A fam�lia de Bruna e Frederic tem 12 c�es, quatro gatos, uma porca e um bode
arquivo pessoal
Ao cumprimentar os c�es, pedimos a patinha e eles a oferecem com entusiasmo. Dizemos deita e eles rolam no ch�o; pedimos senta e obedecem prontamente. Mas o que mais esses leais amigos entendem? Como decifram emo��es no ar, quando palavras n�o s�o ditas? Como � que, muitas vezes, parecem ler nossas mentes?
Em um mundo repleto de comunica��o n�o verbal, os animais continuam a surpreender com suas habilidades perceptivas. H� estudos que ajudam a desvendar os mist�rios da intelig�ncia animal, explorando como os queridos companheiros n�o apenas seguem os comandos, mas tamb�m sintonizam-se com sentimentos mais profundos de seus donos.
A conex�o que vai al�m das barreiras da linguagem humana � a profunda harmonia dos la�os afetivos entre humanos e animais, evidenciando-se � medida que compartilham suas vidas. Eduardo Bessa, professor de zoologia na UnB, campus de Planaltina, apresenta a hip�tese predominante na pesquisa sobre intelig�ncia animal: a do c�rebro social.
"Essa teoria sugere que esp�cies altamente sociais tendem a ser mais inteligentes, pois a conviv�ncia em sociedade exige a capacidade de recordar intera��es passadas, identificar parceiros confi�veis e reconhecer favores. Se essa hip�tese estiver correta, os c�es, descendentes de lobos com estruturas sociais organizadas e hierarquias estabelecidas, poderiam ser considerados mais inteligentes do que os gatos selvagens, que t�m uma vida social menos estruturada", detalha.
Bessa destaca que a defini��o de intelig�ncia � debatida, e muitos cientistas preferem o termo "cogni��o" em comportamento animal. "H� indicadores de intelig�ncia em animais, como teoria da mente, organiza��o de s�mbolos e planejamento. C�es e gatos demonstram algumas dessas habilidades; por exemplo, estudos mostram que c�es podem ler express�es faciais humanas."
Segundo o professor, isso demonstra que, ao observar nossos rostos, eles podem discernir nossas emo��es, reconhecendo se estamos felizes, zangados, assustados ou enjoados. "Essa habilidade de ler a mente � algo que praticamos constantemente, mas sua exist�ncia formal entre animais s� foi reconhecida recentemente na ci�ncia", afirma.
Segundo o professor, isso demonstra que, ao observar nossos rostos, eles podem discernir nossas emo��es, reconhecendo se estamos felizes, zangados, assustados ou enjoados. "Essa habilidade de ler a mente � algo que praticamos constantemente, mas sua exist�ncia formal entre animais s� foi reconhecida recentemente na ci�ncia", afirma.
Muitos animais resolvem problemas complexos, aprendem com a experi�ncia e demonstram not�vel comunica��o e empatia, desafiando a ideia da superioridade intelectual humana
� comprovado
Para a ci�ncia, os c�es demonstram uma intelig�ncia sofisticada. � o que sugere Stanley Coren, especialista em comportamento animal da Universidade da Col�mbia Brit�nica, que publicou o livro A intelig�ncia dos c�es. Nessa obra, ele argumentou que existem diferen�as na intelig�ncia entre diversas ra�as de cachorros, usando a facilidade de adestramento como crit�rio para classific�-las.
No entanto, seu livro tamb�m indica que cientistas est�o descobrindo que a intelig�ncia dos c�es vai al�m da facilidade de adestramento, sugerindo que h� mais aspectos a serem considerados na compreens�o da intelig�ncia canina.
A intelig�ncia geral, um experimento com 68 border collies, dos psic�logos Rosalind Arden e Mark Adams, ou fator "g", concluiu que o bom desempenho em uma tarefa est� relacionado a um bom desempenho em outras, sugerindo uma intelig�ncia adapt�vel e multifacetada dos peludos, assim como a boa interpreta��o do sentimento do tutor, n�o descartando a descoberta do tipo de mem�ria que permita o animal reconhecer a si pr�prio.
Intelig�ncia
not�vel
Segundo Wisney Dias Furtado, adestrador e tratador de c�es com experi�ncia com os c�es da Receita Federal (aeroporto) e no canil da Pol�cia Federal: C�es demonstram not�vel intelig�ncia, lendo express�es e antecipando a��es, e o adestramento personalizado � essencial para atender necessidades espec�ficas de c�es e tutores. Enfatizo ensinar tutores a entender seus pets, considerando ra�a e estilo de vida. Minha abordagem vai al�m do adestramento, incorporando intera��o com pessoas e adapta��o a cen�rios variados."
Mais que demais
Bruna Timponi, 35 anos, � nutricionista e, ao lado do marido, o empres�rio Frederic Sainty, 36, formou uma grande fam�lia, incluindo dois filhos: Caio, com 1 ano e 9 meses, e Clara, com 4 meses. Al�m disso, compartilham seu lar com uma variada cole��o de animais de estima��o, que inclui 12 cachorros, quatro gatos, uma porca e um bode.
"A maioria dos nossos c�es foram resgatados das ruas ou abandonados em nossa porta. Ol�via, a porca, foi um presente surpresa para o meu marido, e nosso bode, Bento, apareceu na casa da minha sogra e resolvemos ficar com ele. Criar diferentes esp�cies de animais � um desafio que aceitamos devido ao nosso amor por eles. No entanto, criar porcos � particularmente exigente devido � personalidade forte e �s necessidades especiais de espa�o. � importante destacar que n�o � uma tarefa para todos."
Seus animais de estima��o exibem not�veis caracter�sticas, incluindo o reconhecimento da rotina e a capacidade de responder a seus nomes. "Os c�es buscam agradar, enquanto a porca Ol�via demonstra intelig�ncia, especialmente ao buscar comida. Bento, o bode, j� demonstra uma inclina��o para imitar o comportamento de outros animais, independentemente de sua esp�cie", compartilha Bruna.
No que diz respeito �s crian�as, Bruna ressalta que os c�es conseguem distinguir beb�s/crian�as de adultos, agindo com delicadeza e paci�ncia. Al�m disso, eles t�m a capacidade de alertar em situa��es de perigo, como quando um dos cachorros caiu na piscina. n
T�ticas inteligentes
Os gatos, com sua reputa��o de independ�ncia, h� muito surpreendem seus tutores com t�ticas inteligentes para conseguirem o que desejam. A cientista Karen McComb, da Universidade de Sussex (Inglaterra), lan�ou luz sobre um dos comportamentos intrigantes dos felinos: o miado estridente que, mais do que uma s�plica, parece um apelo dram�tico.A pesquisa de McComb revelou que esse miado intenso n�o � uma caracter�stica universal entre todos os gatos, mas sim um comportamento desenvolvido por aqueles que vivem em casas com humanos. E qual � o prop�sito desse "miado hist�rico"? A resposta � simples e surpreendente: os gatos aprenderam que esse tipo de vocaliza��o espec�fica � eficaz para obter o que desejam, seja comida fresca, seja �gua da torneira. Ao longo do tempo, os gatos domesticados perceberam que o miado que soa como um choro de crian�a pequena desperta a aten��o das pessoas e, consequentemente, os humanos cedem aos seus desejos. Essa pesquisa ilustra a capacidade de adapta��o e de aprendizado dos gatos, que usam sua intelig�ncia para manipular sutilmente seus tutores. Portanto, da pr�xima vez que seu gato soltar um miado dram�tico, lembre-se de que, na mente astuta dele, est� a perfeita compreens�o de como conseguir o que deseja.
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