
Inicialmente, o servi�o est� dispon�vel em 73 bairros de BH por meio das operadoras Claro, Vivo e Tim. A promessa � de mais velocidade de navega��o e conex�o mais est�vel. Al�m disso, tamb�m prev� uma capacidade maior de conex�o simult�nea, podendo incluir milhares de dispositivos sem que isso prejudique a qualidade da rede, al�m de taxas de agilidade superiores. A previs�o � que at� 2025, toda a capital ter� acesso ao sinal, de acordo com a Ag�ncia Nacional de Telecomunica��es (Anatel).
A estudante Laura Calixto, de 12 anos, � moradora do bairro Vila da Serra, em Nova Lima, mas estava fazendo compras no Belvedere, Regi�o Centro-Sul, com a m�e. O celular dela ainda n�o estava pegando o sinal 5G, em uma galeria na Avenida Luiz Paulo Franco, por�m ela diz que j� experimentou a tecnologia. “Eu sempre vou para o Rio e l� j� pega. J� consegui perceber que realmente � mais r�pido. Sempre assisto v�deos e parece que eles rodam em uma qualidade melhor. A internet � mais r�pida.”

A jovem conta que consome conte�dos no Instagram e nesta rede social n�o notou tanta diferen�a. “Percebi mais no Youtube e quando vejo s�ries no celular. Com o 4G dependendo da qualidade do v�deo, ele demora um pouco para carregar j� com o 5G ele carrega direto.” A estudante est� ansiosa para a tecnologia chegar ao bairro onde mora.
Sinal com bom funcionamento
J� a tamb�m estudante, Nicole Dias de 17 anos, moradora do Belvedere come�ou a usufruir da nova tecnologia. Segundo ela, o sinal est� funcionando bem, embora �s vezes n�o consiga perceber muita diferen�a para o 4G. “D� uma diferen�a pequena, n�o � uma coisa absurda, mas funciona legal. �s vezes eu percebo que � mais r�pido para carregar p�ginas na internet, o Instagram funciona melhor, o Tik Tok tamb�m carrega bem mais r�pido.”
Nicole diz esperar que a tecnologia evolua mais com o passar do tempo e as pessoas nem v�o saber mais como viviam com o sinal 3G, por exemplo. “A gente fica cada vez mais dependente de tecnologia. Quando pensamos h� dez anos, muita gente n�o tinha celular, era uma outra realidade. Quando eu penso que n�o poderia mandar mensagem para minha m�e ou conversar com um amigo que mora no exterior. A gente n�o percebe essas coisas at� olhar para tr�s.” Ela acredita que com o 5G vai acontecer o mesmo.

Outro ponto levantado pela estudante � a falta de acesso do sinal pela maioria da popula��o. “Facilita muito a nossa vida, mas muita gente pode n�o ter acesso, o que causa uma divis�o. � uma tecnologia cara e nem todo mundo vai conseguir pagar.”
Sem sinal
No bairro Floresta, Regi�o Leste, muitos moradores relataram � reportagem do Estado de Minas que os celulares n�o est�o captando o sinal 5G. Entre eles, o empres�rio Bruno Zucherati, de 33 anos. Ele n�o sabia que a tecnologia estaria dispon�vel a partir de hoje na capital.
Bruno comenta que tentou usar a internet no celular pela manh� e percebeu que o sinal estava fraco. Apesar de n�o ter experimentado a tecnologia ainda, o empres�rio diz que tem curiosidade. “Acho que baixar conte�dos, v�deos, enviar e receber informa��es ser� mais r�pido.”

Demorar para sentir a diferen�a
A comerciante, Chambela Br�s, de 41 anos, moradora do bairro Funcion�rios, Regi�o Centro-Sul, era outra que n�o sabia que o sinal de 5G estaria dispon�vel a partir de hoje. Ela tamb�m diz que n�o � muito ligada em tecnologia, mas h� tr�s meses comprou um celular novo com compatibilidade para o sinal 5G.
“Comprei justamente pensando em j� estar atualizada. Tanto a TV quanto a linha de telefone j� t�m libera��o para 5G. Hoje ainda n�o percebi mudan�a, mas vou reparar.” A comerciante conta que n�o acessa muitos conte�dos em v�deo pelo smartphone, apenas aplicativos de banco e Whatsapp.

J� a irm� dela, a tamb�m comerciante Isabela Br�s, de 78 anos, disse que experimentou a nova tecnologia, mas n�o percebeu tanta diferen�a assim. “Pra mim continua normal. Acredito que vai demorar um pouco para a popula��o em geral sentir diferen�a. N�o somos pessoas muito tecnol�gicas, n�o temos essa urg�ncia. Baixando o v�deo, assistindo, finalizando a compra pela internet, ok.”
Isabela diz acreditar que as operadoras v�o demorar um tempo para implementar totalmente a tecnologia. “O celular da minha irm� estava pegando o sinal e agora j� n�o est� mais. Tem uma instabilidade e n�o � uma urg�ncia da popula��o em geral.”
Ela relatou ainda que durante a manh�, nem o sinal 4G estava funcionando perfeitamente em seu aparelho. “Normalmente, quando a conex�o est� ruim, os v�deos do Instagram travam. E hoje aconteceu, de manh�.”
Isabela destaca ainda que, assim como outros servi�os, o 5G s� vai funcionar corretamente se houver fiscaliza��o e cobran�a por parte dos consumidores. “Acho que vai melhorar, mas quando tiver um pico de pessoas usando diminui a qualidade.” Ela lembra que as operadoras de telefonia s�o campe�s de reclama��es e, mesmo assim, continuam prestando um servi�o que classifica como p�ssimo.

