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Estado de Minas

Um caldeir�o de emo��es

Jogo no Independ�ncia leva os torcedores das duas equipes � loucura, numa altern�ncia de sentimentos durante os 90 minutos da decis�o. No fim, sobraram elogios e cr�ticas


postado em 18/07/2019 04:07

Em minoria no estádio, cruzeirenses viveram momentos de angústia, com o time atuando na defesa, mas no fim fizeram a festa(foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)
Em minoria no est�dio, cruzeirenses viveram momentos de ang�stia, com o time atuando na defesa, mas no fim fizeram a festa (foto: Juarez Rodrigues/EM/D.A Press)

 

Ang�stia, sofrimento, dor, alegria, tristeza. Esses foram os ingredientes da noite de quarta-feira no  Independ�ncia, com o Cruzeiro sendo derrotado pelo Atl�tico por 2 a 0, no Independ�ncia, mas conquistando a vaga na semifinal da Copa do Brasil.
 
O sofrimento come�ou antes de a bola rolar, na ida para o est�dio. O esquema montado pelo Batalh�o de Tr�nsito da Pol�cia Militar, para isolar as ruas no entorno, se mostrou exagerado, causando transtornos na regi�o. As ruas de acesso � Avenida Silviano Brand�o estavam fechadas. Um caos n�o s� para quem ia para o jogo, mas para quem precisava transitar por aquele lado da cidade. Os moradores, claro, n�o ficaram satisfeitos. “Esse tr�nsito irritante, cheio de engarrafamento. A gente custa a chegar � rua de casa e ainda tem de provar que mora aqui”, reclamava o dentista Danilo Zacarias de Jesus, de 48 anos.
 
Quando o assunto foi futebol, a esperan�a dos atleticanos era evidente. “Vai ser 4 a 0 para o Galo. O Galo sai classificado daqui”, dizia o administrador de empresas Samuel Miguel de Melo, de 35. Era esse tamb�m o palpite de Cau� Felipe Sales da Silva, de 27 anos, contador. “O Atl�tico � ra�a, � amor, � luta. Nas dificuldades, o time cresce, como agora.”
 
A confian�a e o placar do primeiro jogo (triunfo por 3 a 0, no Mineir�o) davam o tom entre os cruzeirenses. Preocupados com a seguran�a, muitos foram camuflados para o Independ�ncia., como Jos� Mendes Guimar�es, de 42, engenheiro, que escondeu a camisa celeste por dentro da cal�a. “� o jeito. N�o posso me arriscar. S� colocarei a camisa do time dentro do est�dio, quando chegar � nossa torcida.”
 
No setor visitante, os torcedores cruzeirenses estavam revoltados com o que chamaram de guerra fria, pois n�o havia cerveja � venda no local. “Isso � um absurdo”, bradava Cl�udio S�rio Luiz Rodrigues, de 33, operador de m�quinas.

APREENS�O Com o apito inicial, a torcida celeste fica angustiada vendo seu time apenas se defender. Os atleticanos se inflamam com o dom�nio territorial e a press�o que a equipe faz. Os gritos de “eu acredito” ecoam pelo caldeir�o quando Cazares abre o placar. No segundo tempo, o gol celeste, anulado, deixa o torcedor alvinegro mais empolgado. Mas o tempo vai se esgotando e, com ele, vai acabando a esperan�a. Aos 35min, muita gente come�a a deixar o Independ�ncia. Os mais nervosos chutam os port�es na sa�da. Ganham a rua. “Est� tudo errado. O time n�o tem jogadas, n�o chuta a gol. N�o tenta de fora da �rea. Vai na for�a, na vontade, mas s� isso n�o basta”, afirma o analista de sistemas Saulo Ker, de 37.
 
O Galo faz o segundo gol. Meia-volta. O arrependimento de ter sa�do antes da hora faz com que a maioria retorne. S� que vem uma ordem da seguran�a, que determina o fechamento dos port�es. O jeito � ficar de fora, torcendo, como fez a pedagoga Fernanda Azevedo, de 40: “Tentei voltar, mas n�o pode entrar mais. Vou ficar aqui e esperar o terceiro gol. Se houver p�nalti, o jeito ser� ir para um bar.”
 
O jogo termina sem o esperado terceiro gol. Os cruzeirenses, em minoria, festejam no Horto. Mas muitos atleticanos tamb�m aplaudem o Galo. As duas equipes, entretanto, n�o passam imunes �s cr�ticas. “Falta tudo. O F�bio Santos perdeu um gol feito. Um time n�o pode depender de um gol. Tinha de ter decidido antes”, dizia o administrador Leonardo M�cio, de 63. “N�o precisava sofrer tanto. O Mano for�ou ao escalar o Fred, depois o Jadson. N�o tinha de ser assim. O time s� defendeu. Precisa atacar tamb�m”, destacou o a�ougueiro Fabr�cio Alves, de 32.
 
MORTE DE TORCEDOR 
O atleticano Luciano Oliveira Palhares, de 34 anos, sofreu um infarto no in�cio do segundo tempo da partida no Independ�ncia e morreu a caminho do hospital. Ele estava acompanhado do filho, de 5, que foi levado  para o Juizado de Menores. Um dos poucos incidentes registrados pela Pol�cia Militar na noite de ontem ocorreu depois do jogo, na esquina das ruas Ism�nia Tunes e F�bio Andrade Gomes, entre torcedores do Atl�tico, que trocaram socos e pontap�s. Os policiais intervieram, separando os brig�es. Ningu�m foi preso. 
Na sa�da do Independ�ncia, o �nibus do Cruzeiro foi atacado por marginais.  De acordo com informa��es da assessoria de imprensa do Cruzeiro, “o �nibus que transportava a delega��o foi alvejado na Avenida Silviano Brand�o por v�ndalos que atiraram peda�os de pau, pedras e garrafas”. Ningu�m ficou ferido.
 

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