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Estado de Minas

A mulher e seus v�rios significados


02/10/2022 04:00 - atualizado 28/09/2022 18:41

Ilustração


A mulher e suas transforma��es ao longo da vida. A sensa��o � de que, al�m de aprender a ser mulher, cada uma renasce ao longo da vida diante das mudan�as inexor�veis pelas quais ter� de passar. A menopausa � uma delas, e � um marco para o ser feminino – com suas dores, desafios e del�cias, para algumas. “A menopausa � causada pela parada de funcionamento dos ov�rios. Os �vulos param de ser produzidos, de forma que a mulher n�o engravida mais. Como consequ�ncia, os ciclos menstruais cessam, vindo a menopausa, que � a �ltima menstrua��o da vida da mulher”, explica a  ginecologista Marina Chagas Sales, especialista em videocirurgia ginecol�gica, histeroscopia, laser genital e colposcopia. 
 
“Em teoria, s� � poss�vel afirmar que foi a �ltima menstrua��o se a mulher tiver ficado mais de um ano sem menstruar naturalmente. Antes dessa �ltima menstrua��o, o ov�rio d� sinais de fal�ncia, gerando ciclos irregulares. Geralmente, dois a quatro anos antes de entrar na menopausa, inicia-se o climat�rio, marcado pela irregularidade menstrual e surgimento de sintomas pela falta de horm�nio, como fogachos, irritabilidade, ins�nia, ressecamento genital, incontin�ncia urin�ria. O fim dessa fase se d� aos 65 anos, quando come�a a senectude”, ensina. 
 
Marina Chagas Sales
(foto: Arquivo pessoal)
 
 

"Em teoria, s� � poss�vel afirmar que foi a �ltima menstrua��o se a mulher tiver ficado mais de um ano sem menstruar naturalmente"

Marina Chagas Sales, ginecologista, especialista em videocirurgia ginecol�gica

 
 
A idade m�dia da menopausa � 50 anos, sendo considerado normal entrar a partir dos 40 anos. Antes disso, � chamada de menopausa precoce, destaca a ginecologista. Al�m disso, a m�dica lembra que a maioria das mulheres n�o passa de 55 anos sem ter entrado na menopausa, mas n�o h� uma idade m�xima do que � normal. “Essa varia��o da �poca � determinada geneticamente e pode sofrer influ�ncias do estilo de vida: o estresse e o tabagismo comprovadamente a favorecem numa idade mais cedo do que a mulher entraria naturalmente”, conta Marina Chagas Sales. 

CONHECER O CORPO Muitas mulheres chegam � menopausa completamente sem saber o que ter�o de enfrentar. Sem saber o que ocorrer� com o corpo, as consequ�ncias f�sicas, mentais e emocionais. A especialista enfatiza que, certamente, conhecer mais sobre o pr�prio corpo e as altera��es �s quais ele passa ao longo da vida torna mais f�cil a passagem pela menopausa. “A proximidade com o ginecologista, que orienta sobre quais os sinais e sintomas que a mulher pode apresentar, facilita a aceita��o e o tratamento.” 
 
Ao se identificar a necessidade, o tratamento dos sintomas climat�ricos deve ser indicado, em prol da qualidade de vida. O m�dico deve orientar que, no climat�rio, a possibilidade de engravidar existe, mas � reduzida, cessando com a menopausa. Assim, a paciente pode se preparar do ponto de vista reprodutivo. � papel da paciente seguir orienta��es sobre controle do peso, dieta e exerc�cios. “Geneticamente, h� pacientes propensas a sentir mais inc�modo, enquanto outras passam pela menopausa sem sintoma algum. Um estilo de vida saud�vel e o controle das emo��es aumentam a chance de uma transi��o menopausal tranquila.”

