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Estado de Minas

Conhe�a as pegadinhas do resultado do IMC

Resultados do �ndice de Massa Corporal podem indicar obesidade para pacientes em forma e peso normal em situa��es de excesso de gordura. Pesquisadora da USP prop�e c�lculo que evita essas distor��es


postado em 22/10/2012 13:05 / atualizado em 22/10/2012 12:12

Mesmo tendo 11% de gordura no corpo, o educador físico Alexandre Silva está acima do peso, segundo o cálculo mais difundido(foto: (Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press - 14/8/12))
Mesmo tendo 11% de gordura no corpo, o educador f�sico Alexandre Silva est� acima do peso, segundo o c�lculo mais difundido (foto: (Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press - 14/8/12))
O educador f�sico Alexandre Silva, de 25 anos, malha pelo menos uma hora por dia nos �ltimos 12 anos. Com um corpo atl�tico, pesa 85kg e mede 1,71m. Apesar de apenas 11% de sua massa corporal ser composta por gordura, o jovem seria considerado acima do peso, beirando o primeiro grau de obesidade, de acordo com o seu �ndice de Massa Corporal (IMC) – c�lculo usado para aferir a proporcionalidade entre peso e altura. Apesar de ser uma popular ferramenta para controlar o aumento de peso, o IMC apresenta distor��es, como � o caso do educador f�sico, e, para corrigir essas falhas, uma pesquisadora da Universidade de S�o Paulo (USP) prop�e reformular a forma no c�lculo passando a incluir a quantidade de gordura do paciente.

Atualmente, para se calcular o IMC � preciso dividir o peso pelo quadrado da altura. Mesmo simples, o c�lculo abre brecha para os chamados falsos gordos, pessoas que, como Alexandre, embora estejam em forma, apresentam um IMC alto dado � grande quantidade de massa corporal; al�m dos falsos magros, que, no caminho inverso, apesar de pesar pouco, mant�m um alto percentual de gordura. “� importante ressaltar que o IMC � um �ndice universalmente aceito, por�m ele foi desenvolvido no in�cio do s�culo 19, quando havia outro panorama epidemiol�gico mundial”, explica a autora do estudo, a nutricionista Mirele Savegnago Grecco, da Faculdade de Medicina de Ribeir�o Preto da USP.

Assim, a ideia da pesquisadora foi elaborar um c�lculo universal que se ajustasse mais � realidade atual, em que h� cada vez mais pessoas obesas, “possibilitando uma detec��o mais precoce da obesidade e, consequentemente, uma interven��o cl�nica mais r�pida, que vai evitar ou minimizar o risco de desenvolvimento de doen�as associadas � obesidade, como a hipertens�o e o diabetes”, aponta a pesquisadora paulista. Por isso, na nova formula��o foi inclu�do o percentual de massa gorda, que � a quantidade de gordura que o indiv�duo tem no organismo. “Al�m disso, (com o novo �ndice) pode-se gerar uma redu��o importante nos custos para os servi�os de sa�de”, completa Grecco.

O modelo proposto tem, obviamente, diferente contagem: o peso multiplicado por tr�s � somado a quatro vezes a massa gorda e o resultado dessa adi��o � dividido pela altura do indiv�duo. No caso de Alexandre, o �ndice Ajustado � Massa Gorda – como foi batizada a cria��o de Mirele Grecco – ficaria em 1,74, considerado normal pela tabela. “O IMC tradicional � suficiente para classificar apenas os indiv�duos que se encontram nos extremos”, justifica a cientista. “Esse � o caso dos subnutridos, que t�m baixos percentuais de gordura corporal, e dos obesos, que t�m elevadas porcentagens de massa gorda”, explica a nutricionista. Ela testou o c�lculo em 500 pacientes para criar uma f�rmula simples que se ajustasse tamb�m �s pessoas com outros bi�tipos, como alta massa e pouca gordura e baixa massa e muita gordura.

Precis�o
O avaliador f�sico Fl�vio Bonora concorda com a efic�cia do �ndice Ajustado � Massa Gorda. “Realmente, ele corrige as distor��es do IMC e ajuda o avaliador a fazer uma an�lise mais precisa da situa��o f�sica dos pacientes”, opina. Acostumado a lidar com pessoas que est�o iniciando atividade f�sica ou buscando mais condicionamento, ele conta que � bastante comum clientes que usam o IMC se frustrar na hora de fazer uma an�lise mais detalhada.

“� muito comum com mulheres estar dentro do peso ideal e, portanto, com um bom IMC, mas, na hora em que � medido o percentual de gordura do corpo, elas descobrem que t�m um perfil de sobrepeso ou mesmo de obesidade”, explica. Problemas como esse ocorrem em casos, inclusive, de pessoas que apresentam fisionomia de peso normal. “Como o percentual de gordura est� alto, mesmo n�o aparentando estar gorda a pessoa corre os mesmos riscos relacionados � obesidade, como hipertens�o e diabetes”, explica o avaliador f�sico Fl�vio Bonora.

“Para essas pessoas, o novo �ndice servir� como um referencial claro de que � preciso perder peso e melhorar o condicionamento f�sico. O mesmo vale para atletas que t�m grande massa corporal e pouca gordura, mas, nesse caso, em geral a pr�pria pessoa j� conta com a orienta��o de um profissional”, completa. Segundo Bonora, contudo, a ampla implementa��o do �ndice Ajustado � Massa Gorda esbarra em um problema. “O IMC s� leva em considera��o peso e altura. Se por um lado em alguns casos isso pode levar � distor��o dos resultados, por outro � uma medida f�cil de calcular, j� que em geral todo mundo sabe o pr�prio peso e altura”, afirma.

Para calcular o novo �ndice, seria necess�ria a ajuda de um adip�metro, um pequeno aparelho semelhante a um alicate. Com ele, o educador f�sico mede a espessura da camada de pele e de gordura sob o m�sculo em sete partes do corpo. O resultado � comparado a uma tabela de refer�ncia que d� o percentual de gordura do paciente. “N�o � uma medida t�o simples de se obter. Talvez em um contexto m�dico seja poss�vel de se obt�-la e aplic�-la, mas em casa, de maneira simples como � com o IMC, n�o � poss�vel”, completa.

Mais estudos testam o �ndice
Duas pesquisas publicadas em setembro no European Heart Journal tamb�m colocaram em xeque a efici�ncia do �ndice de Massa Corporal (IMC). Durante tr�s anos, cientistas analisaram a mortalidade de 64 mil suecos com problemas card�acos. Os volunt�rios foram divididos em grupos de acordo com o IMC. Ap�s a an�lise, o gr�fico da mortalidade ficou em forma de U, indicando que as pessoas enquadradas nos extremos – as muito magras e muito gordas – tinham o mais alto risco de morrer do que as na condi��o intermedi�ria, como sobrepeso e obesidade m�rbida. Realizada na Universidade de Granada, em Espanha, a segunda pesquisa analisou a sa�de de 43 mil americanos, divididos de acordo com o n�vel de obesidade. Ap�s 14 anos de avalia��es, os cientistas chegaram � conclus�o de que obesos saud�veis tiveram um risco 38% menor do que os n�o saud�veis de morrer por qualquer causa. A redu��o de morte por problema card�aco ou c�ncer foi de 30% a 50%.

 


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