
"Ser� uma cerim�nia muito mais s�bria. Por�m, com a bela est�tica japonesa. Muito japonesa, mas tamb�m em sincronia com o sentimento de hoje, a realidade", disse � Reuters o produtor executivo do evento, Marco Balich, que tamb�m comandou a Abertura dos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. "A pandemia obviamente tem suas consequ�ncias. Coreografias em massa n�o v�o acontecer, por causa da COVID-19", completou.
As consequ�ncias do v�rus v�o al�m da aus�ncia de coreografias com dezenas de dan�arinos. A mais evidente � a aus�ncia de p�blico, algo in�dito na hist�ria ol�mpica da Era Moderna, iniciada em Atenas, no ano de 1896. O rec�m-reformado Est�dio Ol�mpico de T�quio, que tem capacidade para 68 mil espectadores, receber� uns poucos convidados, patrocinadores, pol�ticos e a imprensa.
As cr�ticas de parte significativa da popula��o japonesa e a acelera��o da propaga��o do v�rus fizeram com que representantes de v�rias empresas que patrocinam os Jogos desistissem de ir � Cerim�nia de Abertura. O n�mero de l�deres pol�ticos globais no evento tamb�m ser� bem menor. No Rio, cerca de 40 pa�ses mandaram representantes ao Maracan�. Em T�quio, a expectativa � que a quantidade baixe pela metade.
Confirmaram presen�a nomes como o presidente da Fran�a, Emmanuel Macron, e a primeira-dama dos EUA, Jill Biden. Segundo um oficial do Minist�rio do Exterior do Jap�o, pol�ticos de diversos pa�ses cancelaram a visita a T�quio por conta do recente aumento no n�mero de variantes do coronav�rus.
As preocupa��es pol�ticas pela realiza��o dos Jogos durante a pandemia devem reverberar at� no discurso do imperador Naruhito. Segundo pessoas ligadas � casa imperial, ele deve evitar frases e termos considerados muito positivos, como "celebrar a Olimp�ada".
A cerim�nia
Os detalhes art�sticos da Abertura s�o mantidos sob sigilo. Tradicionalmente, o evento valoriza a hist�ria e a cultura do pa�s-sede. A cerim�nia formal ter� a entrada do chefe de estado japon�s Shinzo Abe, a execu��o dos hinos do Jap�o e da Olimp�ada, a marcha dos atletas, o lan�amento simb�lico das pombas, o juramento ol�mpico e, � claro, o momento de acender a pira.
Sabe-se tamb�m que o momento vivido pelo mundo ser� lembrado com frequ�ncia ao longo do evento. O comit� organizador revelou que o tema da cerim�nia inicial ser� "unidos pela emo��o". O mote maior do megaevento � "seguindo em frente", clara refer�ncia � pandemia.
"Pessoas de todo o mundo passaram o �ltimo ano vivendo sob a amea�a da COVID-19, e os Jogos de T�quio ocorrer�o em meio a esta pandemia sem precedentes. N�s somos de diferentes idades e nacionalidades e temos diferentes hist�rias de vida, e agora estamos fisicamente separados. Este � o motivo pelo qual queremos que todos experimentem a mesma empolga��o, divers�o e por vezes desapontamento por meio das performances dos atletas", explicou a organiza��o.

A tradicional marcha dos atletas ocorrer� com adapta��es para reduzir o risco de propaga��o da doen�a. Pela primeira vez, cada delega��o ter� dois porta-bandeiras. O Brasil ser� representado por medalhistas ol�mpicos: o levantador Bruninho, do v�lei, e a judoca Ketleyn Quadros.
Trata-se de uma iniciativa do Comit� Ol�mpico Internacional (COI) pela igualdade de g�nero no evento. Em 2021, T�quio receber� a Olimp�ada com maior balan�o nesse sentido. Dos mais de 11 mil atletas classificados, cerca de 48% s�o mulheres. A expectativa � que em 2024, nos Jogos de Paris, o n�mero chegue a 50%.
De �ltima hora, o evento viu seu diretor, Kentaro Kobayashi, pedir demiss�o. Um v�deo do comediante tentando fazer uma "piada" sobre o holocausto, em 1998, vazou na internet e deixou a situa��o insustent�vel. Antes, o m�sico Keigo Oyamada, conhecido como Cornelius, que apresentaria uma composi��o de quatro minutos na cerim�nia, renunciou ao cargo na equipe criativa ap�s ser acusado de praticar bullying contra colegas de escola. Mais pol�micas no evento que, de forma ou de outra, marca o in�cio de uma edi��o sem precedentes de Jogos Ol�mpicos.