Na noite de 2 de dezembro, Belo Horizonte viveu uma esp�cie de r�veillon com a festa da torcida atleticana devido � conquista do Campeonato Brasileiro. Amanh�, o Galo enfrenta o Athletico-PR, no Mineir�o, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, e uma nova comemora��o � prevista em toda a capital. Em dia de decis�o, � comum escutar fogos de artif�cio e roj�es por toda a cidade. Mas para quem tem animais de estima��o, os momentos de festa s�o estressantes e assustadores.
A advogada Ana Paula Ten�rio, de 32 anos, tem cinco cachorros em casa e vive um grande pesadelo em dias de jogos. “Os cachorros estouraram o port�o de madeira na �ltima comemora��o para entrar em casa. A audi��o deles � muito mais sens�vel que a nossa, ent�o, se pra gente j� � ruim, imagina pra eles, que escutam v�rias e v�rias vezes mais.”, disse ela.

Apesar das tentativas para amenizar o barulho, nada resolve o problema. "Ficamos com eles no colo e TV ligada, mas n�o resolve o problema. N�o tem como vedar as portas e janelas e mesmo que diminua o barulho ainda � muito forte para eles”, explica Ana.
Com cinco cachorros, ela acha invi�vel sair de casa para um local mais calmo. Al�m dos dias de comemora��o, a advogada sofre durante a semana com fogos e roj�es soltados de forma aleat�ria. “Um dia, estava na pra�a com meus cachorros e soltaram fogos, um deles ficou t�o desesperado que soltou da guia e ficou desaparecido por quatro dias. Passamos esses dias todos virando noite atr�s dele, colando cartaz e rodando de carro o tempo todo”, desabafou.
A ONG Me Adota, em Diamantina, perdeu seis cachorros no dia do jogo entre Atl�tico e Bahia. Os animais morreram de parada card�aca com o susto causado pelos fogos. Para a final da Copa do Brasil, as 11 volunt�rias da ONG realizaram um mutir�o para levar todos os 180 animais para um s�tio cedido por um colaborador.
Projetos de Lei
Em Diamantina, a ONG conta com o apoio do empres�rio James da Albion para aprovar o projeto de lei que pro�be a venda e uso de fogos de artif�cio ruidosos na cidade. “Sabemos que muito precisa ser feito, mas acredito que juntar boas ideias com a iniciativa do Legislativo dar� bons frutos e chegaremos longe”, disse o empres�rio pelas redes sociais.
Em Belo Horizonte, um projeto de lei que pro�be o manuseio, a utiliza��o, a queima e a soltura de fogos de estampidos e de artif�cios, al�m de qualquer outro artefato pirot�cnico de efeito sonoro, tramitava na C�mara Municipal at� julho deste ano.
Por�m, o PL foi suspenso ap�s seus autores, os vereadores Irlan Melo (PSD), Miltinho CGE (PDT) e Wesley (Pros), optarem por fazer um aprimoramento no texto, al�m de uma audi�ncia p�blica, para saber a opini�o da popula��o sobre a proposta.
Segundo a assessoria de imprensa do vereador Irlan Melo (PSD), as audi�ncias p�blicas foram realizadas em outubro e os autores do PL j� fizeram as atualiza��es no texto e protocolaram o requerimento para que o projeto volte a ser debatido na C�mara.
Para Ana Paula, o projeto � de extrema import�ncia para garantir a seguran�a n�o s� dos animais, mas de crian�as e idosos tamb�m. “Comemorar independentemente do motivo � maravilhoso, mas tudo tem limite. A Lei do Sil�ncio n�o determina s� o hor�rio de barulho, ela tamb�m trata do limite do barulho. Quer usar fogos? Use os que n�o fazem barulho, s�o muito mais bonitos e causam menos transtorno.”, afirmou.
Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, projeto de lei de autoria do vereador Marlon Siqueira (MDB) foi aprovado pela C�mara Municipal no final do m�s de outubro e sancionado pela prefeita Margarida Salom�o (PT) no in�cio de dezembro.]