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O retinoblastoma � um c�ncer que afeta a retina dos olhos

Divulga��o
Nos �ltimos dias, o ex-apresentador do “Big brother Brasil” Tiago Leifert e sua esposa, Diana Garbin, revelaram que sua filha, Lua, de 1 ano e 3 meses, foi diagnosticada com um tipo raro de c�ncer na retina, o retinoblastoma bilateral.

Entre os tumores desse tipo, ele � o menos frequente, representando cerca de 30% do total de casos. Enquanto a pequena segue em tratamento, o ex-apresentador do “BBB” e a jornalista afirmam que a miss�o de sua vida passou a ser alertar outros pais para os perigos da doen�a.
 
Oftalmologista Fernanda dos Santos

A oftalmologista Fernanda dos Santos reitera a import�ncia de exames para diagnosticar no come�o e aumentar as chances de cura

Fernanda dos Santos/Divulga��o
A oftalmologista Fernanda dos Santos explica que o retinoblastoma � o principal c�ncer ocular e um dos principais c�nceres da primeira inf�ncia, afetando principalmente crian�as at� os 5 anos. Quanto mais grave, mais cedo ele tende a aparecer. Segundo dados da literatura m�dica, ele corresponde de 2% a 3% dos c�nceres infantis.
 
Quanto aos fatores de risco, a especialista conta que 25% dos casos v�o depender de quest�es gen�ticas, ou seja, quando a crian�a herda uma muta��o para poder desenvolver esse tipo de c�ncer.

Os outros 75% s�o aleat�rios, isto �, o tumor pode aparecer durante os primeiros anos do desenvolvimento da crian�a. Esse quadro aleat�rio, tamb�m conhecido como unilateral, tem um progn�stico menos grave do que no caso do tumor que aparece bilateralmente.
 
O retinoblastoma que atinge os dois olhos � heredit�rio, por�m esse termo pode levar muitos leigos a pensarem que a doen�a foi herdada do pai ou da m�e, o que n�o ocorreu nessa situa��o. Em Lua, o tumor foi classificado pelos m�dicos como n�o familiar. Sendo assim, nesse caso, o termo heredit�rio significa que a crian�a pode passar esse gene defeituoso para frente e n�o que o recebeu dos pais, uma vez que nem Leifert e nem Garbin tiveram hist�rico do tumor na inf�ncia.

SINTOMAS

Neviçolino Carvalho

Nevi�olino Carvalho, presidente da Sobope, diz que o paciente apresenta poucos sinais ou sintomas nos est�gios iniciais da doen�a

Nevi�olino Carvalho/Divulga��o
De acordo com Nevi�olino Carvalho, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Pedi�trica (Sobope), o paciente apresenta poucos sinais ou sintomas nos est�gios iniciais do retinoblastoma: "� um grande desafio para os profissionais de sa�de da aten��o b�sica fazerem a suspeita do diagn�stico. Portanto, quanto mais informa��o e divulga��o sobre a doen�a, mais eles podem ficar alertas e valorizar queixas trazidas pelos pais nas consultas de rotina ou em servi�os de urg�ncia”.

O principal sinal de retinoblastoma � o reflexo do olho de gato, que � o aspecto esbranqui�ado que se v� atrav�s da pupila, chamado leucocoria. Em fotos com flash, por exemplo, pode-se notar a leucocoria em um ou ambos os olhos. O segundo sinal mais comum � o estrabismo, quando a crian�a tem um desvio no olhar. “Na maioria dos casos, quando esses sinais s�o percebidos, o tumor j� tem um tamanho consider�vel, diminuindo as chances de preserva��o ocular”, alerta o especialista.

Em entrevista recente, o ex-apresentador contou que percebeu justamente esse sintoma cl�ssico do c�ncer, o chamado reflexo ou brilho do olho de gato. Caso a crian�a apresente esses indicativos, � necess�rio direcion�-la para centros especializados no tratamento de retinoblastoma, onde ela poder� ser avaliada por oftalmologistas e oncologistas pedi�tricos.
 
Ap�s se manifestar explicando o real motivo da sua sa�da da emissora Globo e conscientizando sobre a doen�a de sua filha, Tiago comemorou o alerta que seu v�deo trouxe aos outros pais. Em suas redes sociais ele disse: “Conseguimos o primeiro diagn�stico precoce de retinoblastoma gra�as ao v�deo da Lu. Uma m�e ap�s ver o nosso v�deo, reconheceu alguns sintomas e foi ao m�dico. A crian�a foi diagnosticada com retinoblastoma em est�gio inicial, ent�o � um diagn�stico precoce. Era esse o objetivo, atingimos! Tem muito trabalho pela frente e a gente pretende salvar muitas crian�as ainda com a for�a da Lua”.
 
O profissional enfatiza a import�ncia do diagn�stico precoce, um desafio no mundo inteiro, n�o s� no Brasil. “O exame teste do reflexo vermelho, que � feito na maternidade e depois nas consultas de retorno ao pediatra at� os 5 anos, representa um diferencial na avalia��o de rotina da crian�a e n�o deve ser negligenciado pelos pediatras. H� tamb�m recomenda��es de que essas crian�as passem por consultas com oftalmologistas de forma regular", afirma.

quimioterapia Ap�s o din�stico, a filha de Tiago e Diana agora vai passar, inicialmente, por sess�es de quimioterapia diretamente nos olhos. O presidente da Sobope pontua que, primordialmente, garantir a vida � o mais importante no tratamento do retinoblastoma, ainda que em alguns casos a enuclea��o (remo��o cir�rgica) seja a melhor conduta, diminuindo assim o risco de dissemina��o da doen�a para s�tios extraoculares, como ossos, medula �ssea, f�gado e sistema nervoso central. Al�m da cura, preservar a vis�o e o globo ocular da crian�a s�o objetivos nobres.
 