“Sabemos que em outros lugares do mundo, a internet nem � paga e funciona muito melhor. Se n�o tiver fiscaliza��o, cobran�a e o respeito da empresa com o consumidor, acho que vai ser muita fuma�a e pouco fogo.”
A comerciante teme ainda que os sinais de 3G e 4G percam a qualidade para for�ar os consumidores a aderir a tecnologia 5G. “N�o vamos ter nem a possibilidade de escolher”, finaliza.
Apenas 5% dos aparelhos com 5G puro
A Anatel afirma que a informa��o de compatibilidade do celular com a rede de cada operadora deve ser buscada junto � pr�pria operadora, inclusive sobre a necessidade ou n�o de troca de chip.
A empresa informa ainda que, segundo estimativa, apenas 5% dos aparelhos em uso pela popula��o s�o compat�veis com a tecnologia 5G Standalone (o 5G puro). De acordo com a Anatel, esse n�mero deve crescer bastante, uma vez que as fabricantes de celular est�o ampliando a quantidade de aparelhos compat�veis.
Segundo o professor �lvaro Machado Dias, futurista e professor livre-docente da UNIFESP, al�m de s�cio da WeMind Escrit�rio de Inova��o, a implementa��o do 5G n�o acontece toda da mesma maneira. “Existe uma diferen�a entre utilizar a parte central da estrutura de gerenciamento computacional do 4G (mais especificamente, do famoso 4.5G) para o 5G e ter uma estrutura dedicada a este �ltimo. Chamamos os dois modelos, respectivamente, de non-stand alone (NSA) e stand alone (SA).”
Ele explica que o SA se diferencia por velocidades superiores e lat�ncias inferiores. “Tamb�m se destaca pelo fato de que preserva melhor o sinal quando muita gente est� acessando uma rede simultaneamente, isto �, maior densidade de sinal. Por�m, indo do conceitual para a pr�tica, as coisas se tornam mais complexas j� que o SA com faixa espectral inferior ser� pior do que o NSA com faixa mais alta (50 vs. 100MHZ, por exemplo); ou seja, come�ar pelo NSA n�o representa estrat�gia ruim ou lesiva.”
Dias ressalta ainda que nem todos os aparelhos celulares est�o prontos para acessar as redes SA. “Os poderosos Iphone 13 da Apple, por exemplo, v�o precisar de uma atualiza��o ainda n�o disponibilizada para tanto - al�m, da troca de chip.”
O principal gargalo para o acesso �s redes 5G � o hardware, segundo o professor da UNIFESP. “Os aparelhos capazes de faz�-lo tendem a ser mais novos e caros do que os que s� atingem o 4G. Neste sentido, a primeira etapa da implanta��o n�o deve ser caracterizada por ampla frui��o das vantagens propiciadas pela grande massa dos consumidores.”
“Infelizmente, n�o h� muito o que fazer sem piorar as coisas. A perspectiva � que, com o tempo, os modems 5G se tornem dominantes e o novo padr�o se estabele�a com a mesma penetra��o - ou at� maior - do que a do 4G na atualidade”, conclui.
Segundo o professor �lvaro Machado Dias, futurista e professor livre-docente da UNIFESP, al�m de s�cio da WeMind Escrit�rio de Inova��o, a implementa��o do 5G n�o acontece toda da mesma maneira. “Existe uma diferen�a entre utilizar a parte central da estrutura de gerenciamento computacional do 4G (mais especificamente, do famoso 4.5G) para o 5G e ter uma estrutura dedicada a este �ltimo. Chamamos os dois modelos, respectivamente, de non-stand alone (NSA) e stand alone (SA).”
Ele explica que o SA se diferencia por velocidades superiores e lat�ncias inferiores. “Tamb�m se destaca pelo fato de que preserva melhor o sinal quando muita gente est� acessando uma rede simultaneamente, isto �, maior densidade de sinal. Por�m, indo do conceitual para a pr�tica, as coisas se tornam mais complexas j� que o SA com faixa espectral inferior ser� pior do que o NSA com faixa mais alta (50 vs. 100MHZ, por exemplo); ou seja, come�ar pelo NSA n�o representa estrat�gia ruim ou lesiva.”
Dias ressalta ainda que nem todos os aparelhos celulares est�o prontos para acessar as redes SA. “Os poderosos Iphone 13 da Apple, por exemplo, v�o precisar de uma atualiza��o ainda n�o disponibilizada para tanto - al�m, da troca de chip.”
Democratiza��o do acesso ao 5G
O principal gargalo para o acesso �s redes 5G � o hardware, segundo o professor da UNIFESP. “Os aparelhos capazes de faz�-lo tendem a ser mais novos e caros do que os que s� atingem o 4G. Neste sentido, a primeira etapa da implanta��o n�o deve ser caracterizada por ampla frui��o das vantagens propiciadas pela grande massa dos consumidores.”
“Infelizmente, n�o h� muito o que fazer sem piorar as coisas. A perspectiva � que, com o tempo, os modems 5G se tornem dominantes e o novo padr�o se estabele�a com a mesma penetra��o - ou at� maior - do que a do 4G na atualidade”, conclui.