Distante do G4, Cruzeiro encara realidade de perman�ncia na S�rie B

Pautas sobre probabilidades no Campeonato Brasileiro costumam render bastante audi�ncia. Afinal, os torcedores querem saber quantos pontos o time do cora��o tem de somar para alcan�ar um objetivo espec�fico, seja t�tulo, qualifica��o para algum torneio internacional, acesso ou fuga do rebaixamento. No caso do Cruzeiro, o assunto ainda ser� abordado, visto que as chances matem�ticas de retorno � primeira divis�o continuam existindo.

Por�m, a cada rodada sem vit�ria na S�rie B, esse percentual diminui - caiu de 8,2% para 3,8% ap�s o duelo contra o Ava�, segundo o Departamento de Matem�tica da UFMG. Hoje, n�o seria exagero considerar que a Raposa precisa de 100% nos oito confrontos finais: Ponte Preta (fora), Cuiab� (casa), Sampaio Corr�a (fora), Oeste (casa), Juventude (fora), Oper�rio (casa), N�utico (casa) e Paran� (fora).

Em nono lugar, com 40 pontos, o clube celeste est� a nove do quarto colocado, Juventude (49), que tem potencial para atingir 62 caso mantenha o �ndice de momento, de 54,44%. No meio da classifica��o h� equipes com vantagem significativa, como Sampaio Corr�a (5º, com 45), CSA (6º, com 45), Ava� (7º, com 44) e Guarani (8º, com 43).

O t�cnico Luiz Felipe Scolari completou 14 jogos de sua segunda passagem pela Toca no empate por 1 a 1 com o Ava�, nessa sexta-feira, no est�dio da Ressacada, em Florian�polis. O resultado teve sabor de derrota porque o Cruzeiro vencia por 1 a 0 at� os 48 minutos da etapa final, quando levou gol de cabe�a do meia Vald�via, ap�s cruzamento do lateral-direito Edilson.

Avaliado de maneira individual, Felip�o tem bom aproveitamento: sete vit�rias, seis empates e apenas uma derrota, com 27 pontos somados em 42 disputados (64,2%). O time, contudo, pagou pelas m�s campanhas sob os comandos de Enderson Moreira (45,83%) e Ney Franco (33,33%), al�m do in�cio com seis pontos negativos em raz�o de uma puni��o na Fifa.

O pr�prio treinador, em suas entrevistas coletivas, jamais prometeu brigar pelo acesso. Seu discurso sempre foi pautado por eliminar o risco de rebaixamento e depois ver at� onde seria poss�vel chegar.

“Quando viemos para o Cruzeiro, sab�amos qual equipe possu�amos. Por isso, temos de nos organizar, conversar com a dire��o e mostrar que os jogadores est�o trabalhando e participando. Dentro do projeto inicial, tivemos que sair da confus�o onde est�vamos. Depois, faremos a montagem novamente de uma equipe que esteja preparada em todos os sentidos para o ano que vem. N�o adianta ficarmos procurando agora que este n�o jogou bem ou aquele falhou. N�o adianta. S�o esses jogadores que temos”, disse.

“Com esses jogadores, fizemos 27 pontos. Portanto, dentro do poss�vel, est� �timo. No in�cio, tivemos problemas que nos causaram dificuldades agora. Ent�o a gente est� trabalhando em comum acordo com todos os departamentos. E vamos fazer aquilo que nos propusemos. Com tr�s, quatro ou cinco pontos, tiramos o Cruzeiro daquela dificuldade inicial. Depois � outro assunto que a gente tem que pensar”, complementou.

� ineg�vel que Scolari conseguiu entregar em dois meses de trabalho um time muito mais competitivo, tanto por escolhas t�cnicas quanto pelo perfil motivador de um dos profissionais mais respeitados do futebol. Todavia, o Cruzeiro ainda lida com dificuldades em seu setor ofensivo, principalmente quando det�m o controle da posse de bola e tenta envolver advers�rios dispostos a jogar na retaguarda.

As retrancas dos visitantes comprometeram a campanha estrelada dentro dos dom�nios em Belo Horizonte. Como mandante, foram cinco vit�rias, cinco empates e cinco derrotas em 15 jogos - 44,44% -, superior somente aos de candidatos � queda para a S�rie C: Figueirense, 40%; Botafogo-SP, 35,7%; e Oeste, 25%.

Por mais que a matem�tica ainda semeie esperan�a nos cora��es azuis, as circunst�ncias indicam a perman�ncia do clube na segunda divis�o. At� mesmo a diretoria, que h� pouco tempo adotava o discurso de certeza de acesso - o ex-superintendente L�o Portela chegou a cravar a subida antes do centen�rio -, come�ou a encarar a realidade.

Dois exemplos pr�ticos s�o os acordos referentes a d�vidas trabalhistas: R$ 25 milh�es ao atacante Fred e R$ 15 milh�es ao lateral-esquerdo Dod�, contratados na gest�o do ex-presidente Wagner Pires de S� e do ex-vice de futebol Itair Machado. Eles v�o come�ar a receber as parcelas de R$ 400 mil e R$ 250 mil, respectivamente, em janeiro de 2022, quando o Cruzeiro espera de fato ter regressado � elite do Brasileir�o.

O presidente S�rgio Santos Rodrigues tamb�m j� admitiu publicamente a possibilidade de negociar nova readequa��o salarial para 2021 com os jogadores que recebem mais de R$ 150 mil. A queda de receitas em 2020 � vista como exemplo: baixou 60% nos cinco primeiros meses em compara��o ao mesmo per�odo apurado de 2019 (de R$ 136,1 milh�es para R$ 54 milh�es).

64 pontos - 99,8%

63 pontos - 99,3%

62 pontos - 97,4%

61 pontos - 91,8%

60 pontos - 79,2%

59 pontos - 58,7%

Chapecoense - 99,9%

Am�rica - 99,6%

Cuiab� - 55,3%

Juventude - 46,2%

Sampaio Corr�a - 29,3%

CSA - 24,6%

Guarani - 20,8%

Ava� - 15,3%

Cruzeiro - 3,8%

Ponte Preta - 2,9%

Confian�a - 1,7%

Fonte: Departamento de Matem�tica da UFMG