Bel�m abre portais m�gicos na selva para um mundo m�stico e revelador
No Dia da Amaz�nia, capital do Par� ganha protagonismo na regi�o ao oferecer experi�ncias que amplificam a espiritualidade e difundem templos gastron�micos
No meio da floresta, ela se desponta pela sua grandiosidade – s�o mais de 60 metros de altura e cerca de 30 metros de circunfer�ncia de caule. Conhecida como a m�e de todas as �rvores, a suma�ma ou sama�ma � a guardi� dos segredos da Amaz�nia. Ela protege com seus galhos as outras �rvores que est�o debaixo dela. Como se fossem filhos e filhas, planta��es de cacau, a�a�, banana, jaca, cupua�u, jambo e bacuri s�o “abra�adas” pela matriarca que l� do alto, tudo v�.
S�mbolo da Amaz�nia, a suma�ma, na Ilha do Combu, em Bel�m do Par�, encanta turistas com seus mais de 60 metros de altura. A mineira Amanda Freita ficou impressionada com a beleza da gigante da floresta (foto: Carlos Altman/EM)
Nesta ter�a-feira (5/9), quando se comemora o Dia da Amaz�nia, essa gigante da selva, localizada ao lado da sede do restaurante Saldoza ( com L mesmo na grafia) Maloca, na Ilha do Combu, em Bel�m do Par�, tem muita hist�ria para contar. Acredita-se que tenha mais 400 anos e tenha presenciado todas as mudan�as vividas na regi�o: da selva virgem, a chegada dos forasteiros, as queimadas nos �ltimos anos e, atualmente, a verticaliza��o de pr�dios na capital do Par�.
“� muita emo��o estar aqui na Amaz�nia. De poder tocar seu tronco, sentir seu cheiro e sua vibra��o. � muita energia que recebo. Impressionante a sua altura e a beleza. Nunca vi nada igual. Olhar para cima � como olhar para o divino. Contemplo seus galhos l� no alto e vejo os raios de Sol entre as folhagens. Sinto uma paz enorme e uma sensa��o de cura, cura da alma”, emociona-se Amanda Freitas, mineira que foi ao Par� a trabalho e descobriu, do nada, a sama�ma ancestral.
Para os ribeirinhos e ind�genas, a suma�ma � a grande �rvore da Amaz�nia. De acordo com a sabedoria da floresta, na base dela h� um portal – invis�vel aos olhos humanos n�o-iniciados – que conecta o mundo real ao universo espiritual. Os seres mitol�gicos das matas entram e saem por esse portal.
Destaque internacional
Turismo na regi�o dos igarap�s da Ilha do Combu � feito em lanchas r�pidas. Passeio tenta conscientizar o visitante da import�ncia da preserva��o da Amaz�nia (foto: Carlos Altman/EM)
Desde que anunciaram que Bel�m do Par� vai sediar a COP-30, a confer�ncia do clima da ONU, em 2025, a capital paraense ganhou protagonismo na Regi�o Amaz�nica. No m�s passado, uma s�rie de eventos movimentaram a capital paraense, como a C�pula da Amaz�nia, o Chocolat Festival e o painel Di�logos da Amaz�nia. Todos, trataram do mesmo tema: sustentabilidade e preserva��o. “O Estado do Par� vai dar um grande passo agora, como protagonista. O exemplo vai arrastar os outros estados para essa porta de oportunidades. N�o � � toa que a COP-30 est� agendada para o Brasil, na Amaz�nia, no Par� “, disse o presidente da Apex Brasil, Jorge Viana. “A Amaz�nia � um lugar para ser preservado. A floresta em p� tem que valer mais que a floresta deitada. A floresta em p� tem que gerar emprego e renda. A Amaz�nia � um dos melhores ativos para o turismo que a gente tem, mas � preciso investir em um turismo que nos ajude a preservar essa floresta”, reafirmou Marcelo Freixo, presidente da Embratur.
