Ozzy Osbourne, vocalista do Black Sabbath e um dos nomes mais icônicos da história do rock, morreu na última terça-feira (22/7), aos 76 anos, apenas 17 dias após subir ao palco pela última vez com a banda em Birmingham, na Inglaterra. Entre as muitas marcas deixadas por Ozzy, além da música, estão suas opiniões sinceras — inclusive sobre política. Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, foi um dos alvos frequentes de suas críticas.

Durante a pandemia de COVID-19, Ozzy não escondeu sua desconfiança com relação às orientações do então presidente norte-americano. Em seu programa de rádio na SiriusXM, o Ozzy’s Boneyard, ele recomendou aos fãs: “Se o presidente diz algo, faça o oposto. Ele muda de ideia a cada hora. Tenho que fazer o quê?”

Na ocasião, o cantor também defendeu o uso de máscaras, o distanciamento social e o apoio às orientações médicas. “Quer você goste do governo ou não, tanto faz… O Dr. Fauci, todas essas pessoas que trabalham com virologia, nos disseram o que fazer”, completou. 

Em outra ocasião, entrevistado pela Rolling Stone, Ozzy foi ainda mais direto ao criticar Trump pela condução da pandemia. “Esse cara está agindo como um idiota. Nunca vi nada assim. Está piorando, não melhorando. Mais de mil pessoas morreram em um dia nos EUA. Isso é loucura”, declarou em 2020.

Apesar de dizer em algumas entrevistas que não gostava de falar de política, Ozzy não evitava se posicionar. Em 2020, durante uma participação no programa britânico Good Morning Britain, comentou sobre o impacto de Trump na cena política. “Ele faz todo mundo se mexer, quer você concorde com ele ou não. Acho que todos os políticos deveriam formar uma grande banda de rock e ver como tocam!”, opinou.

"Trump é um criminoso"

As declarações mais recentes de Ozzy sobre o ex-presidente vieram em julho de 2024, durante um episódio do The Osbournes Podcast. “Donald Trump é um criminoso, certo? Corrijam-me se eu estiver errado, criminosos não podem ter armas. Ele não pode ter armas, mas pode começar a Terceira Guerra Mundial sozinho”, disse. 

Ozzy Osbourne é conhecido como "Príncipe das Trevas" por liderar o Black Sabbath. Em mais de 50 anos, foi pioneiro do heavy metal, fez parte do Hall da Fama do rock e vendeu milhões de discos Andy Buchanan/AFP
O cantor ganhou uma estrela na calçada da fama, em Los Angeles, em 2002. Ele tem outra estrela na Broad Street, em Birmingham, sua cidade natal. Lee Celano/AFP
Ozzy fez parte do Black Sabbath de 1968 a 1979, ao lado de Tony Iommi (guitarrista), Bill Ward (baterista) e Geezer Butler (baixista). Canal AeE/Divulgação
O cantor teve seis filhos, três deles com Sharon Osbourne: Kelly, Aimee e Jack. Canal AeE/Divulgação
Ozzy Osbourne foi indicado a 12 prêmios Grammys e venceu cinco. Em 2014, levou o prêmio de Melhor Performance de Metal por "God is dead". Joe Klamar/AFP
A filha Kelly Osbourne, de 40 anos, é atriz, cantora e designer. Ela acompanhou o pai na cerimônia do 62º Grammy. Aleria Macon/AFP
Ozzy casou-se com Sharon Osbourne em 1982; o relacionamento teve idas e vindas ao longo de décadas. Hoje, Sharon tem 72 anos Mark Ralston/AFP
Além da apresentação no Mineirão em 2018, Ozzy Osbourne também esteve na capital mineira em 2011 e 2013. Alexandre Guzanshe/EM
O cantor se apresentou na Esplanada do Mineirão, em Belo Horizonte, em maio de 2018, na turnê "No more tour 2". Alexandre Guzanshe/EM
Ozzy Osbourne se despediu dos palcos no último 5 de julho, em Birmingham, em evento que durou 11 horas e reuniu pela primeira vez em 20 anos a formação original da banda Black Sabbath. Ross Halfin/Reprodução

As críticas de Ozzy a Trump não se limitaram à pandemia ou ao discurso político. Em 2019, ele e sua esposa, Sharon Osbourne, proibiram a campanha de Trump de usar suas músicas em comícios. A decisão veio após a equipe do republicano utilizar “Crazy train” em um vídeo provocativo contra os democratas.

Siga nosso canal no WhatsApp e receba notícias relevantes para o seu dia

“Estamos enviando um aviso à campanha de Trump de que estão proibidos de usar a música de Ozzy em anúncios políticos”, afirmou Sharon em uma publicação no X, sugerindo sarcasticamente que artistas como Kanye West ou Kid Rock — ambos apoiadores de Trump — poderiam ser alternativas mais apropriadas.

compartilhe