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Estado de Minas TECNOLOGIA

Os microchips que permitem pagamento com a m�o

Empresas oferecem chips de pagamento injetados sob a pele, que podem ser usados para pagar contas como um cart�o de d�bito ou cr�dito comum


11/04/2022 22:45 - atualizado 11/04/2022 22:45
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Uma mulher pagando sua refeição em um café usando um chip de pagamento sem contato implantado em sua mão
Uma mulher pagando sua refei��o em um caf� usando um chip de pagamento sem contato implantado em sua m�o (foto: Piotr Dejneka)
O holand�s Patrick Paumen, de 37 anos, causa rebuli�o sempre que paga por algo em uma loja ou restaurante.

 

Ele n�o precisa usar dinheiro, cart�o de banco ou celular para pagar. Em vez disso, ele simplesmente coloca a m�o esquerda perto do leitor de cart�o e o pagamento � realizado.

 

"As rea��es que recebo dos caixas s�o impag�veis", diz Paumen, que trabalha como guarda de seguran�a.

Ele consegue pagar usando apenas sua m�o porque em 2019 ele teve um microchip de pagamento injetado sob a pele.

 

"O procedimento d�i tanto quanto quando um belisc�o na pele", diz Paumen.

 

A primeira vez que um microchip foi implantado em um ser humano foi em 1998, mas foi apenas na �ltimad�cada que essa tecnologia ficou dispon�vel comercialmente.

 

A empresa anglo-polonesa Walletmor diz que se tornou, no ano passado, a primeira empresa a colocar � venda chips de pagamento implant�veis.


O implante
Paumen tem um chip sob a pele da m�o esquerda que acende quando entra em contato pr�ximo com uma m�quina de pagamento (foto: Patrick Paumen)

 

"O implante pode ser usado para pagar uma bebida na praia do Rio, um caf� em Nova York, um corte de cabelo em Paris — ou no supermercado local", diz o fundador e presidente-executivo Wojtek Paprota. "Ele pode ser usado onde quer que pagamentos sem contato sejam aceitos."

 

O chip de Walletmor, que pesa menos de um grama e � pouco maior que um gr�o de arroz, � composto por um min�sculo microchip e uma antena envolta em um biopol�mero — um material de origem natural, semelhante ao pl�stico.

 

Paprota diz que o chip � totalmente seguro, tem aprova��o regulat�ria e funciona imediatamente ap�s ser implantado. Tamb�m n�o requer bateria ou outra fonte. A empresa diz que j� vendeu mais de 500 chips.

 

A tecnologia que a Walletmor usa � a comunica��o de campo pr�ximo ou NFC, em ingl�s - o sistema de pagamento por aproxima��o em smartphones. Outros implantes de pagamento s�o baseados em identifica��o por radiofrequ�ncia (RFID), que � a tecnologia similar normalmente encontrada em cart�es de d�bito e cr�dito f�sicos por aproxima��o.


Walletmor
Um raio-x mostrando um implante Walletmor, que � injetado na m�o de uma pessoa ap�s um anest�sico local (foto: Walletmor)

 

Para muitos de n�s, a ideia de ter um chip implantado em nosso corpo � horr�vel, mas uma pesquisa de 2021 com mais de 4 mil pessoas no Reino Unido e na Uni�o Europeia descobriu que 51% considerariam fazer um implante.
 

No entanto, sem fornecer uma porcentagem, o relat�rio acrescentou que "quest�es de invas�o e seguran�a continuam sendo uma grande preocupa��o" para os entrevistados.

 

Paumen diz que n�o tem nenhuma dessas preocupa��es.

 

"Os implantes de chip cont�m o mesmo tipo de tecnologia que as pessoas usam diariamente", diz ele, "desde chaveiros a destrancar portas, cart�es de transporte p�blico como o cart�o Oyster [do transporte p�blico de Londres] ou cart�es banc�rios com fun��o de pagamento sem contato."

 

"A dist�ncia de leitura � limitada pela pequena bobina da antena dentro do implante. O implante precisa estar dentro do campo eletromagn�tico de um leitor RFID [ou NFC]. Somente quando h� um acoplamento magn�tico entre o leitor e o transponder o implante pode ser lido."

