Virada Cultural: Viaduto Santa Tereza é reduto da cultura periférica
O Palco Viaduto Xeque Mate recebe maratona de shows de artistas do rap e do funk, além de abrigar duas batalhas tradicionais na cidade
compartilhe
Siga noO Palco Viaduto Xeque Mate, no Viaduto Santa Tereza, será o polo da cultura periférica na Virada Cultural 2025, com o rap, o trap, o funk e o hip hop. A divulgação das atrações pré-selecionadas, no dia 23 de julho, chamou a atenção pela falta de artistas de funk, corrigida nesta semana com a programação completa.
Neste palco, se apresentam nomes como Novak, MC de Belo Horizonte que integrou o time Djonga no reality show “Nova cena”, da Netflix, e MC Saci, dono de faixas de sucesso como “Aquariano nato”, “A internet é tóxica” e “De 10 mulher 11 é maluca”. O carioca, de 30 anos, está radicado em Belo Horizonte desde 2018, quando decidiu apostar no funk mineiro.
Leia Mais
Mac Júlia, natural de Betim, também se apresenta no Palco Viaduto Xeque Mate, às 22h15. Conhecida pelas músicas “Sofá, breja e Netflix”, “Faixa rosa” e “Se tá solteira”, em parceria com FBC e VHOOR, Mac Júlia transita entre os gêneros musicais e já fez trabalhos no rock, trap, rap, funk e sertanejo. Agora, se dedica ao Miami bass, subgênero do hip hop que ficou popular nas décadas de 1980 e 1990.
O show deste fim de semana começa com o repertório do rap e termina com o funk, passando pelo novo single da artista, “Beijo na boca”. No palco, além do balé regular, Mac Júlia convida artistas de passinho de Belo Horizonte, que fazem apresentação correspondente ao novo álbum da cantora, previsto para 2026.
A artista reforça a importância de um espaço na Virada Cultural dedicado à cultura das favelas, principalmente neste momento, segundo ela, tão reacionário. “Está havendo uma perseguição das pessoas do funk no Brasil”, afirma Mac Júlia. “Somos a única cidade que está batendo de frente na Câmara Municipal. Estamos aí, erguidos e gigantes, de frente com a extrema-direita e com a bancada evangélica que quer proibir a nossa arte, a nossa cultura e a nossa sobrevivência.”
- Virada Cultural: Festival Fragaí destaca novos talentos de BH
- Virada Cultural: palco destaca eletrônica e música popular periférica
- Virada Cultural: mineiros têm palco para chamar de seu no Parque Municipal
“O funk não é música que faz apologia ao crime. É o estilo de música que tira jovens periféricos, negros, favelados e indígenas da marginalização“, afirma a artista.
Esta é a terceira vez que Mac Júlia participa da Virada. Em 2023, ela fez show com o repertório do que se tornou o álbum “Baile da Dona Onça” (2024). MC Saci faz parte desse disco na faixa “Evoluiu”, junto ao DJ Milbeats. Em 2024, Mac Júlia se apresentou com o bloco Swing Safado, ao lado de MC Laranjinha.
“Estar pela terceira vez na Virada Cultural é reafirmar que a arte da favela é parte essencial da cena de Minas Gerais e de Belo Horizonte. Enquanto houver música periférica, vai haver futuro, transformação e pertencimento dessas pessoas. Essa ocupação não é só nossa vitória, é a vitória de toda uma geração que acredita na força da arte”, diz Mac Júlia.
Além dos shows, o Palco Viaduto Xeque Mate recebe duas batalhas no domingo. A Batalha do Tupi, realizada há 10 anos na Zona Norte de BH, está marcada para às 16h10, com o tema “Rap é pra todes”. Em seguida, às 17h20, a Batalha da P7, que ocorre tradicionalmente às quintas na Praça Sete, no Centro, terá disputas de rima e de dança.
PALCO VIADUTO XEQUE MATE
SÁBADO (23/8)
•18h - Chega Aí - Incubadora do Funk
•18h50 - Baile do Serrão nas Quebradas (16 anos)
•21h - DJ Shigara
•21h15 - Bel Bertinelli
•21h45 - DJ Shigara
•22h15 - Mac Júlia
•22h45 - DJ Shigara
•23h - MC Saci
DOMINGO (24/8)
•0h - MC Mika
•0h40 - DJ Cost
•1h30 - DJ Andersson do Paraíso
•2h50 - ViniJoe
•3h50 - Zona Leste Representa: Setor + Vozes da Periferia BH
•9h50 - DJ Neurodivergente com Lua Zanella e Olivia Oli
•11h - W.Wil
•12h - Das Quebradas
•13h - Kainná Tawá
•14h20 - Novak
•15h20 - Noroeste Side
•16h10 - Batalha do Tupi: Rap é pra Todes
•17h20 - Batalha do P7
*Estagiária sob supervisão da editora Silvana Arantes