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Estado de Minas Coluna do Bob Faria

Bob Faria // Declara��es que oxigenam ou sufocam

Palavras duras foram ditas ap�s Atl�tico e S�o Paulo. Foram palavras de intimida��o, de revanchismo, de, no m�nimo, m� vontade de um �rbitro para um atleta


12/07/2022 04:00

Bob Faria

Palavras duras, com voz de veludo. O mundo muda, adeus velho mundo. H� um segundo tudo estava em paz...

Com esses versos, Herbert Vianna sintetiza numa can��o como as palavras podem ser inspiradoras ou destrutivas. Palavras que seduzem ou palavras que p�e abaixo uma rela��o de confian�a ou admira��o. Que trazem oxig�nio para a vida ou simplesmente sufocam.

� preciso ter cuidado com o que se diz, porque quem ouve n�o escuta s� as palavras que sa�ram de nossas bocas. H� dentro de cada um de n�s um repert�rio que completa de acordo com nosso estado de esp�rito, de acordo com nosso momento de vida ou nossa disposi��o para ouvir aquilo que foi dito. Tudo o que chega, chega para completar algo que j� est� dentro de n�s.

Pensar na for�a das palavras me faz pensar na for�a do perd�o. Porque pedir perd�o � uma coisa, mas esperar genuinamente que quem foi ofendido perdoe � outra bem diferente. Nossas ra�zes religiosas, sejam de que doutrina forem, nos pregam que perdoar � sublime, que � um ato de amor e de grandeza. Nos foi ensinado que perdoar nos torna maiores do que aquele que nos ofende. Mas ningu�m nos ensinou a diferen�a entre perdoar e esquecer. E esquecer � muito, muito mais complicado.

Quando algu�m te machuca tanto a ponto de voc� tentar e n�o conseguir perdoar, voc� reza (e a� mais uma vez � uma figura de linguagem) para que a coisa mais pr�xima do perd�o te atinja. O esquecimento. Voc� quer que aquilo se apague da sua mem�ria. O problema � que isso simplesmente n�o vai acontecer. Tudo vai continuar l�. E vai continuar num lugar bem pior, um lugar cujo acesso voc� normalmente n�o tem controle. O seu subconsciente. E em algum momento vir� � tona. Quem bate at� releva, quem apanha n�o.

Palavras duras foram ditas ap�s o jogo entre Atl�tico e S�o Paulo. E n�o foram palavras quaisquer. Foram palavras de intimida��o, de revanchismo, de, no m�nimo, m� vontade de um �rbitro para um atleta. S� relembrando, segundo o Hulk, Anderson Daronco o advertiu para que tomasse cuidado com o que iria dizer ap�s o jogo, porque esta n�o seria a �ltima partida em que eles se encontrariam. Como Daronco preferiu n�o se pronunciar sobre o epis�dio, o que temos at� agora � a palavra do jogador do Atl�tico. E assumindo que n�o foram ditas de cabe�a quente, ou simplesmente um desabafo jogado ao vento, s�o palavras que denotam uma rela��o muito distorcida e contaminada entre �rbitro e atleta.

Acreditem, 90 por cento do que se diz dentro de campo � impublic�vel. S�o express�es e di�logos que se encerram no pr�prio jogo. � normal! Mas algumas coisas, e esse � um caso, precisam ser esclarecidas, porque mesmo que haja perd�o, as palavras j� foram ditas e estar�o guardadas em algum lugar. E mais cedo ou mais tarde, se n�o forem explicadas, podem causar um estrago ainda maior.

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