparecido, porque poderemos fazer buscas dirigidas com esse tipo de m�todo e, consequentemente, poder afirmar se existe ou n�o doen�a ainda em atividade. Agrega muito essa perspectiva de ter essa ferramenta, que possibilita a ci�ncia, especificamente a medicina, trabalhar na perspectiva de aumentar enormemente a taxa de cura das doen�as oncol�gicas”, aponta o especialista. 

Ainda, para Charles P�dua, o novo m�todo, se aprovado, revoluciona o diagn�stico do c�ncer, bem como o seu tratamento. “Infelizmente, muitos tipos de c�ncer s�o silenciosos, n�o d�o sinais cl�nicos e, quando detectados, j� est�o avan�ados, n�o s�o mais poss�veis de serem operados ou j� se disseminaram pelo corpo. Esse atraso acaba impedindo o sucesso do tratamento. O Galleri Blood Test rompe com um grande desafio ainda presente na oncologia: como descobrir os tumores precocemente e aumentar as chances de cura, j� que em fases iniciais, a maioria � cur�vel e em uma elevada porcentagem.” 
 
Charles Pádua, diretor médico e oncologista clínico da Cetus Oncologia
Charles P�dua, diretor m�dico e oncologista cl�nico da Cetus Oncologia (foto: Marcele Valina/Divulga��o)

Teremos muito mais chances de obter a cura do paciente, j� que os tumores ser�o detectados em fase inicial

Charles P�dua, diretor m�dico e oncologista cl�nico da Cetus Oncologia

 

“Se aprovado, esse teste vai ser muito importante tamb�m porque ele pode substituir testes tradicionais. Claro, se a gente conseguir validar, dizer que ele tem for�a suficiente para isso. Por exemplo: n�s, hoje, fazemos o diagn�stico do c�ncer por meio de bi�psia, que � um procedimento invasivo. Imagine: tem um c�ncer no pulm�o e com um teste foi poss�vel perceber a presen�a do DNA de c�ncer de pulm�o circulante. Poder�amos ir a esse �rg�o, fazer v�rios exames de imagem e detectar nos exames de imagem a presen�a do tumor e, consequentemente, poderemos evitar aquela bi�psia tradicional, por agulha.” 

AINDA � PRECISO ESPERAR... 


Apesar de animadora e esperan�osa, a pesquisa ainda est� em andamento. Portanto, � cedo para comemorar. “Em termos de efic�cia, precisamos aguardar um pouco mais os dados do estudo, pois ele est� um tanto prematuro. Ele mostra que cerca de um ter�o das pessoas que foram testadas para essa situa��o, tanto as que tinham um alto risco para desenvolver c�ncer quanto aquelas que tinham baixo risco, foi poss�vel observar a presen�a dessa mol�cula (tumoral).” 

“Mas � muito importante aguardar os resultados finais, consolidados, para que possamos avaliar o valor deste teste, de forma que possamos utiliz�-lo no dia a dia. � necess�rio avaliar em larga escala a precis�o e seguran�a deste teste, algo importante de se fazer, uma vez que o diagn�stico implicar� uma s�rie de repercuss�es m�dicas, diagn�sticas e mesmo psicol�gicas para o paciente”, pontua Charles P�dua. 

O m�dico mineiro tamb�m espera que, caso seja aprovada e regulamentada em um futuro n�o muito distante, a bi�psia l�quida seja acess�vel para que a maioria da popula��o tenha acesso. “� uma esperan�a que se acende no horizonte”. 

*Estagi�ria sob a supervis�o da editora Teresa Caram 


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