
Document�rios musicais vivem nova era de ouro, com material in�dito sobre os Beatles, o fasc�nio por estrelas como o rapper Kanye West e a hist�ria do rock latino-americano em cartaz na TV paga e plataformas digitais. “H� toda uma ebuli��o de formatos, entre document�rios cl�ssicos, s�ries ou 'docfic��es'”, explica Olivier Forest, especialista franc�s em filmes musicais.
Entre os projetos previstos para 2022 est� a s�rie documental “Dear Mama” sobre Afeni Shakur, m�e do astro do hip-hop americano Tupac (Disney+), e “The world of tomorrow”, que mistura document�rio e fic��o sobre os prim�rdios da banda francesa NTM (Netflix).
O g�nero document�rio musical atingiu o auge na d�cada de 1960. A chegada do canal de m�sica MTV e dos videoclipes “entorpeceu” o setor na d�cada de 1980. O p�blico jovem queria formatos curtos, para sonhar a partir da m�sica.
Com a internet e os criadores alternativos, os f�s est�o voltando aos poucos � hist�ria da vida e do processo criativo de suas estrelas favoritas. Muitas vezes como ve�culo para desencadear um certo narcisismo, como foi o caso de “Miss Americana”, que acompanha Taylor Swift em 2020, atra��o da Netflix.
“O artista se torna conhecido nas plataformas de m�sica, as pessoas o seguem nas redes sociais e ent�o um document�rio � pesquisado em outra plataforma”, explica Olivier Forest. No caso de Taylor Swift e Lady Gaga, o limite entre olhar documental e objeto promocional n�o � claro, alerta Forest. O rapper Kanye West, por exemplo, exigiu dar a aprova��o final do document�rio que a Netflix fez sobre sua carreira.

INTIMIDADE
O futuro desses formatos parece promissor, porque existe “um p�blico educado na imagem”, indica o especialista. Se n�o houver imagens in�ditas, como foi o caso do aclamado document�rio de Peter Jackson, “Get back”, sobre os Beatles, ent�o “voc� tem de dar acesso � intimidade dos artistas”, explica ele.Outros conte�dos s�o mais inovadores, como o document�rio sobre a artista brit�nica Charli XCX. Trancada em casa no confinamento, ela pediu ajuda aos f�s para gravar um �lbum. Seguidores musicalmente experientes colocaram habilidades � sua disposi��o, por meio de videoconfer�ncia.
“Chama-se 'Alone together' ('Juntos sozinhos') e resume o paradoxo contempor�neo: estar conectado enquanto est� isolado”, explica o produtor franc�s Benoit Hick�. “Isso diz muito sobre os m�todos atuais, pois Charli XCX mostra seu processo criativo filmando a si mesma, tornando-se sua pr�pria documentarista”, acrescenta o produtor.
Para as plataformas de streaming, � mais uma forma de atrair assinantes.