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Estado de Minas

Pesquisa revela que �leo de copa�ba pode ser usado como anti-inflamat�rio


postado em 11/04/2011 11:41

A madeira da copaíba é indicada para a construção civil(foto: Faculdade de Farmacia-UFMG/divulgacao)
A madeira da copa�ba � indicada para a constru��o civil (foto: Faculdade de Farmacia-UFMG/divulgacao)
Em qualquer feira ou loja de fitoter�picos e de produtos naturais, � poss�vel encontrar embalagens com �leo de copa�ba comercializadas — na maioria das vezes — como drogas milagrosas para combater dezenas de tipos de doen�as, desde um simples fur�nculo �s v�rias formas do temido c�ncer. Os �ndios usavam o �leo e a resina de copaibeira como rem�dio muito antes de Cabral aportar no territ�rio que se chamaria de Brasil. Em centenas de laborat�rios do mundo inteiro, deve haver, neste exato momento, um pesquisador ou outro manipulando os extratos de uma das diversas esp�cies da planta de origem amaz�nica, em busca de mais uma aplica��o no extenso bul�rio da medicina caseira.

No Brasil, existem 520 medicamentos fitoter�picos, ou seja, fabricados � base de partes de plantas medicinais, registrados na Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa). Em breve, poder� surgir o de n�mero 521 — feito a partir do �leo bruto de copa�ba —, se depender dos acordos em andamento entre a Faculdade de Ci�ncias Farmac�uticas de Ribeir�o Preto (FCFRP/USP), Fiocruz e a Health, empresa de Indaiatuba (SP) que demonstrou interesse em participar do projeto.

O produto ser� um anti-inflamat�rio, cujos efeitos j� foram testados e comprovados pelo professor Osvaldo de Freitas e sua equipe na FCFRP e que agora est� em vias de ser transformado em medicamento com direito a ser colocado no mercado. “Uma das vantagens do medicamento � base de copa�ba � que ele n�o causa irrita��o e ulcera��o g�strica, como ocorre com anti-inflamat�rios n�o esteroidais”, explica Freitas, numa refer�ncia a f�rmacos como o �cido acetilsalic�lico, o ibuprofeno e outros que, apesar de seus efeitos analg�sicos e antit�rmicos, exibem fortes efeitos colaterais.

No caso da copa�ba, os experimentos j� realizados nos laborat�rios da Faculdade de Ci�ncias Farmac�uticas da USP de Ribeir�o Preto mostram, ao contr�rio, prote��o da mucosa g�strica. “E tamb�m sugerem a utiliza��o de quantidades menores do produto para se obter o mesmo efeito terap�utico de outros anti-inflamat�rios”, acrescenta o pesquisador. Ele adverte, entretanto, que as respostas s� ser�o conclusivas ap�s a realiza��o de ensaios cl�nicos em humanos.

Ganho ambiental


Outro aspecto importante do projeto, segundo o pesquisador, � o fator ambiental. “� preciso considerar que os recursos naturais ser�o melhor aproveitados e mais preservados, sem danos � planta ap�s o aprendizado tecnol�gico para extra��o do �leo.” O �leo de copa�ba do projeto da FCFRP � extra�do da �rvore por incis�o de trado (instrumento rural que corta, cava e faz furos) a mais ou menos 1m do ch�o. Em sua forma b�sica (�leo bruto), cont�m v�rios compostos qu�micos, que podem ser separados em duas fra��es por t�cnicas de destila��o — uma contendo compostos vol�teis (que evaporam) e outra n�o vol�teis (que originam a chamada fra��o fixa). “� na fra��o vol�til que est�o os compostos com atividade anti-inflamat�ria, em especial o cariofileno, que usamos como marcador qu�mico e biol�gico”, ensina Freitas.

O pesquisador acrescenta que a administra��o, o uso e o manuseio de compostos oleosos e vol�teis � dif�cil e que, por isso mesmo, � necess�rio transform�-los em s�lidos por processo de microencapsula��o. “Desse modo, preserva-se a integridade qu�mica e biol�gica da fra��o vol�til e poder� ent�o ser feito o delineamento final do produto, que � o medicamento em si”, observa.

Segundo Osvaldo de Freitas, medicamento � diferente de rem�dio. “Como rem�dio, o �leo de copa�ba j� existe e � bastante usado, mas para tornar-se um medicamento, ainda precisa passar por v�rios testes cient�ficos e ser registrado na Anvisa.” A formula��o do medicamento, desenvolvida em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Fiocruz e com a Health, j� foi aprovada para uso em animais e deve ser testada em humanos em breve. “Estamos dependendo de financiamento”, afirma Freitas. Ele explica que o projeto est� na fase pr�-cl�nica, com ensaios de toxicidade cr�nica feitos em animais, em ratos e c�es. Outra etapa do projeto � experimentar suas qualidades antimicrobianas e verificar eventuais efeitos cicatrizantes.

Madeira de lei

A madeira da copa�ba � indicada para a constru��o civil, conhecida como fonte de boas vigas, caibros, ripas, batentes de portas e janelas, para confec��o de m�veis. Tamb�m � muito cobi�ada para fabrica��o de pe�as torneadas, como coronhas de armas, cabos de ferramentas e de vassouras, para carrocerias, miolos de portas e pain�is, lambris, t�buas para assoalho etc. Fornece o b�lsamo ou �leo de copa�ba, um l�quido transparente e terap�utico, que � a seiva extra�da mediante a aplica��o de furos no tronco com o uso de um trado at� atingir o cerne. A �rvore fornece �tima sombra e pode ser empregada na arboriza��o rural e urbana. � tamb�m �til para plantios em �reas degradadas de preserva��o permanente.

Conhecimento ancestral

A palavra copa�ba, em tupi-guarani, significa “�rvore de dep�sito” ou “que cont�m jazida”, numa refer�ncia ancestral ao �leo rico em qualidades terap�uticas, conhecido h� s�culos como poderoso aliado no tratamento de les�es e de problemas respirat�rios. As esp�cies de maior ocorr�ncia no Brasil, em particular na Amaz�nia, s�o a C.reticulata, caracterizada por exibir um �leo fino, de odor fraco e de cor amarelo-claro, muito usado nas ind�strias cosm�tica e farmac�utica e na medicina popular; a C. Duckei, com �leo de odor forte e cor avermelhada, tamb�m conhecido por suas aplica��es medicinais; e a C. martii, com �leo de cor marrom, odor forte e pr�prio para fabrica��o de resinas.

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