REPOSI��O HORMONAL A reposi��o hormonal � a grande quest�o nessa fase da mulher. Esperan�a e medo convivem lado a lado. “As mulheres que apresentam sintomas climat�ricos t�m grande benef�cio ao fazer a reposi��o hormonal e j� devem inici�-la ao surgirem as queixas do climat�rio, n�o sendo necess�rio esperar a menstrua��o parar. Por outro lado, a reposi��o n�o est� indicada em quem n�o tem queixas: algumas mulheres passam por essa fase sem queixa alguma e, para elas, a reposi��o n�o deve ser prescrita. Entretanto, n�o basta ter sintomas para iniciar a reposi��o. � preciso verificar qual o horm�nio ideal e a aus�ncia de contraindica��es, como passado de c�ncer de mama e de trombose e doen�a no f�gado”, avisa a m�dica.
 
A ginecologista diz que o principal temor das mulheres ao pensar em repor horm�nio � a possibilidade de desenvolver c�ncer de mama ou de �tero, sendo maior em mulheres obesas e nas que t�m casos na fam�lia. “Alguns tipos de reposi��o s�o mais seguros. Em geral, os benef�cios do uso de horm�nio superam os efeitos colaterais. O horm�nio n�o engorda, mas pode haver incha�o com ganho de peso e varizes. Outros efeitos colaterais s�o sangramento genital, dor nas mamas e altera��es de humor. A maioria das mulheres que t�m dor de cabe�a melhora com a reposi��o hormonal, mas outras podem ter piora ou desenvolver cefaleia”, acrescenta. 
 
“Uma grande novidade no tratamento de alguns sintomas climat�ricos � o laser genital. Trata-se de um procedimento desenvolvido na It�lia, que resgata a lubrifica��o e a elasticidade genitais, al�m de tratar e prevenir a incontin�ncia urin�ria. Ele tamb�m melhora a libido. O tratamento � feito no consult�rio, usando um aparelho que emite luz infravermelha.”

LIBIDO E ATIVIDADE F�SICA Uma vez na menopausa, como passar por ela sem grandes problemas? Marina Chagas Sales reconhece que a mulher climat�rica passa pelo grande desafio de lidar com seus sintomas. “Alguns s�o mais fortes em certas mulheres e em outras n�o acontece. Fazer tratamentos multidisciplinares, agregando abordagem homeop�tica e psiqui�trica, � bem-vindo. Por exemplo, alguns rem�dios psiqui�tricos podem controlar as ondas de calor e ajudar com a ins�nia e falta de libido.” 
 
As terapias complementares, como a acupuntura, tamb�m s�o aliadas para o controle dos sintomas. “� sempre importante a pr�tica de atividade f�sica. H� evid�ncias de que ela ajude a reduzir as ondas de calor e a varia��o de humor, al�m de melhorar a libido. No climat�rio, h� aumento do risco de doen�as cardiovasculares, como infarto, AVC e trombose, o que aumenta a indica��o dos exerc�cios. Al�m disso, o metabolismo fica lento, favorecendo o ganho de peso. Esse � mais um ponto a favor de manter uma rotina de atividade f�sica, pelo menos 150 minutos por semana”, recomenda a m�dica.
 
A ginecologista destaca que a mulher pode alcan�ar uma sexualidade satisfat�ria com seu parceiro, mesmo lidando com a queda da libido: “Com a queda hormonal, � natural que haja falta de libido, intensificada pelo fato de a pele da vulva ficar muito sens�vel, de forma a sangrar e doer na rela��o. Ao se tratar, a mulher volta a ter uma rela��o satisfat�ria com seu parceiro. O ideal � que esse tratamento seja feito o quanto antes, pois o col�geno da vulva se recupera mais depressa. Al�m dos horm�nios, o laser genital � um excelente tratamento para melhorar a elasticidade, firmeza e lubrifica��o vaginais”.
 
Marina Chagas Sales lembra que n�o se pode esquecer da alimenta��o, que tamb�m ajuda no controle dos sintomas. “H� alimentos favor�veis para melhorar fogachos, libido, reten��o de l�quidos. Alguns ch�s ajudam tamb�m. A onda de calor � causada pelo efeito da varia��o hormonal no termostato cerebral. As mulheres devem encarar essa varia��o com naturalidade e buscar tratamento m�dico.”
 
 


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