Conhe�a os quatro maiores mitos sobre o suic�dio

O suic�dio � a quarta maior causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no mundo sendo mais de 700 mil casos, de acordo com o levantamento mais recente da Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) feito em 2019. E o m�s de setembro foi escolhido para a campanha de conscientiza��o sobre a preven��o ao suic�dio, conhecida como Setembro Amarelo. A data � lembrada no dia 10 e foi criada pela Associa��o Internacional para a Preven��o do Suic�dio e endossada pela OMS. O objetivo � conscientizar as pessoas sobre a import�ncia de falar abertamente do tema e apoi�-las por meio da informa��o. Para isso, � importante tamb�m desmitificar o assunto para que n�o atrapalhe o diagn�stico do paciente.

“Em primeiro lugar, � importante entender que suic�dio n�o se trata de acabar com a pr�pria vida, mas sim de querer se livrar um sofrimento insuport�vel. A pessoa est� t�o sobrecarregada por uma dor t�o intensa que acaba vendo no suic�dio sua �nica sa�da, esclarece o doutor e especialista em psicologia por evid�ncia, Jan Luiz Leonardi.

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Jan Luiz Leonardi destaca os quatro mitos mais comuns sobre o suic�dio. Saiba quais s�o para, se necess�rio, conseguir assessorar quem precisa dea ajuda. 

Na realidade, a maior parte das pessoas que tentaram tirar a pr�pria vida havia expressado, falado ou dado sinais sobre seus pensamentos suicidas anteriormente. � bastante comum que esses indiv�duos tenham compartilhado seus sentimentos de desesperan�a e concep��o suicida, em dias ou semanas que antecederam o ato. Logo, � preciso levar a s�rio qualquer men��o de suic�dio.

Pelo contr�rio, alguns resultados sugeriram que falar sobre suic�dio poderia reduzir as tend�ncias suicidas, provavelmente porque revelar tais inclina��es para os outros possa aumentar a probabilidade de obter ajuda. Uma revis�o das pesquisas sobre este t�pico foi feita e n�o revelou nenhuma associa��o entre falar sobre suic�dio e comportamento suicida.

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Cento e treze estudos de diferentes pa�ses sobre a rela��o entre suic�dio e as esta��es do ano questionam essa cren�a. O que se descobriu � que as taxas mais altas de suic�dio ocorreram na primavera, seguidas pelo ver�o. Ou seja, o suic�dio pode ocorrer a qualquer momento do ano e, por isso, precisamos estar sempre vigilantes, afinal a preven��o do suic�dio � uma responsabilidade de todos.

Essa cren�a, amplamente aceita, pode levar as pessoas a evitar ou minimizar o risco de suic�dio se a v�tima n�o estiver deprimida. Por�m, pesquisas acad�micas mostraram que outros quadros est�o relacionados ao comportamento suicida, como o uso de subst�ncias (17,6%), esquizofrenia (14,1%) e transtornos de personalidade (13,0%). Precisamos prestar aten��o n�o apenas �s pessoas que t�m transtornos diagnostic�veis, pois n�o � necess�rio ter um deles para estar em risco de suic�dio. 

Jan Luiz Leonardi refor�a a import�ncia de entender que esses fatores de risco n�o atuam de forma isolada, frequentemente eles se interconectam e potencializam, seja por “experi�ncias de vida traum�ticas, abuso ou neglig�ncia, transtornos psiqui�tricos, aus�ncia de apoio social, viol�ncia dom�stica, impulsividade, perfeccionismo, hist�rico de bullying e humilha��o”. 

Segundo opsic�logo, a preven��o do suic�dio envolve uma abordagem multifacetada que inclui interven��es da sa�de p�blica, medidas de promo��o de qualidade de vida, cuidados com a sa�de mental, educa��o sobre o assunto, diminui��o do estigma em torno do suic�dio e melhoria do acesso ao tratamento.

No Brasil, o Centro de Valoriza��o da Vida (CVV) oferece apoio emocional gratuito e confidencial 24 horas por dia. Basta telefonar para o n�mero 188. Al�m disso, � fundamental buscar ajuda de profissionais de sa�de mental, como psic�logos e psiquiatras, que podem oferecer tratamento eficaz. Tamb�m existem guias que fornecem informa��es valiosas sobre o tema, como "Suic�dio: Informando para Prevenir".