Parques de BH recebem cinema ao ar livre com entrada gratuita
Abertura do projeto Cine Parque ocorre nesta quinta (10/7), às 17h, no Parque Municipal, com exibição do longa "Saneamento básico" e do curta "Ilha das Flores"
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Siga noBelo Horizonte recebe o Cine Parque, projeto que leva cinema gratuito e ao ar livre a 13 pontos da capital, a partir desta quinta-feira (10/7) até 3 de agosto. A iniciativa é do Cine Teatro Popular, grupo conhecido por ações inusitadas, como a projeção de três filmes no Cemitério Parque da Colina, realizada no ano passado.
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Criado em 2012, o grupo começou promovendo sessões gratuitas em Venda Nova, na zona Norte da cidade, onde vivem seus idealizadores. Desde então, o foco tem sido valorizar o cinema nacional, com destaque para produções mineiras. Ao longo dos anos, o projeto já reuniu mais de 150 mil espectadores, segundo os organizadores.
“A gente entende que ocupar espaços verdes como parques e praças contribui para o meio ambiente e para o convívio social. O nosso principal objetivo é trazer as pessoas para esses ambientes”, afirma Oderval Junior, coordenador do projeto.
Neste fim de semana, o evento chega ao Barreiro e à Pampulha. Haverá sessões no Parque Ecológico Carlos de Faria Tavares (Vila Pinho), na sexta (11/7) e no sábado, e no Parque Ecológico da Pampulha, no domingo (13/7).
Também participam da programação os parques Orlando de Carvalho Silveira, Jornalista Eduardo Couri, Primeiro de Maio, Maria do Socorro Moreira, Renato Azeredo, do Confisco, Lagoa do Nado e Jacques Cousteau. O circuito inclui ainda o Centro Cultural Favela Bela e o Sest/Senat Serra Verde, em Venda Nova.
ESTRUTURA
Segundo Oderval, o mapeamento dos locais foi feito em articulação com a Fundação Municipal de Parques. O objetivo foi identificar os espaços com melhor estrutura para receber o evento. “O Parque Municipal é um dos mais antigos da cidade. Pensamos em começar no Centro para depois descentralizar”, explica.
A abertura oficial ocorre hoje, a partir das 17h. Não é necessário retirar ingresso. A programação começa com apresentação da orquestra infantil da Escola Criarte, de Venda Nova. Às 18h, haverá mesa de debate com os diretores Júlio Souza e Eliseu Gomes. A exibição dos filmes começa às 18h30.
Os mesmos títulos serão exibidos em todas as sessões noturnas do projeto. As exibições são feitas em uma tela inflável de 8 metros de largura. O evento oferece algumas cadeiras e colchonetes, além de espaço livre para quem preferir sentar no chão. A produção recomenda que o público leve cangas ou almofadas para mais conforto. Pipoca e refresco acompanham todas as sessões.
O primeiro filme é “O relógio do juízo final”, de Júlio Souza. Curta criado em uma oficina com 12 crianças da Creche Crescer Sorrindo, no Morro das Pedras, com a participação de quatro professores. A história se passa na própria instituição e acompanha um faxineiro misterioso que pretende acionar um relógio capaz de causar o fim do mundo.
Completam a sessão duas produções do diretor Jorge Furtado. “Saneamento básico” (2007), longa estrelado por Fernanda Torres, Wagner Moura, Lázaro Ramos e Camila Pitanga, que retrata moradores de uma cidadezinha do Rio Grande do Sul que decidem fazer um filme caseiro para obter verba para construir uma fossa. Já o clássico curta “Ilha das Flores” acompanha a trajetória de um tomate até um lixão, onde pessoas em situação de extrema vulnerabilidade social disputam restos de comida.
As sessões diurnas começam às 9h e são voltadas ao público infantil. Os filmes exibidos são “A liga do atol” (Eliseu Gomes), “O gigante do terrão” (Júlio de Souza), “O relógio do juízo final” (Júlio de Souza), “O menino leão e a menina” (Renan Montenegro) e “A menina e o mar” (Gabriel Mellin). Todos têm classificação livre.
Para essas sessões, o grupo estreia uma nova estrutura adaptada para o dia, com telões cobertos por infláveis, batizada de Casa de Cinema. “É um inflável em formato de casa, com 4 metros de altura, que comporta até cem pessoas. É todo fechado e isolado”, diz Oderval.
O coordenador conta que a reação do público é sempre muito positiva. “É o que nos motiva. Por conta da questão financeira, o acesso ao cinema muitas vezes é complicado, principalmente em regiões periféricas e de vulnerabilidade social”, aponta.
“Realizar eventos gratuitos, com filmes que impactam, histórias bacanas e temas relevantes gera uma recepção totalmente positiva. Pensar num mundo em que as pessoas cuidem do ambiente onde vivem é o nosso principal objetivo”, diz.
CINE PARQUE
Exibição gratuita de filmes em 13 pontos da capital. Abertura nesta quinta (10/7), a partir das 17h no Parque Municipal Américo Renné Giannetti (Av. Afonso Pena, 1321 - Centro). Entrada gratuita e sem retirada de ingressos. Programação completa no site da PBH.