“Para isso, o tratamento mais recomendado atualmente � a quimioterapia intra-arterial associada a outras modalidades de tratamento local (laser, crioterapia e outros), orientada pelo trabalho conjunto do oncologista pedi�trico e oftalmologista.

O tratamento do retinoblastoma � complexo e din�mico, deve ser realizado em centros especializados devidamente equipados e com profissionais com expertise no manejo terap�utico e de suas complica��es. As chances de cura do retinoblastoma intraocular s�o de 95%, ainda que, �s vezes, seja necess�ria a retirada do globo ocular", conclui Nevi�olino Carvalho.
 
Fernanda dos Santos explica que essa cura do retinoblastoma depende de dois fatores. O c�ncer unilateral responde, �s vezes, melhor ao tratamento do que o bilateral.

A especialista esclarece que quando o c�ncer acomete os dois olhos, ele apresenta uma caracter�stica de ter v�rias les�es, se classificando como multifocal. Por isso, esse tipo espec�fico de c�ncer, que � o que acometeu com Lua, precisa ser diagnosticado o quanto antes para ter uma resposta melhor ao tratamento.

O outro fator citado pela m�dica que interfere diretamente no tratamento e cura desse tumor � o diagn�stico precoce. De acordo com a Organiza��o Mundial da Sa�de, quando esse diagn�stico � tardio e a les�o est� mais avan�ada, o �ndice de cura cai de 97% para 30%.

 
Exame de fundo de olho � chave para o sucesso do tratamento 

 
A oftalmologista Fernanda dos Santos elucida que o importante para ter um resultado positivo no tratamento � descobrir a doen�a antes do surgimento de qualquer sintoma e, por isso, o exame de fundo de olho � a chave para a efetividade do tratamento. “O retinoblastoma � um tumor da parte mais interna do olho, ele acomete uma regi�o bem l� do fundo conhecida como retina. Por isso, ele � muito dif�cil de ser percebido no exame simples, examinando o olho somente na parte externa”, informa a m�dica.
 
A especialista em olhos esclarece que no retinoblastoma as c�lulas da retina v�o se multiplicando e ocupando a parte interna do olho. Ent�o, caso a crian�a n�o fa�a periodicamente o exame de rotina, n�o tem como saber da exist�ncia do tumor, a n�o ser quando a les�o ocupou essa parte interna do olho.
 
“Sem esses exames peri�dicos, a doen�a provavelmente s� vai ser descoberta quando a pupila j� come�a a ficar branca, h� perda do reflexo vermelho, ou quando a vis�o j� est� comprometida e a crian�a n�o tem mais a fixa��o, ou seja, ela n�o consegue mais olhar fixamente, o olho come�a a ficar meio tr�mulo num movimento de busca, porque ela j� n�o est� enxergando, ou mesmo estr�bico por n�o perceber a vis�o. Por isso, reitero aqui a import�ncia do diagn�stico precoce, antes mesmo da apresenta��o dos sintomas, diminuindo os riscos de sequelas e aumentando as chances de cura”, conclui Fernanda dos Santos.

* Estagi�ria sob supervis�o da editora Teresa Caram 

Exame peri�dico dos olhos

Levar a crian�a desde cedo ao oftalmologista � fundamental para diagn�stico precoce dessa e de outras doen�as da retina. O exame oftalmol�gico deve ser feito mesmo sem qualquer suspeita de comprometimento visual
  • Ao nascer: teste do olhinho
  • Entre 6 meses e 1 ano de vida deve ser feito o primeiro exame oftalmol�gico completo
  • Em torno de 3 anos de idade: o 2º exame oftalmol�gico completo
  • Entre 5 e 6 anos deve ser feito novo exame oftalmol�gico
  • A partir da�, o exame oftalmol�gico ter� a frequ�ncia dependendo da sa�de visual da crian�a e o hist�rico familiar, o que vai ser estipulado individualmente para cada caso
 
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O retinoblastoma � um c�ncer que afeta a retina dos olhos

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O que � o retinoblastoma

  • � o principal c�ncer ocular e um dos principais c�nceres da primeira inf�ncia, afetando principalmente crian�as at� os 5 anos de idade.
  • Quanto mais grave, mais cedo tende a aparecer e corresponde de 2% a 3% dos c�nceres infantis.
  • Quanto aos fatores de risco, 25% dos casos vai depender de quest�es gen�ticas, ou seja, quando a crian�a herda uma muta��o para poder desenvolver esse tipo de c�ncer.

Sinais e sintomas

  • O principal sinal de retinoblastoma � o reflexo do olho de gato, que � o aspecto esbranqui�ado que se v� atrav�s da pupila, chamado leucocoria. Em fotos com flash, por exemplo, pode-se notar a leucocoria em um ou ambos os olhos.
  • O segundo sinal mais comum � o estrabismo, quando a crian�a tem um desvio no olhar.

Tratamento

  • Quimioterapia intra-arterial associada a algumas modalidades de tratamento local (laser, crioterapia e outros).
  • Em alguns casos, pode ser indicada a remo��o cir�rgica para reduzir o risco de dissemina��o da doen�a para s�tios extraoculares, como ossos, medula �ssea, f�gado e sistema nervoso central.