É um pequeno acontecimento a remontagem de “Prazer”, neste fim de semana, no Teatro Marília. Um dos espetáculos mais importantes da Cia Luna Lunera, estreou no final de 2012, em São Paulo e, em meados do ano seguinte, em Belo Horizonte, quando inaugurou o teatro do CCBB-BH. Há sete anos não era encenada – nem aqui, nem em nenhum outro lugar.
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Muita coisa mudou na companhia nascida em 2001 com formandos do Curso de Teatro do Cefart (na época Cefar), do Palácio das Artes. Dos quatro atores que conceberam a história, fizeram a dramaturgia, codirigiram e atuaram, dois não vivem mais em BH. Odilon Esteves deixou o grupo e vive hoje em São Paulo – seu projeto audiovisual mais recente é a novela “Guerreiros do sol”, recém-estreada no Globoplay. Isabela Paes vive na França.
Pois os quatro atores da montagem original estarão em cena desta sexta (1º/8) a domingo. Odilon e Isabela se reúnem a Cláudio Dias e Marcelo Soul para encenar a peça que nasceu de um fragmento de “Uma aprendizagem ou o Livro dos Prazeres”, de Clarice Lispector.
As três apresentações de “Prazer” integram a 7ª Expedição Lunar, projeto de circulação dos espetáculos da Luna Lunera. Neste ano, o grupo ainda levou outros espetáculos de seu repertório a Uberlândia, Uberaba, Divinópolis, Barbacena e Juiz de Fora.
Reencontro
“Está sendo um reencontro dos amigos (na peça) e também dos amigos atores. Estamos redescobrindo afetos, nos emocionando em determinados momentos”, comenta Cláudio Dias. Os quatro estão ensaiando “Prazer” nas duas últimas semanas. É pouco tempo para voltar a um espetáculo, não? “A partir da segunda leitura, o texto voltou com força, é difícil explicar”, comenta.
“Prazer” acompanha quatro amigos que se reencontram depois de muito tempo. Três deles vivem fora do Brasil e o que permaneceu aqui resolveu, diante das dificuldades, largar tudo e ganhar o mundo. Nessa busca pelo passado, ele se vê diante dos antigos companheiros, que estão transformados, passado tanto tempo.
“Esse reencontro tem muita fricção e, mesmo que cada um tenha seu problema, eles têm coragem para buscar alegria”, aponta Cláudio. Esses pequenos bons momentos podem ser encontrados de maneira prosaica, como na cozinha, assando pão de queijo (o que acontece em cena) .
Além do texto e da direção coletiva (que contou também com Zé Walter Albinati, que não está em cena), “Prazer” traz projeções (assinadas por Eder Santos) e manipulação de objetos. O ponto de partida do trabalho, depois da leitura da obra de Clarice, ocorreu na Dinamarca – a Luna Lunera passou por uma residência artística no Odin Teatret, quando trabalhou com a atriz Roberta Carreri. Outros colaboradores foram Jô Bilac, na dramaturgia, e o coreógrafo Mário Nascimento na movimentação de cena.
Ainda que por ora “Prazer” só tenha as apresentações deste fim de semana, Cláudio não descarta outra futura temporada. Em 2026, a Luna Lunera completa 25 anos. A ideia, segundo ele, é retornar ao repertório do grupo para celebrar a data.
“PRAZER”
Com a Cia. Luna Lunera. Nesta sexta (1º/8) e sábado (2/8), às 20h, e domingo (3/8), às 19h, no Teatro Marília (Avenida Alfredo Balena, 586, Santa Efigênia). Ingressos: R$ 40 e R$ 20 (meia), à venda na bilheteria e no Sympla.
Outros espetáculos
“TONS DE COMÉDIA”
Três comediantes – o português Hugo Sousa, o angolano Gilmário Vemba e o brasileiro Murilo Couto – mostram que, a despeito das diferenças entre seus respectivos países, a comédia é universal.
O espetáculo será apresentado neste domingo (3/8), às 19h, no teatro do Centro Cultural Unimed-BH Minas (Rua da Bahia, 2.244, Lourdes). Ingressos: Plateia 2 – R$ 100 e R$ 50 (meia). Plateia 1 esgotada. À venda na bilheteria e no sympla
“PEDRO E O LOBO”
Lançada em 1993 e apresentada, com muito sucesso, desde então, a leitura do Grupo Giramundo para a célebre obra de Prokofiev será apresentada neste domingo (3/8), às 11h, no Parque Fernão Dias, Rua Rio Comprido, 4.655, Riacho das Pedras, Contagem. Entrada franca.