 

Ele acrescenta que n�o est� preocupado em ter seu paradeiro rastreado.

"Os chips RFID s�o usados %u200B%u200Bem animais de estima��o para identific�-los quando est�o perdidos", diz ele. "Mas n�o � poss�vel localiz�-los usando um implante de chip RFID — o animal desaparecido precisa ser encontrado fisicamente. Ent�o todo o corpo � escaneado at� que o implante de chip RFID seja encontrado e lido."

 

No entanto, o problema com esses chips (e o que causa preocupa��o) � se no futuro eles se tornar�o cada vez mais avan�ados e cheios de dados privados de uma pessoa. E se essas informa��es s�o seguras e se uma pessoa pode de fato ser rastreada.

 

A especialista em Tecnologia Financeira, Theodora Lau, � coautora do livro Beyond Good: How Technology Is Leading A Business Driven Revolution (Al�m do Bem: Como a Tecnologia Est� Liderando uma Revolu��o Impulsionada pelos Neg�cios, em tradu��o livre).

 

Ela diz que os chips de pagamento implantados s�o apenas "uma extens�o da internet das coisas". Ou seja, trata-se de uma nova maneira de conectar e trocar dados.


Theodora Lau
Theodora Lau diz que no futuro precisaremos saber qual o limite dos implantes (foto: Theodora Lau)
 

No entanto, embora ela diga que muitas pessoas est�o abertas � ideia — pois tornaria o pagamento das coisas mais r�pido e f�cil — o benef�cio deve ser ponderado com os riscos. Especialmente na medida em que os chips comecem a carregar mais informa��es pessoais.

 

"Quanto estamos dispostos a pagar por conveni�ncia?" ela diz. "Onde tra�amos a linha quando se trata de privacidade e seguran�a? Quem proteger� a infraestrutura cr�tica e os humanos que fazem parte dela?"

 

Nada Kakabadse, professora de Pol�tica, Governan�a e �tica na Henley Business School da Reading University, tamb�m � cautelosa sobre o futuro de chips mais avan�ados.

 

"Existe um lado sombrio da tecnologia que tem potencial para abuso", diz ela. "Para aqueles que n�o amam a liberdade individual, abre novas e sedutoras vis�es de controle, manipula��o e opress�o. E quem � o dono dos dados? Quem tem acesso aos dados? E � �tico colocar chip em pessoas como fazemos com animais de estima��o?"

 

O resultado, ela adverte, pode ser "o desempoderamento de muitos para o benef�cio de poucos".

 

Steven Northam, professor de Inova��o e Empreendedorismo da Universidade de Winchester, diz que as preocupa��es s�o injustificadas. Al�m de seu trabalho acad�mico, ele � o fundador da empresa brit�nica BioTeq, que fabrica chips implantados wireless desde 2017.

 

Seus implantes s�o voltados para pessoas com defici�ncia que podem usar os chips para abrir portas automaticamente.

 

"Temos consultas di�rias", diz ele, "e realizamos mais de 500 implantes no Reino Unido — mas a covid causou alguma redu��o na procura".

 

"Essa tecnologia � usada em animais h� anos", argumenta. "S�o objetos muito pequenos e inertes. N�o h� riscos."


Patrick Paumen
Paumen tamb�m tem �m�s implantados em seus dedos (foto: Patrick Paumen)
 

Na Holanda, Paumen se descreve como um "biohacker" — algu�m que coloca peda�os de tecnologia em seu corpo para tentar melhorar seu desempenho. Ele tem 32 implantes no total, incluindo chips para abrir portas e �m�s embutidos.

 

"A tecnologia continua evoluindo, ent�o continuo colecionando mais", diz ele.

"Meus implantes melhoram meu corpo. Eu n�o gostaria de viver sem eles", diz ele.

 

"Sempre haver� pessoas que n�o querem modificar seus corpos. Devemos respeitar isso — e eles devem nos respeitar como biohackers."

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