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Série dá voz a Hilda, a escravizada do podcast A mulher da casa abandonada

Diretora Katia Lund entrevista Hilda Rosa dos Santos, que trabalhou sem salário e foi humilhada por Margarida Bonetti nos EUA

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Hilda Rosa dos Santos é o trunfo da minissérie “A mulher da casa abandonada”, que nesta sexta-feira (15/8), no Prime Video. Dirigida por Kátia Lund, a produção não é adaptação do podcast homônimo, criado pelo jornalista Chico Felitti. Com três episódios, é o desdobramento do caso que virou assunto nacional em 2022.

Protagonista de “A mulher da casa abandonada”, a reclusa Margarida Bonetti, que vive em um casarão caindo aos pedaços em Higienópolis, o bairro dos quatrocentões paulistanos, é coadjuvante na história. A série dá voz a Hilda, que trabalhou por décadas para a família de Margarida.

Nos anos 2000, ela foi mantida ilegalmente por Margarida e seu ex-marido Renê Bonetti na casa em que eles viviam em Washington (EUA). Sem documentos, dinheiro e com graves problemas de saúde, Hilda foi escravizada pelo casal.

“Nunca quis fazer adaptação que fosse um podcast com imagens, como acontece mais fora do que dentro do Brasil. É o mesmo caso? É. Mas é outra perspectiva, tem enfoque em outro país. Uma história tão rica e de impacto tão profundo merecia ser contada com outra perspectiva. E a da Hilda é a perspectiva que, de fato, faltava”, afirma Felitti, que conduz o capítulo inicial e atua como consultor e produtor-executivo da série.

O mérito de Hilda falar para a câmera sobre tudo o que passou com os Bonetti foi de Kátia Lund. Diante do sucesso do podcast, algumas pessoas entraram em contato com Felitti, dando pistas sobre o paradeiro de Hilda. Uma delas foi uma antiga vizinha dela. O jornalista passou o contato para Kátia, que foi a Washington tentar encontrá-la.

“Foi lá que a pesquisa começou a virar”, conta a diretora. Hilda vivia escondida. Kátia conseguiu um endereço, resolveu tentar a sorte. “Bati na porta e ela abriu. Falamos que éramos do Brasil e queríamos conversar com ela. Fazia muito tempo que ela não falava português, enrolava um pouco o espanhol. Olhou para a gente e disse: ‘Entra aí’”, relembra Kátia.

Antes mesmo de a diretora se sentar, Hilda começou a falar sobre Margarida. “Estava sem câmera, sem gravador. Depois de umas duas horas, eu disse: ‘Hilda, deixa eu te explicar por que estou aqui’”, continua Kátia.

Isso foi só o começo. Kátia e a pesquisadora que estava com ela se encontraram durante uma semana com Hilda. “Ela queria contar tudo. Descobrimos que ama cinema, comédias, King Kong. Falei: ‘Hilda, imagina você na tela do cinema. Você me ajuda a contar a sua história?’ Ela disse que não saberia o que fazer, eu disse que levaria uma câmera para ver como era fácil”, recorda Kátia, acrescentando que o longo depoimento de Hilda à série é resultado de uma construção de confiança.

Casinha em Campinas

Ainda que o ponto de partida seja São Paulo, a série “A mulher da casa abandonada” é mais ambientada nos EUA. A equipe entrevistou antigos vizinhos dos Bonetti que descreveram, com detalhes, o abandono em que Hilda vivia. Este é o maior desdobramento da série (além da repercussão que o caso trouxe para a própria legislação americana). Mas há outro, que mostra quando Margarida, foragida da Justiça americana por manter Hilda em cativeiro, vive por uma década numa casinha na periferia de Campinas.

Como série, “A mulher da casa abandonada” funciona para quem não ouviu o podcast de Felitti. Ainda assim, se torna mais interessante para quem conhece os detalhes da história sórdida que nasceu da curiosidade de um jornalista sobre a mulher excêntrica que vivia no sobrado em frangalhos em uma das regiões mais valorizadas do Brasil.

“A MULHER DA CASA ABANDONADA”

A série, com três episódios, estreia nesta sexta (15/8) no Prime Video

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