Patrícia Fisher,  hematologista e hemoterapeuta

Patr�cia Fisher, m�dica hematologista e hemoterapeuta, respons�vel pelo Criovida, do Grupo Pardini

Alexandre Guzanshe /EM/D.A Press.

 

A m�dica hematologista e hemoterapeuta Patr�cia Fisher, respons�vel pelo Criovida, do Grupo Pardini, desvenda mitos e verdades sobre c�lulas-tronco. 

1 – As c�lulas-tronco do sangue do cord�o umbilical e placent�rio s�o utilizadas comprovadamente para o tratamento de doen�as. 

VERDADE:  Atualmente, as c�lulas-tronco hematopo�ticas s�o utilizadas em transplante de medula �ssea. 

2 - Qualquer pessoa pode congelar as c�lulas-tronco do cord�o umbilical do beb�. 

VERDADE: � poss�vel fazer a criopreserva��o das c�lulas do sangue do cord�o umbilical e placent�rio do beb� logo ap�s o seu nascimento, se dentro dos par�metros estabelecidos pela norma t�cnica.  

3 - Existe risco para o beb� na coleta das c�lulas-tronco do cord�o umbilical e placent�rio. 

MITO: Depois do nascimento do beb�, ap�s autoriza��o do obstetra e do pediatra, coleta-se todo o sangue do cord�o e da placenta. N�o existe risco algum para a m�e ou para a crian�a durante o processo de coleta.    

 4 - “O armazenamento de c�lulas-tronco em bancos p�blicos e privados � a mesma coisa.”

MITO: As doa��es de c�lulas-tronco hematopoi�ticas para bancos p�blicos s�o volunt�rias e feitas em maternidades credenciadas � BrasilCord, rede de bancos p�blicos de sangue de cord�o umbilical e placent�rio. Todo o material da coleta pertence � rede p�blica. N�o h� garantia de que, se a fam�lia precisar das c�lulas-tronco futuramente, elas estar�o dispon�veis. J� nos bancos de sangue de cord�o umbilical e placent�rio privados, o uso poder� ser feito pelo doador ou por parentes, se for compat�vel.  

5 - Apenas a pr�pria pessoa pode fazer uso das c�lulas-tronco.

MITO: O uso das c�lulas-tronco pode ser feito tanto pelo doador quanto por um membro familiar que seja compat�vel. O uso pela fam�lia amplia as chances de as c�lulas armazenadas serem usadas no futuro.  

6 - Todas as c�lulas-tronco s�o iguais.

MITO: Existem muitos tipos de c�lulas-tronco. 

7 - O sangue e o tecido do cord�o umbilical n�o s�o a mesma coisa. 

VERDADE: No sangue do cord�o umbilical e placent�rio s�o encontradas as c�lulas-tronco do tipo hematopo�ticas, e no tecido, as c�lulas-tronco do tipo mesenquimais. As c�lulas-tronco hematopo�ticas e mesenquimais t�m caracter�sticas, propriedades e aplica��es distintas.  

8 - Existe um prazo m�ximo para que o cord�o possa ficar congelado. 

MITO: N�o h� tempo m�ximo definido pela literatura. H� relatos que indicam unidades congeladas h� aproximadamente 25 anos, que ainda demonstram viabilidade celular adequada.  

 9 - Armazenar as c�lulas-tronco � uma forma de pensar no futuro dos filhos. 

VERDADE: � importante ressaltar que as c�lulas-tronco hematopoi�ticas, al�m de compat�veis com o pr�prio beb�, apresentam uma chance aumentada de compatibilidade entre irm�os. Com as c�lulas criopreservadas, existe maior rapidez no tratamento e na diminui��o dos riscos de rejei��o.  � importante alertar que, em casos de doen�as cong�nitas, essas c�lulas n�o podem ser utilizadas, j� que apresentam a mesma altera��o. 

SAIBA MAIS 
bebê nascendo

� poss�vel fazer a criopreserva��o das c�lulas do sangue do cord�o umbilical e placent�rio do beb�, logo ap�s o seu nascimento

Jonathan Borba/Unsplash

Uso das c�lulas-tronco: pol�mica?* 

“As pesquisas com c�lulas-tronco est�o na m�dia leiga h� alguns anos por conta de v�rios experimentos com animais. Mas as pesquisas com c�lulas-tronco embrion�rias tornaram-se uma das maiores controv�rsias morais e pol�ticas da atualidade. No Brasil, a Lei Federal 11.105, de 24 de mar�o de 2005, regulamentou as pesquisas nessa �rea e permite o uso de c�lulas-tronco embrion�rias para pesquisa e terapia. Essas c�lulas devem ser obtidas de embri�es humanos produzidos por fertiliza��o in vitro, n�o utilizados no procedimento, devem ser embri�es invi�veis e que tenham sido mantidos congelados por mais de tr�s anos. � obrigat�ria a obedi�ncia �s seguintes condi��es: haver consentimento dos genitores, bem como a submiss�o pr�via dos projetos � aprecia��o e aprova��o dos respectivos comit�s de �tica em pesquisa. 
A lei veta a comercializa��o de material biol�gico para esse uso. Vale ressaltar que a clonagem humana foi proibida pela mesma lei. Essas pesquisas poder�o propor novas op��es terap�uticas para v�rias doen�as. Mas deve-se saber que ocorrer�o debates �ticos.”

* Fonte: Revista da Associa��o M�dica