EXPOSIÇÃO PERMANENTE

Legado dos irmãos Henfil, Betinho e Chico Mário é preservado em Bocaiuva

"Balaio mineiro – Memória de uma família brasileira" conta um pouco da história do Brasil por meio do acervo da família Souza

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Criado para preservar o legado do cartunista Henfil (Henrique de Souza Filho), do sociólogo Betinho (Herbert de Souza) e do músico Chico Mário (Francisco Mário) – irmãos que tiveram papel emblemático no cenário da cultura, da política e da cidadania brasileiras –, o Centro de Memória Casa Figueiredo Souza abriga a exposição permanente “Balaio mineiro – Memória de uma família brasileira”, que conta, por meio da história dessa família, um pouco da história do Brasil.

Idealizado pela cantora, compositora, atriz e produtora Regina Souza – que é neta da matriarca Maria da Conceição Figueiredo Souza, filha de Zilah Spósito, sobrinha de Henfil, Betinho e Chico Mário – o espaço cultural, inaugurado há pouco mais de um mês, ocupa a casa da família, em Bocaiuva, no Norte de Minas, e se soma à Casa de Juscelino Kubitschek, em Diamantina, ao Museu Casa Guimarães Rosa, em Cordisburgo, e à Casa de Drummond, em Itabira, como mais um polo de preservação da memória e da cultura em Minas Gerais.

A ideia de criar o Centro de Memória Casa Figueiredo Souza remonta aos anos 1990, de acordo com Regina. Ela explica que, quando sua mãe morreu, em 1992, o acervo da família passou para suas mãos. “Eram coisas pessoais, cartas, fotos, matérias de jornais, livros e discos que mamãe e vovó, que morava com a gente, guardavam. Pensei em criar um centro cultural para preservar esse acervo, mas não consegui, não tive recursos. De qualquer forma, foi o embrião do que é hoje a Casa Figueiredo Souza”, diz.


INSPIRAÇÃO NOS LIVROS

Uma das fontes do Centro de Memória é o livro que sua tia Wanda Figueiredo lançou em 2008, “Balaio Mineiro – Memória de uma família brasileira”, de onde Regina tirou o nome que batiza a exposição. “É um trabalho que parte de um acervo enorme de entrevistas. Para fazer a curadoria da mostra me inspirei nesse livro e também no ‘A lista de Alice’, do Betinho. Alice era uma prima mais velha a quem ele pediu que fizesse uma lista de todas as pessoas de Bocaiuva que conhecia e que já tinham morrido”, conta.

Ela ressalta que é um livro de memórias no qual o tio fala da “pequena Bocaiuva”, que é a própria cidade, e da “grande Bocaiuva”, que é qualquer lugar do mundo onde haja um bocaiuvense. Essa ideia norteou a mostra “Estação Arte Cidadania”, realizada entre 23 e 25 de maio, que marcou a inauguração da Casa Figueiredo Souza, com uma programação cultural diversa, com oficinas, shows, teatro, exibições de filmes, a instalação da Livraria da Estação e Feira de Artesanato e Gastronomia.

Regina quer realizar a mostra a cada semestre, ocupando o largo da estação ferroviária da cidade, onde o Centro de Memória está situado. “É o lugar de intercâmbio entre a pequena e a grande Bocaiuva, um lugar de formação, de troca de ideias, um verdadeiro leva e traz, muito simbólico, já que estamos numa estação ferroviária. A ideia é trazer a grande para a pequena Bocaiuva e levar a pequena para a grande Bocaiuva. Na exposição, tem uma parede referente à ditadura militar e à atuação dos meus tios naquele período”, pontua.

O museu foi inaugurado com a exposição
O museu foi inaugurado com a exposição Casa Figueiredo Souza /Divulgação

NÚCLEOS TEMÁTICOS

A mostra “Balaio mineiro – Memória de uma família brasileira” é dividida em cinco núcleos temáticos que ocupam os diferentes cômodos da casa. O primeiro se chama “Pequena Bocaiuva” e focaliza as origens da família Figueiredo Souza na cidade; o segundo é “Três irmãos de sangue”, dedicado a Betinho, Henfil e Chico Mário; o terceiro é “Cine Glória”, onde são exibidos filmes e documentários sobre a família; e os outros são “Cinco filhas de Maria” e “Mãe coragem”, que jogam luz sobre as mulheres da família.

“As mulheres, que acabaram um pouco eclipsadas pelos três irmãos famosos, tiveram um papel importantíssimo na história da família, a começar pela minha avó, que decidiu sair do interior de Minas, contra a vontade do meu avô, para que as filhas e filhos pudessem estudar, e os filhos, hemofílicos, pudessem ter os cuidados de saúde necessários, numa época em que não se tinha muita informação sobre essa doença. É importante que o nome de cada uma delas seja reconhecido na trama desse balaio”, destaca Regina.

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Ações previstas

Regina Souza diz que a ideia é que, além da exposição permanente “Balaio Mineiro – Memória de uma família brasileira” e da realização semestral da mostra “Estação Arte Cidadania”, a Casa Figueiredo Souza funcione como um espaço de memória viva. “Queremos ter uma programação contínua, com oficinas, encontros literários, apresentações artísticas e atividades educativas, reforçando o papel da Casa como um centro cultural pulsante no Norte de Minas Gerais. Ainda não começamos a desenvolver essas ações porque dependemos de recursos”, diz. O Centro de Memória funciona de quarta-feira a domingo, incluindo feriados, das 8h às 11h e das 13h às 18h. A exposição é gratuita.

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