
Ele n�o precisa usar dinheiro, cart�o de banco ou celular para pagar. Em vez disso, ele simplesmente coloca a m�o esquerda perto do leitor de cart�o e o pagamento � realizado.
"As rea��es que recebo dos caixas s�o impag�veis", diz Paumen, que trabalha como guarda de seguran�a.
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Ele consegue pagar usando apenas sua m�o porque em 2019 ele teve um microchip de pagamento injetado sob a pele.
"O procedimento d�i tanto quanto quando um belisc�o na pele", diz Paumen.
A primeira vez que um microchip foi implantado em um ser humano foi em 1998, mas foi apenas na �ltimad�cada que essa tecnologia ficou dispon�vel comercialmente.
A empresa anglo-polonesa Walletmor diz que se tornou, no ano passado, a primeira empresa a colocar � venda chips de pagamento implant�veis.

"O implante pode ser usado para pagar uma bebida na praia do Rio, um caf� em Nova York, um corte de cabelo em Paris — ou no supermercado local", diz o fundador e presidente-executivo Wojtek Paprota. "Ele pode ser usado onde quer que pagamentos sem contato sejam aceitos."
O chip de Walletmor, que pesa menos de um grama e � pouco maior que um gr�o de arroz, � composto por um min�sculo microchip e uma antena envolta em um biopol�mero — um material de origem natural, semelhante ao pl�stico.
Paprota diz que o chip � totalmente seguro, tem aprova��o regulat�ria e funciona imediatamente ap�s ser implantado. Tamb�m n�o requer bateria ou outra fonte. A empresa diz que j� vendeu mais de 500 chips.
A tecnologia que a Walletmor usa � a comunica��o de campo pr�ximo ou NFC, em ingl�s - o sistema de pagamento por aproxima��o em smartphones. Outros implantes de pagamento s�o baseados em identifica��o por radiofrequ�ncia (RFID), que � a tecnologia similar normalmente encontrada em cart�es de d�bito e cr�dito f�sicos por aproxima��o.

No entanto, sem fornecer uma porcentagem, o relat�rio acrescentou que "quest�es de invas�o e seguran�a continuam sendo uma grande preocupa��o" para os entrevistados.
Paumen diz que n�o tem nenhuma dessas preocupa��es.
"Os implantes de chip cont�m o mesmo tipo de tecnologia que as pessoas usam diariamente", diz ele, "desde chaveiros a destrancar portas, cart�es de transporte p�blico como o cart�o Oyster [do transporte p�blico de Londres] ou cart�es banc�rios com fun��o de pagamento sem contato."
"A dist�ncia de leitura � limitada pela pequena bobina da antena dentro do implante. O implante precisa estar dentro do campo eletromagn�tico de um leitor RFID [ou NFC]. Somente quando h� um acoplamento magn�tico entre o leitor e o transponder o implante pode ser lido."
Ele acrescenta que n�o est� preocupado em ter seu paradeiro rastreado.
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"Os chips RFID s�o usados %u200B%u200Bem animais de estima��o para identific�-los quando est�o perdidos", diz ele. "Mas n�o � poss�vel localiz�-los usando um implante de chip RFID — o animal desaparecido precisa ser encontrado fisicamente. Ent�o todo o corpo � escaneado at� que o implante de chip RFID seja encontrado e lido."
No entanto, o problema com esses chips (e o que causa preocupa��o) � se no futuro eles se tornar�o cada vez mais avan�ados e cheios de dados privados de uma pessoa. E se essas informa��es s�o seguras e se uma pessoa pode de fato ser rastreada.
A especialista em Tecnologia Financeira, Theodora Lau, � coautora do livro Beyond Good: How Technology Is Leading A Business Driven Revolution (Al�m do Bem: Como a Tecnologia Est� Liderando uma Revolu��o Impulsionada pelos Neg�cios, em tradu��o livre).
Ela diz que os chips de pagamento implantados s�o apenas "uma extens�o da internet das coisas". Ou seja, trata-se de uma nova maneira de conectar e trocar dados.

No entanto, embora ela diga que muitas pessoas est�o abertas � ideia — pois tornaria o pagamento das coisas mais r�pido e f�cil — o benef�cio deve ser ponderado com os riscos. Especialmente na medida em que os chips comecem a carregar mais informa��es pessoais.
"Quanto estamos dispostos a pagar por conveni�ncia?" ela diz. "Onde tra�amos a linha quando se trata de privacidade e seguran�a? Quem proteger� a infraestrutura cr�tica e os humanos que fazem parte dela?"
Nada Kakabadse, professora de Pol�tica, Governan�a e �tica na Henley Business School da Reading University, tamb�m � cautelosa sobre o futuro de chips mais avan�ados.
"Existe um lado sombrio da tecnologia que tem potencial para abuso", diz ela. "Para aqueles que n�o amam a liberdade individual, abre novas e sedutoras vis�es de controle, manipula��o e opress�o. E quem � o dono dos dados? Quem tem acesso aos dados? E � �tico colocar chip em pessoas como fazemos com animais de estima��o?"
O resultado, ela adverte, pode ser "o desempoderamento de muitos para o benef�cio de poucos".
Steven Northam, professor de Inova��o e Empreendedorismo da Universidade de Winchester, diz que as preocupa��es s�o injustificadas. Al�m de seu trabalho acad�mico, ele � o fundador da empresa brit�nica BioTeq, que fabrica chips implantados wireless desde 2017.
Seus implantes s�o voltados para pessoas com defici�ncia que podem usar os chips para abrir portas automaticamente.
"Temos consultas di�rias", diz ele, "e realizamos mais de 500 implantes no Reino Unido — mas a covid causou alguma redu��o na procura".
"Essa tecnologia � usada em animais h� anos", argumenta. "S�o objetos muito pequenos e inertes. N�o h� riscos."

Na Holanda, Paumen se descreve como um "biohacker" — algu�m que coloca peda�os de tecnologia em seu corpo para tentar melhorar seu desempenho. Ele tem 32 implantes no total, incluindo chips para abrir portas e �m�s embutidos.
"A tecnologia continua evoluindo, ent�o continuo colecionando mais", diz ele.
"Meus implantes melhoram meu corpo. Eu n�o gostaria de viver sem eles", diz ele.
"Sempre haver� pessoas que n�o querem modificar seus corpos. Devemos respeitar isso — e eles devem nos respeitar como biohackers."
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