Preservar a floresta atrai mais turistas para a regi�o da Amaz�nia (foto: Carlos Altman/EM)
Com os olhos do mundo voltados para Bel�m do Par�, a pergunta que se faz �: quais s�o os maiores atrativos na capital paraense que podem agradar tanto o turista nacional quanto os gringos? Para responder, tivemos que viajar at� a regi�o e desvendar os portais m�gicos encontrados n�o s� na Ilha do Combu, mas em toda a cidade. S�o lugares que amplificam a espiritualidade e difundem templos gastron�micos, culturais e tur�sticos.
Dona Nena produz chocolate fino e org�nico na ilha do Combu. Nos fundos da casa dela, a suma�na � a guardi� dos povos ribeirinhos (foto: Carlos Altman)
Na terra do a�a�, tacac� e do cacau, Bel�m do Par� � uma explos�o de sabores da Amaz�nia. A quatrocentona cidade das mangueiras, fundada em 12 de janeiro de 1616 como o povoado colonial portugu�s Feliz Lusit�nia, por capit�o Francisco Caldeira Castelo Branco, fica �s margens da Ba�a do Guajar� e do Rio Guam�.
Os patrim�nios hist�rico, religioso e cultural da capital paraense ganham destaque. L� o visitante poder� visitar Bas�lica Nossa Senhora de Nazar�, Museu Paraense Em�lio Goeldi, Espa�o S�o Jos� Liberto ou Polo Joalheiro (constru�do em 1749 e remodelado em 2002), igreja de Santo Alexandre, com museu de arte sacra, Catedral Metropolitana de Bel�m ou Catedral da S� e a Casa das Onze Janelas.
Conforme a prefeitura local, a capital de 1,5 milh�o de habitantes � formada por duas partes: as �reas Continental e Insular, essa composta por 39 ilhas (que s�o 65% de seu territ�rio). Embarque conosco e desvende o melhor dessa cidade, literalmente, quente. Quente de calor humano, de pratos apimentados, de fins de tardes ensolarados e de papos profanos. Como diz o povo paraense: bora l�?
Esta��o das Docas
(foto: Carlos Altman/EM)
O �ltimo fio de luz do dia cobre de dourado o Rio Guam�, as matas e as constru��es ao longo da orla da capital paraense. � justamente ao p�r do Sol, que a Esta��o das Docas, carinhosamente conhecida como Puerto Madero do Norte, � tomada por visitantes. O local, que foi revitalizado em 2000, tornou-se um importante centro gastron�mico no Par�. � um lugar perfeito para curtir e registrar dezenas de selfies, diante dos cl�ssicos guindastes que se estendem ao longo dos 500 metros do boulevard charmoso. O local tem como um dos atrativos a sorveteria Cairu. No final de julho deste ano, a gelateria paraense entrou para a lista das 50 melhores do mundo no Festival Mundial do Gelato, um dos concursos mais famosos do setor realizado em Roma, na It�lia. A receita premiada foi o sorvete "Carimb�", que mistura doce de cupua�u e castanha-do-Par�, cujo nome � em homenagem a uma dan�a t�pica do Par�. https://www.estacaodasdocas.com/
Imp�rio dos sentidos
Deixando de lado o profano, o Ver-o-Peso, de 1625, tem muita hist�ria, sabores e cheiros para experimentar. Nesse imp�rio dos sentidos, os turistas se deparam com o vaiv�m da Feira do A�a�, quando a produ��o da fruta feita por ribeirinhos chega, j� de madrugada, para abastecer os comerciantes da regi�o. No Mercado de Ferro � onde se encontram as bancas de peixes. Com influ�ncia europeia, ele foi constru�do em 1899. Da mesma forma que o Mercado da Carne, com a sua imponente torre central, onde o turista fica encantado com a escadaria de ferro. Todo o complexo onde se encontra o Ver-o-Peso � considerado a maior feira livre da Am�rica Latina.
