Jorge Aragão abre a turnê de 50 anos de carreira com show de graça em BH
Autor de "Vou festejar", entre outros clássicos do samba, canta em 25 de agosto no Palácio das Artes. Distribuição de ingressos começa na segunda-feira (18/8)
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Siga noBelo Horizonte é o ponto de partida da turnê que celebra os 50 anos de trajetória de Jorge Aragão. Com formatação inédita, oferecendo um mergulho diferenciado na obra do cantor, compositor e expoente do samba, ela vai percorrer 10 cidades do Brasil com shows, exposições e oficinas – tudo de graça.
A estreia será em 25 de agosto, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes. Os ingressos, limitados a dois por CPF, poderão ser retirados a partir do meio-dia desta segunda-feira (18/8) mediante cadastro no site www.jorgearagao50.com.br
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O projeto “Jorge Aragão 50 anos de poesia” foi idealizado pela filha do cantor, Tânia Aragão, que divide com Afonso Carvalho a direção-geral e artística da turnê.
“Sensível”, “intuitivo”, “ligado à poesia e à espiritualidade” são algumas das características atribuídas ao cantor e compositor nascido em 1949, em Padre Miguel, no Rio de Janeiro. Isso explica um pouco o fato de ele ter ficado surpreso quando a filha lhe falou da ideia. E mais surpreso ainda com a proporção que ela tomou.
O repertório promove um passeio por sucessos como “Vou festejar”, “Tendência”, “Coisa de pele”, “Lucidez”, “Coisinha do pai” e “Malandro”, cuja primeira gravação, por Elza Soares, é tomada como marco inicial da carreira de Aragão.
A cada espetáculo, o público será convidado a descobrir mais sobre sua trajetória na exposição que ocupará os foyers dos teatros. A trajetória do sambista será rememorada em painéis com fotos, exibição de vídeos e memorabilia.
O ator Raphael Logam contracena com Aragão, cumprindo a função de narrador e intérprete de sua história, ancorado em pesquisa e textos de Afonso Carvalho, pontuando passagens importantes da carreira do artista.
Antes do show em cada cidade, oficinas de instrumentos musicais e palestras para a capacitação profissional serão ministradas gratuitamente por integrantes da banda de Aragão.
Brincando de compor
Instado a dizer se, no início da carreira, imaginava que chegaria onde chegou, ele responde simplesmente que não sabe onde chegou.
“É uma generosidade das pessoas, mas, sinceramente, nunca achei que estivesse fazendo nada que pudesse ser celebrado um dia, como está sendo agora. Sempre foi uma diversão, sempre foi brincar de compor as letras e as melodias, tudo muito orgânico. O mérito é de quem prestou atenção e está, agora, juntando os cacos”, diz.
Saudades
Aragão destaca que a turnê é resultado de um esforço coletivo do qual pouco participou.
“As pessoas de fora é que relembram, reveem minha vida, minha trajetória. Não me ligo muito em datas ou acontecimentos. Até a forma como escrevi as músicas estou rememorando agora, porque sempre foi muito natural, como respirar ou beber água. Estou muito surpreso com tudo o que está acontecendo, porque nunca reparei, nunca soube sequer por que fazia música. As ideias simplesmente vinham”, afirma.
Durante os preparativos da turnê, ele está “matando saudades” de momentos de sua vida.
“São detalhes mínimos que me passaram despercebidos. Nunca parei para pensar que, por meio das composições, estava contando a minha história”, diz.
Aragão não se envolveu na organização da turnê, mas participou da escolha das canções do repertório. “Peguei algumas que imagino que foram importantes na minha carreira, mas tem várias no roteiro das quais mal me lembrava”, comenta.
Afonso Carvalho cumpriu papel importante nesse sentido. “Ele é muito perspicaz no que diz respeito a datas e ao que representou cada música quando foi lançada. Fomos juntando forças e deu no que deu, esse projeto que já não é mais projeto, é realidade”, ressalta o sambista.
Desafio
Aragão admite que a estreia em Belo Horizonte será uma prova de fogo. “Estou nervoso, porque é a primeira vez na vida que canto com um roteiro costurando mais coisas além da música”, revela.
O diretor-geral da turnê idealizou o projeto Sambabook, que lançou nas plataformas digitais tributos a Beth Carvalho, João Nogueira, Martinho da Vila e o próprio Jorge Aragão.
“Fiquei muito próximo dele, sei que é uma figura com essa coisa low-profile, um coração de poeta. Não é artista marqueteiro, estrategista, é um cara muito coração. Então, o nome com que o projeto foi batizado é muito apropriado”, destaca Afonso Carvalho.
Equipe alinhada
A turnê será registrada em vídeo e se transformará em documentário produzido por Adriano Von Markendorf, que assina a direção de arte do projeto. A exposição que acompanha os shows foi desenvolvida por Gilberto Borges, com curadoria de Vera Pasqualin. O cenário leva a assinatura de Zé Carratu.
A direção musical é de Jerominho Fernandes, violonista da banda de Jorge Aragão. Outros três integrantes, Vitor de Souza (cavaquinho), Diego Delavega (bateria) e Júnior Moraes (percussão eletrônica), vão ministrar as oficinas em 25 de agosto de manhã.
Além da direção-geral e artística de Afonso Carvalho e Tânia Aragão, o projeto conta com direção executiva de Anita Carvalho e Fernanda Aragão, neta do músico.
“JORGE ARAGÃO 50 ANOS DE POESIA”
Estreia da turnê de Jorge Aragão, em 25 de agosto, às 20h, no Grande Teatro Cemig Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1.537, Centro). Entrada franca. Ingressos devem ser retirados a partir das 12h desta segunda-feira (18/8), mediante cadastro no site www.jorgearagao50.com.br, limitados a dois por CPF.