Carolina e Elmo, o pastor belga malinois, policial aposentado, em um de seus passeios
Advogado, professor, chef de cozinha ou m�dico... S�o in�meras op��es de carreiras para seguir e, no meio de tantas outras, algumas acabam menos lembradas. Voc� j� ouviu falar em passeador de c�es ou dog walker? Apesar de n�o t�o afamada, nos �ltimos anos a profiss�o tem ganhado espa�o nas grandes cidades do pa�s.
Comentada no Brasil a partir de 2003, quando Carolina Dieckmann viveu, em Mulheres apaixonadas, Edwiges Batista, personagem que trabalhava passeando com c�es, a profiss�o est� em alta h� alguns anos e � uma boa op��o de trabalho para quem gosta de animais, al�m de ser uma excelente alternativa para os tutores que n�o disp�em de muito tempo na agenda.
Da mesma forma que os humanos, quando "presos" em casa por muito tempo, os c�es podem sentir t�dio e estresse, e as sa�das s�o essenciais para evitar que os pets fiquem abatidos e desanimados. A m�dica veterin�ria destaca a relev�ncia da profiss�o: "O dog walker, por sua vez, � contratado para esse servi�o de passeio, brincadeira e distra��o, que muitas vezes � feito com mais de um animal, e isso serve como socializa��o entre eles, evitando, assim, o estresse".
Entretanto, se julgada pelo nome, atuar como um passeador de c�es pode parecer f�cil, mas se ilude quem pensa de tal maneira. Responsabilizar-se pelo c�ozinho de outra pessoa exige muito preparo e cautela.
O que faz um dog walker?
Antes de se tornar um passeador, assim como em qualquer outra profiss�o, � necess�rio qualifica��o. Thays Oliveira, passeadora e monitora recreativa de c�es, explica que, para come�ar a trabalhar na �rea, precisou realizar um curso on-line, no qual aprendeu sobre a linguagem corporal canina, os equipamentos necess�rios para um passeio seguro, a influ�ncia das caminhadas na qualidade de vida dos c�es e os primeiros socorros, al�m de v�rios outros aspectos importantes.
Leia tamb�m: Cachorros mordem 11% mais nos dias mais quentes
Os conte�dos ensinados nos cursos que preparam os profissionais s�o fundamentais para uma boa comunica��o entre o passeador e o c�o, resguardando, ainda, a seguran�a do animal, que estar� acompanhado de algu�m que entende de primeiros socorros e saber� prontamente o que fazer em casos de incidentes.
Durante o passeio, os profissionais realizam brincadeiras e, conforme a necessidade de cada um, estimulam os cachorrinhos a fazerem esfor�os f�sicos. Carolina Canellas � estudante de medicina veterin�ria e trabalha como cuidadora de pets desde o fim de 2019. A universit�ria costuma passear com c�es durante todos os dias da semana. Ela conta que atende uma cadelinha que est� em processo de emagrecimento, ent�o faz passeios mais longos e a leva para caminhar v�rias vezes na semana.

Thays e Atlas em uma de suas sa�das para passear
Arquivo PessoalApesar de existirem profissionais que realizam sa�das coletivas, as passeadoras entrevistadas preferem trabalhar com sa�das individuais, pois sentem que, dessa maneira, conseguem estar mais atentas ao comportamento e �s necessidades dos c�es. O processo de socializar os pets � importante, mas necessita de muita cautela, pois a rea��o do animal vai depender de fatores como ra�a, personalidade e rotina.
"H� pets que n�o aceitam outros pets de jeito nenhum, mas porque n�o s�o acostumados em sua rotina. J� existem animais que convivem bem com outros tranquilamente, sendo eles de porte pequeno ou grande. Se no caso do passeio coletivo o pet n�o tiver costume com outros animais, seja ele pequeno, seja de grande porte, o ideal, de in�cio, � fazer um passeio individual", aconselha a m�dica veterin�ria.
"Encaro como um servi�o essencial para manter o equil�brio e o bem-estar canino. De certa forma, � terap�utico e me divirto com eles, apesar da alta carga de responsabilidade e esfor�o f�sico. Sem d�vidas, os passeios melhoram bastante a minha sa�de f�sica e mental tamb�m, diminuindo ansiedade e ins�nia, por exemplo", declara Thays.
Uma rela��o de confian�a
O processo de conquistar a confian�a do c�o exige paci�ncia, mas Carolina explica que, geralmente, os pets se sentem seguros ap�s poucos passeios - tudo depende de sua personalidade e hist�rico de vida. A universit�ria teve dificuldade somente em uma situa��o, quando precisou passear com um c�o que havia atuado na pol�cia e, ap�s isso, adquiriu alguns traumas. Ele tinha muito medo de barulhos e, quando ouvia, tentava correr. Por ser grande e forte, ela conta que j� aconteceu de cortar os dedos ao tentar segur�-lo.
"Antes de come�ar a passear, eu marco uma visita inicial com os donos, vou � casa deles e conhe�o o cachorro, pergunto se tem alguma necessidade especial. Geralmente as pessoas s�o bem sinceras. A maioria dos cachorros que eu pego s�o d�ceis, ent�o n�o tem muito problema", explica.
Daniela Timponi, servidora p�blica, contratou os servi�os de Carolina por meio da plataforma Pet Anjo, depois de uma extensa pesquisa. Perguntada sobre quanto tempo Aisha, sua cadelinha, levou para se sentir segura com Carolina, aos risos, Daniela informa que foram apenas dois minutos.
Extremamente d�cil e brincalhona, Aisha afei�oou-se por Carol ainda no primeiro dia e, atualmente, espera por ela ansiosamente. "Poucos segundos antes da Carol tocar a campainha, ela j� sente a presen�a. Ouve o carro chegar e fica ouri�ada, louca para passear. � uma coisa que ela gosta demais, diverte-se, fica alegre e calma."
A m�dica veterin�ria ressalta que a rela��o entre o passeador e o c�o assemelha-se com a de uma crian�a e a bab�, por isso � importante que o profissional seja fixo, sen�o o pet pode acabar traumatizado e ter a sa�de comprometida, causando efeitos totalmente contr�rios ao esperado.
Quais itens n�o podem faltar para um passeio com seguran�a
Peitoral
Guia. Mas, aten��o: guia unificada e enforcadores proporcionam uma experi�ncia ruim e podem lesionar os c�es. Opte por uma que possua mosquet�o com trava - � mais segura
Saquinho para recolher dejetos
Garrafinha de �gua
Petiscos
Kit b�sico de primeiros socorros
Gazes, esparadrapo, soro
* Estagi�ria sob a supervis�o de Sibele Negromonte
*Para comentar, fa�a seu login ou assine