Na d�cada de 1940, poucas mulheres subverteram e transgrediram. A minha personagem tem uma inspira��o em Alzira Soriano (1897-1963), que entrou para a pol�tica e se tornou prefeita
Zez� Polessa, atriz
Zez� Polessa tem interesse especial pela simbologia das primeiras-damas. Por isso, se encantou de cara com a oportunidade de interpretar C�ndida em “Amor perfeito”.
Na novela das 18h da Globo, a esposa do prefeito Anselmo Evaristo (Paulo Betti) � oriunda de uma fam�lia de pol�ticos. E foi por isso que o marido conseguiu chegar ao comando da Prefeitura de S�o Jacinto. Segundo a atriz, a personagem, em breve, deve sair da sombra do prefeito e se reinventar.
"Na d�cada de 1940, poucas mulheres subverteram e transgrediram. A minha personagem tem inspira��o em Alzira Soriano (1897-1963), que entrou para a pol�tica e se tornou prefeita. A gente estudou o Juscelino Kubitschek (1902-1976) e a dona Sarah (1908-1996) tamb�m. Ela n�o fez essa virada, mas era filha de pol�ticos e foi uma primeira-dama muito ativa", relata.
No folhetim, C�ndida sofre um baque ao saber que Anselmo mant�m um caso com a secret�ria Ver�nica (Ana Cec�lia Costa). Os dois t�m at� um filho: J�lio (Daniel Rangel), cujo estudo foi custeado pelo prefeito, que nunca assumiu a figura paterna. Por ter uma esposa dominadora, Anselmo prefere agir pelas costas a enfrent�-la. Mas ser� desmascarado.
"Todas as personagens t�m um momento em que podem tomar consci�ncia de sua posi��o submissa ou de que foram enganadas a vida inteira. A trama tem coisas em rela��o � negritude e ao lugar que abriga os padres mais velhos. Eu gosto dessa coisa de ser um folhetim cl�ssico. Mas, ao mesmo tempo, a gente traz uma linguagem moderna", defende Zez�.
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M�e dominadora
C�ndida � mulher forte e usa essa caracter�stica para lidar com os filhos Gaspar (Thiago Lacerda), Ivan (Bruno Montaleone) e, principalmente, Lu�s (Paulo Mendes). Este �ltimo � obrigado a se manter na irmandade de acolhimento de sacerdotes idosos, por conta de uma promessa dela.
Para isso, C�ndida o submete a chantagens e situa��es constrangedoras, mesmo que o rapaz n�o tenha nenhuma voca��o para a vida religiosa.
"A �ndole independe de classe social. Ali, o casal d� acesso aos filhos a tudo. A m�e � permissiva como as mulheres da �poca, porque quem colocava cabresto era o pai. A rela��o de C�ndida com o Gaspar � amorosa, mas ele � o filho com o pior car�ter", lembra.
Amor ao of�cio
Com 50 anos de carreira, Zez� segue apaixonada pelo of�cio de atuar. E ainda se surpreende com o alcance das novelas. Seja ao levar uma pe�a para o interior ou at� mesmo a Portugal, a atriz relata que sempre h� algu�m para comentar sobre um de seus pap�is na televis�o."A novela � o maior produto art�stico brasileiro. Tenho prazer e me sinto em um lugar de muita satisfa��o por estar sempre envolvida nesse universo, assim como no do teatro e do cinema. Quando viajo com um espet�culo, � t�o impressionante ver os lugares em que a teledramaturgia chega", destaca Zez� Polessa.