
Apresentado nessa quinta-feira (5/8) na Toca da Raposa II, o t�cnico Vanderlei Luxemburgo encampou o discurso anticrise ao afirmar que assume para trabalhar pelo acesso do Cruzeiro � S�rie A do Campeonato Brasileiro. Para isso, por�m, o time (18º na S�rie B, com 13 pontos em 15 jogos) precisar� de cerca de 70% de aproveitamento at� o fim da competi��o.
O experiente comandante, de 69 anos, que passou pela Raposa em 2003 e 2015, espera mudar o ambiente do clube, que est� pesado em fun��o dos atrasos salariais e pela p�ssima fase do time em campo, sem vencer h� nove partidas. Uma das condi��es que ele colocou para assinar com a Raposa foi a de trabalhar com os sal�rios do elenco em dia. Assim, poder� cobrar os jogadores e n�o ter� outras preocupa��es al�m do futebol.
"Primeira coisa que tem que ser tratada � que n�o tem nenhum time que n�o est� na 'zona de rebaixamento', nenhum time passou da pontua��o para estar fora do rebaixamento. Tem times que est�o � frente, mas nenhum ganhou o campeonato”, afirmou. L�der da competi��o, o N�utico tem 30 pontos, um a mais que o Coritiba. Goi�s e Ava�, com 26, completam o G-4. De acordo com o Departamento de Matem�tica da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o clube mineiro tem apenas 0,65% de chances de acesso.
Para Luxemburgo, nada est� decidido. E ele preferiu evitar avalia��es sobre risco de queda para a S�rie C. “O campeonato est� para n�s, para irmos para cima e meu pensamento � ir para cima e buscar a classifica��o do Cruzeiro para a Primeira Divis�o. Se eu ficar pensando como voc� (jornalista) na Terceira Divis�o, eu vou esquecer que tem coisa boa para cima. E todos t�m o mesmo problema. Tem clube que vira o turno na zona de rebaixamento e acaba ganhando o campeonato", disse o treinador, que indicou que as pend�ncias salariais devem ser colocadas em dia.
Ele comparou os pagamentos sem atraso a um refor�o de peso. "N�s estamos contratando um jogador (indicou que o sal�rio em dia � refor�o para o time), ele vai ser important�ssimo dentro da estrutura que n�s temos que ter. N�s n�o temos condi��es de trazer fisicamente, porque o Cruzeiro est� impedido de contratar. Mas as mudan�as de ambiente, do comprometimento do clube, isso � fundamental para que crie um ambiente diferente. Essa � a grande contrata��o que precisa fazer, entender que o clube � sagrado. O futebol � a �nica �rea onde o Cruzeiro pode buscar o seu resgate”, disse.
O conceito de 'mudan�a de atitude', incluindo a do clube, foi enfatizado por ele. "Eu discuti futebol, comprometimento, essa � a grande contrata��o. Eu sou uma contrata��o pela minha experi�ncia, mas n�o resolvo se n�o resolverem os problemas. Essa � a grande contrata��o, de resgatar a credibilidade, de tomar atitudes e mudar o pensamento � de todos n�s deste ambiente e comportamento com proposta de mudan�a. Se o clube mudar comportamento e aqui continuar do jeito que est�, a coisa fica diferente (no sentido de que vai cobrar os jogadores). Todos n�s temos de mudar, o clube e os atletas. A grande contrata��o � mudan�a de comportamento (clube e jogadores)", acrescentou.
O treinador destacou o que ser� cobrado do clube e dos jogadores: "Nossa proposta � uma mudan�a de astral, de comportamento, de trabalho, de identidade, de comprometimento de cada um, o clube tem que estar comprometido com o seu elenco, com a comiss�o t�cnica. E os jogadores t�m de estar comprometidos com a proposta do clube. � isso que vai ser cobrado. N�s, comiss�o t�cnica, vamos estar comprometidos com a reciprocidade".
Grupo
Luxemburgo disse que conhece parte do grupo do Cruzeiro. "Sobre elenco, a gente est� no ramo, pega informa��es, assisti a jogos do Cruzeiro, a gente conhece, mas isso � muito r�pido, vou bater o olho e vou identificar bastante coisa, n�o vejo o Cruzeiro diferente de nenhum clube da Segunda Divis�o", disse. "O Cruzeiro tem uma hist�ria e vamos trabalhar em cima dela, o Cruzeiro � um time da Primeira Divis�o na Segunda Divis�o. Temos o n�mero de jogos para buscar o objetivo, quero que meus jogadores mudem essa chave". Restam 13 rodadas para o fim do torneio. A pr�xima ser� amanh�, contra o Brusque, fora de casa.
O treinador disse que dar� espa�o a quem estiver bem tecnicamente, sem vaga cativa para os medalh�es. "� bom ter jogador experiente, mas experiente tem de estar bem, n�o adianta jogar com a experi�ncia, tem de estar bem, produzindo. Independentemente de ter experi�ncia, quero produtividade", destacou.