MÚSICA

Revigorado ao lado de sua jovem banda, Paulo Miklos canta hoje em BH

Atração do Mister Rock neste domingo (17/8), Miklos se divide entre o prazer de atuar e o alto-astral da convivência com músicos da nova geração

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Paulo Miklos atende o telefone e pede para retornar em 10 minutos. Quando a reportagem liga de novo, ele diz: “Só precisava me despedir da galera aqui. Já botei todo mundo para fora” (risos). A “galera” a que se refere são os músicos que o acompanham desde 2016, quando deixou a banda Titãs para seguir carreira solo. Todos estarão com ele no show deste domingo (17/8), às 18h30, no Mister Rock, em BH.

Aos 66 anos, Miklos vive nova etapa da carreira, dedicando-se à atuação e explorando diferentes caminhos na música com sua jovem banda. O grupo é diversificado, formado por Camila Teixeira (bateria), Otávio Carvalho (contrabaixo), Thaís Andrade (teclados) e Michelle Cordeiro (guitarra e violão).

“Há pouco tempo, postei no meu Instagram uma série de fotos do último show que fizemos em Santa Catarina. Praticamente não há fotos no palco, só nos bastidores, nos divertindo”, afirma o músico e ator.

“Isso mostra o clima de viajar com essa banda, que é tão diversa. Para quem viveu o Clube do Bolinha (com os Titãs) por 37 anos, experimentar outra realidade é muito legal”, revela.

"Energia bacana"

Não se trata apenas de diversão. As trocas com a nova geração aumentam a empolgação para cair na estrada e subir no palco para cantar músicas que interpreta há décadas. É uma experiência revigorante, segundo Miklos.

“Uma energia bacana, amor pela música. Não tem mau humor por estar cansado ou tolerando situações difíceis. É retomar o amor pela música sem burocracia, estar envolvido e se divertir. E, no fim, é isso que a gente transmite para o público”, afirma.

O alto-astral guiou a escolha do repertório, que passeia por clássicos dos Titãs compostos por ele, como “Flores”, parceria com Charles Gavin, Arnaldo Antunes e Sérgio Britto,“Cabeça dinossauro”, com Arnaldo e Branco Mello, e “Miséria”, com Arnaldo e Britto. E também por canções marcantes em sua voz, como “Pra dizer adeus”, “Isso” e “Bichos escrotos”. Haverá versão inédita de “Marvin”, gravada por Nando Reis, mas que Miklos gosta de interpretar.

Da carreira solo, ele apresentará algumas músicas de “Do amor não vai sobrar ninguém” (2024), seu último disco, gravado ao vivo, e possivelmente alguma faixa de “A gente mora no agora” (2017). Esse álbum é mais intimista, pede formato desplugado, adequado para voz e violão.

Sabotage

Miklos vai cantar “Um bom lugar”, do rapper Sabotage (1973-2003), amigo e parceiro. Os dois se conheceram durante as gravações do filme “O invasor” (2001), de Beto Brant. Miklos interpretava o protagonista Anísio, enquanto Sabotage fazia participação especial como ele mesmo.

O rapper também foi consultor e “treinador” de Miklos, ensinando a ele gírias e a postura de um jovem da periferia de São Paulo. As falas do ex-Titãs, inicialmente muito “duras”, precisavam de um tom mais autêntico “da rua”.

O rapper Sabotage e o cantor Paulo Miklos, lado a lado, olham para a câmera
Sabotage (1973-2003) e Paulo Miklos: parceria no cinema, na música e na vida Instagram/reprodução

Sabotage, Paulo Miklos e Beto Brant se reuniam 15 minutos antes de cada cena para ajustar o roteiro, com o rapper oferecendo diferentes opções de diálogo, que o roqueiro decorava e apresentava de surpresa aos outros atores.

Apesar de estilos musicais distintos, Miklos e Sabotage desenvolveram ligação instantânea e verdadeira “irmandade” no set. Ambos se sentiam “peixes fora d’água” naquele universo do cinema e encontraram na música um ponto em comum.

Os dois se tornaram próximos, compartilhando conversas sobre a vida e as dificuldades enfrentadas por Sabotage, incluindo o desafio de ser reconhecido como artista e escapar do tráfico.

Paulo mantém viva a memória de Sabotage no seu repertório. Além de “Um bom lugar”, ele homenageia o rapper em “Do amor não vai sobrar ninguém”, com a faixa “Sabotage está aqui”, inspirada nas conversas que tiveram.

Cinema, TV e teatro

“O invasor” marcou a estreia de Miklos como ator. “Me marcou muito, porque nunca tinha feito nada do tipo antes. Foi o primeiro passo nesse universo definitivo”, conta. “Na época, não sabia como me portar num set de filmagem, nem onde estava a câmera. Nosso diretor de fotografia corria atrás de mim e, às vezes, eu trombava com ele. Foi assim até eu aprender”, revela.

Desde então, Miklos participou de filmes (“Estômago”, “O homem cordial”, “Saudosa maloca”, entre outros), novelas (“Bang bang” e “O sétimo guardião”, da Globo; “Carrossel”, do SBT), série (“Manhãs de setembro”, do Prime Video). Também fez teatro, interpretando Chet Baker na peça “Apenas um sopro”.

Ele não descarta se aventurar na direção e roteirização, mas afirma: “Por enquanto, quero manter minha carreira de ator em paralelo com a música”.

O dono da voz

Desde a época dos Titãs, Paulo Miklos sempre gostou de ser intérprete. Recentemente, vem desenvolvendo mais a faceta cantor, lançando versões de “Vou tirar você desse lugar”, de Odair José, “Só os loucos sabem”, do Charlie Brown Jr., e “Um bom lugar”, de Sabotage.

Ele conta em primeira mão ao Estado de Minas que está preparando um disco inteiramente de intérprete, algo que nunca fez antes. A data de lançamento ainda não foi definida.

PAULO MIKLOS

Show neste domingo (17/8), às 18h30, no Mister Rock (Avenida Tereza Cristina, 295, Prado). Ingressos: R$ 100 (inteira) e R$ 50 (meia-entrada e meia social), à venda na plataforma Sympla.


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