Mangal das Gar�as
(foto: Carlos Altman/EM)
Criado em 2005, uma parte alagada de Bel�m passou por uma revitaliza��o e se transformou em um parque ecol�gico. Com 40 mil metros quadrados de �rea, o local se destaca com vegeta��o densa e de igarap�s, com lagos, aves, restaurante (Manjar das Gar�as) e vista deslumbrante da cidade e do Rio Guam�. No espa�o, h� borbolet�rio, Mirante do Rio, Memorial da Navega��o e Viveiro das Aningas.
www.mangaldasgarcas.com.br
Bas�lica de Nazar�
(foto: Carlos Altman/EM)
O local mais visitado por moradores e visitantes de Bel�m, o templo � o auge da festa do C�rio de Nazar�. S�mbolo forte na cultura paraense, a Bas�lica chama a aten��o pela arquitetura neocl�ssica. Foi constru�da em 1852, no mesmo lugar onde foi encontrada a imagem de Nossa Senhora pelo caboclo Pl�cido. No altar, a imagem original da santa permanece no Gl�ria (espa�o elevado ornado com anjos e esplendores) durante o ano todo, sendo retirada somente no dia da missa ap�s a romaria fluvial para a apresenta��o dos fi�is. Na edi��o do pr�ximo Turismo (12/9) vamos trazer a programa��o da maior festa cat�lica do Brasil, que completa 230 anos.
https://basilicadenazare.com.br
Famiglia Sicilia
O tradicional restaurante italiano Famiglia Sicilia � casamento perfeito que une as melhores massas italianas aos temperos �nicos paraenses. Sob o comando dos irm�os Fabio e Angela Sicilia, dois mundos gastron�micos t�o distantes se conectam e convergem em uma explos�o de sabores. Como diz o lema do lugar: “A alma � parte indissoci�vel do corpo e entendemos que ‘alimentar pessoas’ n�o pode limitar-se ao plano f�sico t�o somente. Acreditamos na felicidade que nutre o corpo e alimenta a alma”.
www.famigliasicilia.com
Mercado Ver-O-Peso
Complexo Ver-O-Peso � a principal atra��o tur�stica de Bel�m do Par�. A maior feira livre da Am�rica Latina concentra mercados de a�a�, peixe, frutos do mar, artesanato e muito mais (foto: Carlos Altman/EM)
Centro de compras � muito mais que um local tur�stico. L� os desejos impuros e os prazeres ocultos podem ser encontrados engarrafados em pequenos frascos, Visitar o Mercado Ver-o-Peso, cart�o-postal de Bel�m do Par�, � desvendar a cultura, as tradi��es, os cheiros, sabores e o artesanato paraense. A grande feira aberta �s margens da Ba�a do Guajar� seria mais um entre tantos outros centros de compras populares espalhados pelo globo se n�o fossem as peculiares bancas de vidrinhos com �leos, ervas e perfumes. Neles s�o engarrafados todos os tipos de desejo: �leo para tirar inveja, arranjar marido ou esposa e conseguir emprego. Mas nenhum tem o poder de atra��o como o �leo da bota-cor-de-rosa. A naturalidade que a feirante Cec�lia Barros explica os efeitos afrodis�acos do produto nos �rg�os genitais masculinos e femininos � impublic�vel. Fico imaginando os turistas cat�licos que visitam Bel�m por conta do C�rio de Nazar� e se deparam com essa personagem simp�tica e muito desbocada. Acho que eles sairiam de l� e tomariam um banho de �gua benta.
(foto: Carlos Altman/EM)
Theatro da Paz
Primeira casa de espet�culos da Amaz�nia, foi fundada em 1878, no per�odo �ureo da borracha. Localizado na Pra�a da Rep�blica, trata-se de um dos teatros mais luxuosos do Brasil, arquitetura inspirada no Teatro Scalla de Mil�o (It�lia). www.theatrodapaz.com.br
receba nossa newsletter
Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor
